Hoje abordaremos as características dos nativos com Vénus na Casa IX.
Significado da Casa IX
Casa IX – 3ª Casa de
Identidade
Na Casa I, a primeira
casa de identidade, ao afirmarmo-nos, ao termos iniciativas, vamos ganhando
alguma consciência de quem nós somos. Na Casa V, a segunda casa de identidade,
ao levarmos ao mundo as nossas criações, tomamos consciência do ser especial
que somos. Com a vivência da Casa IX, saímos da esfera do eu pequenino e
percebemos que a nossa identidade afinal só pode ser dimensionada noutras
esferas, ou seja, não somos apenas quando e porque agimos (Casa I), não somos
tão pouco apenas quando e porque criamos, mas somos sobretudo quando conhecemos,
quando conseguimos enxergar para além do nosso umbigo. Por isso, a Casa IX
propõe a expansão da consciência para níveis mais elevados.
Casa IX – Casa social ou
coletiva
Enquanto nas casas ditas
pessoais (I a VI) a expansão consciencial do nativo é obtida através de si
próprio, nas casas ditas sociais (VII a XII), a expansão consciencial é obtida
através do outro. Na Casa VII, ampliamos a consciência de quem somos através
dos processos de identificação e desidentificação com o outro. Na Casa VIII,
ampliamos a consciência de quem somos através dos processos de morte e
renascimento das nossas posturas instintivas que emergem com a vivência
fusional e tensional com o outro. Na Casa IX a expansão consciencial também é
realizada através do outro mas com base em outros mecanismos que descreveremos
mais adiante.
Casa IX – Última casa do
Outro
O Eixo Meio do Céu-Fundo
do Céu divide o mapa em dois hemisférios: o Hemisfério Oriental (casas I, II,
III, X, XI e XII) e o Hemisfério Ocidental (casas IV, V, VI, VII, VIII e IX).
No Hemisfério Oriental,
também conhecido como “O Hemisfério do EU”, o nativo não se deixa influenciar
pelos outros, nem pelo meio em que vive nem pelas circunstâncias da vida. Ele é
o motor do seu próprio destino.
No Hemisfério Ocidental,
também conhecido como O Hemisfério dos Outros”, o nativo age em função dos
outros, do ambiente e das circunstâncias da vida. Ele deixa-se condicionar.
Nas Casas IV a VI do
Hemisfério Ocidental, o nativo ganha expansão consciencial através de si
próprio quando se expressa, cria e trabalha, mas no entanto ainda não consegue
“ver” o outro, apesar do outro o condicionar de forma indireta (Casa IV - a
família; Casa V - o aplauso do outro; Casa VI – o serviço feito ao outro). O
nativo não “vê” o outro, no sentido de ainda não conseguir reconhecer o outro
como identitariamente importante.
Nas Casas VII a IX do
Hemisfério Ocidental, o nativo já consegue “ver” o outro e ganha expansão
consciencial através dos seus relacionamentos, deixando-se condicionar de forma
direta pelo outro.
Na Casa VII, consegue
“ver” o outro porque começa a gostar do outro e tal fato obriga o nativo a
reconhecer a importância de se relacionar com uma identidade distinta de si
próprio. Na Casa VIII consegue “ver” o outro porque ao reconhecer a importância
da identidade do outro na sua vida, não o quer perder e porque não o quer
perder, controla-o e porque o controla, atrai dramas e porque atrai damas,
sofre e ao sofrer, renasce.
Na Casa IX, o nativo já
consegue ver o outro, mas já sem carência, sem posse, sem instintos. O outro já
é considerado um ser com que priva socialmente, reconhecendo-lhe,
conscientemente, uma identidade própria e livre que deve tratar com respeito,
justiça e honestidade. Contudo, ainda não há um “nós” pois de um lado está o
nativo e do outro lado está o outro. Estão juntos, mas ao mesmo tempo estão
separados. A Casa IX representa a última casa do hemisfério ocidental ou
Hemisfério do Outro. Nas casas seguintes, o outro já é percecionado de forma
coletiva, já é um ser coletivo, já é integrado no coletivo. Na Casa X, o
indivíduo pertence ao ser coletivo estruturado (navegamos no mesmo barco).
Na Casa XI o indivíduo pertence ao ser coletivo fraternal e idealizado (somos
todos irmãos). Na Casa XII, e finalmente, o indivíduo pertence ao ser
coletivo individualizado (somos todos um).
Casa IX – Os Três Níveis
Evolutivos
Cada nativo viverá a
Casa IX e as demais casas do seu mapa, em função ou de acordo com o estado
evolutivo que possui durante a sua vida. Se o seu nível de evolução, em
determinada altura da sua vida for básico, experienciará o primeiro nível da
Casa IX que corresponde à ampliação do conhecimento através das viagens físicas
que lhe permitem conhecer e aprender intelectualmente as verdades
exteriores sobre novos mundos, ideias, culturas e povos. Se o seu nível de
evolução for médio, experienciará o segundo nível da Casa IX, que corresponde à
ampliação do conhecimento através da adesão emocional a verdades
interiores (valores e crenças). Se o nativo estiver num nível evolutivo
avançado, experienciará o terceiro nível da Casa IX que corresponde à ampliação
do conhecimento através da adesão iniciática às verdades universais.
Casa IX - Conhecimento,
Ensino
O eixo Casa III – Casa
IX é o eixo do conhecimento. Estas duas casas estão relacionadas, deste modo,
com a obtenção do conhecimento. Só que o conhecimento referido tem uma tónica
diferente em cada uma delas.
Na Casa III (da mente
concreta), o nativo é um acumulador de informação e de factos. Recolhe e
armazena-os para melhor compreender e se posicionar no mundo físico à sua
volta. No entanto, apesar do seu apetite voraz por informação, não lhe dá um
sentido, não a direciona. Deste modo, conhece um pouco de tudo, mas sempre ao
de leve, pela rama, pela superfície. Ou seja, o conhecimento adquirido nesta
casa é superficial e apenas focado para o quotidiano, para a rotina e para o
ambiente próximo.
Na Casa IX, o nativo
já “sente” a informação recolhida, já lhe dá um sentido
e já a direciona. Por isso, a imagem que representa o Sagitário (seu regente
natural) é traduzida por um centauro a apontar uma seta, indicando que
deveremos ir mais além e não ficarmos circunscritos à esfera ambiental
envolvente, próxima. A Casa IX, deste modo, já não tem a ver com o conhecimento
superficial, mas sim com o conhecimento mais profundo. Em suma, na Casa III,
recolhe-se a informação, mas é na Casa IX onde se tiram conclusões sobre a
informação recolhida e onde se vai mais além do conhecimento superficial
obtido. Por isso, esta casa está associada à educação superior, às
universidades, mestrados e doutoramentos. É a casa do professor que expande os
seus conhecimentos levando-os para os outros para que estes possam expandir a
sua consciência.
Enquanto a Casa III é a
casa do ambiente e do conhecimento imediato, rápido, prático, lógico e
racional, a Casa IX é a da mente superior.
Casa IX – Religião,
Filosofia
Na imagem do centauro
que ilustra o signo de Sagitário a seta é apontada para cima, para o céu,
indicando claramente que se deve procurar o conhecimento “que está acima”, se
quisermos ir mais além, se quisermos ampliar a nossa consciência. O estádio
mais elevado da aprendizagem corresponde à compreensão das leis invisíveis que
regulam o mundo.
Na Casa III, o nativo
apenas consegue conhecer as leis visíveis do mundo dado que esta casa está
ligada ao cérebro esquerdo ou solar, ou seja à mente inferior, concreta,
racional, lógica, analítica, dedutiva, científica e linear. Na Casa IX, o
nativo consegue aceder às leis invisíveis do mundo dado que esta casa está
ligada ao cérebro direito ou lunar, ou seja, à mente superior, abstrata,
intuitiva. Deste modo, o nativo nesta casa, tem capacidade para intuir as
verdades e as leis invisíveis que regulam o Universo, ou seja, por intuição,
por “flashes”, consegue aceder à compreensão do funcionamento cósmico. Ao
aceder a esse conhecimento, o nativo identifica-se com o mesmo pois este ressoa
dentro dele e ao ressoar, ele sente-o, e ao senti-lo, dá-lhe um sentido, um
significado. Ao dar-lhe um sentido, acredita nesse conhecimento. Ao acreditar
nesse conhecimento, o mesmo passa a ser para ele uma verdade incontornável. E
ao sentir aquela verdade, irá passá-la aos outros com imensa convicção e
energia pois a Casa IX é uma casa de fogo, de expansão. O nativo não precisa
que lhe expliquem racionalmente porque é que é aquilo em que acredita,
corresponde a uma verdade. Simplesmente intui que é verdade e a partir daí
passa a acreditar. O nativo crê sem necessidade de ver e crê porque lhe faz
sentido, porque sente. O nativo acredita, pura e simplesmente. O acreditar não
carece de fundamentação percecional ou mental. O acreditar apenas carece de
identificação emocional, vibracional e de ressoamento. Deste modo, na Casa IX,
o nativo poderá intuir e ir mais longe na consciência de quem é, poderá intuir
as “Leis” que ordenam o mundo e que lhe dão um sentido e significado. E ao
tê-las como referência, o nativo dimensiona-se, transcende-se e conhece-se, e
transmitindo-as aos outros, ajuda-os a dimensionaram-se, transcenderem-se e a
conhecerem-se também.
É muito por causa da
força deste “acreditar”, que se associa o otimismo aos nativos do signo de
Sagitário (regente natural da Casa IX). Os sagitarianos acreditam que as coisas
vão funcionar, que tudo irá correr pelo melhor e isso é assim porque eles nasceram
com a capacidade de acreditar.
Portanto, a Casa IX é
uma casa de fé, de crenças e ideais e uma casa onde o nativo irá experienciar
as questões ligadas à religiosidade e filosofia. É a casa do sábio, do mestre e
do guru.
A Casa IX é também
conhecida como a "Casa da Filosofia" e também como a "Casa de
Deus".
Casa IX – Ética
Júpiter, planeta que
rege a Casa IX está localizado no Sistema Solar depois de Marte (último dos
planetas pessoais). Por esse motivo, Júpiter é considerado o primeiro planeta
social dado que está para além dos planetas que servem o ego, a personalidade (Sol,
Lua, Mercúrio, Vénus e Marte). Deste modo, a Casa IX está também relacionada
com os princípios que regem a sociedade. Nesse sentido, A Casa IX é a casa dos
valores, do direito, das leis, dos tribunais, da ética, da moral, da opinião
pública, do certo e do errado, etc..
Casa IX – Viagens de
Longa Distância e o Estrangeiro
O objetivo da Casa IX é
o do centauro que aponta a seta para ir mais além, para se expandir. Como já
referido, esse objetivo pode ser conseguido através da aprendizagem de
conhecimentos, da religiosidade, da ética, da moral, entre outras vias. Ora,
obviamente, que o contato com outras culturas, povos, países, mentalidades
permite também a ampliação dos conhecimentos. Deste modo, as viagens de longa
distância, os outros países, as outras línguas, as outras culturas são fonte de
aprendizagem e de expansão consciencial. Enquanto a Casa III rege o ambiente
próximo e aquilo que é descoberto explorando-se tudo o que fica à mão, a Casa
IX descreve a perspetiva que ganhamos quando nos afastamos e olhamos a vida de
uma certa distância.
Deste modo, a Casa IX
está associada às viagens de longa distância e ao estrangeiro.
Por vezes, os nativos
com a Casa IX muito ativada não sentem muita apetência para viajar para longe e
este fato pode parecer contradizer o que foi atrás referido. No entanto, estes
nativos podem já estar num estádio evolutivo desenvolvido e já não sentirem
necessidade de realizarem longas jornadas para ampliarem a sua consciência.
Deste modo, preferirão realizar viagens internas, dentro de si, através de
meditação e reflexão e por vezes, nessas viagens, encontram verdadeiros
tesouros e adquirirem ampliações de consciência elevadíssimas.
Inserem-se na tónica da
casa IX, não apenas as viagens físicas, como também as viagens mentais
(idealistas, meditativas e transcendentais).
Casa IX – Parentes
A Casa IX está
relacionada com os sogros, netos (netos = filhos dos filhos, sendo a Casa IX, a
Casa V da Casa V) e cunhados (cunhados = irmãos do cônjuge, sendo a Casa IX, a
Casa III da Casa VII).
Casa IX – A Casa
Seguinte à Casa VIII
A Casa VIII com sabemos
está relacionada com as mortes e transformações psíquicas. Quando o nativo vive
esta casa na sua plenitude, ou seja, quando morre e se liberta dos seus medos,
desejos e instintos, fica livre para fluir e viver a CASA IX, fica livre para
se redimensionar e transcender-se. De facto, já adquiriu uma visão mais ampla
de quem é e de como se deve interagir com o outro. Já se encontra em condições
para refletir e tirar conclusões sobre o propósito da sua passagem terrena. É
sabido, que após uma infelicidade ou drama de Casa VIII (divórcio, falência,
perda de um ente querido, etc.), é frequente, como terapia, utilizar-se a Casa
IX, para fazer uma viagem, tirar um outro curso, etc., pois esta casa
incita-nos a procurarmos um novo sentido para a vida.
Significado de Vénus
A Vénus rege a
parte feminina, “yin” e passiva da pessoa. Quando Vénus está ligada a um
planeta vai procurar incutir-lhe harmonia, entendimento, amor e equilíbrio. Este planeta rege os signos de Touro e
Balança. Como regente do signo Touro, Vénus reflete os aspetos ligados ao amor
físico e à posse de bens materiais. Como regente do signo de Balança, Vénus
está associado aos aspetos éticos, estéticos e relacionais da vida.
De uma forma geral, Vénus reflete os
seguintes comportamentos da vida humana:
a) Como
regente do signo de Touro
paixão, sexualidade, sensualidade,
prazeres da vida, dinheiro, bens materiais
b) Como
regente de Balança
relacionamentos, amor, ternura, afeto,
poder de atração, união, partilha, fraternidade, amizade, solidariedade,
sociabilidade, afinidade, paz, suavidade, delicadeza, harmonia, equilíbrio,
alegria, charme, encanto, sedução, beleza, sentido estético, talento artístico,
intimidade, jovialidade.
Em síntese, Vênus reflete a forma como
vivemos o prazer e valorizamos e expressamos o amor e o belo. A Vénus reflete a necessidade de nos identificarmos
com os outros, de nos relacionarmos e obtermos equilíbrio na relação.
Significado de Vénus na Casa IX
Quando Vénus natal se encontra
localizada na Casa IX e se encontra bem aspetada e/ou dignificada, o nativo
terá tendência para ser curioso e buscar o conhecimento (acadêmico, filosófico,
religioso, esotérico, entre outros) de forma incessante.
Quando Vénus natal se encontra
localizada na Casa IX e se encontra mal aspetada e/ou dignificada, o nativo
terá tendência para ser algo
cético e teimoso.
Ruy
Figueiredo