HOJE ABORDAREMOS AS CARACTERÍS-TICAS DOS NATIVOS QUE NASCERAM COM A VÉNUS EM ASPETO COM O SOL
VÉNUS ASPETANDO O SOL
Significado do glifo do Sol
Em
termos simbólicos, o círculo representa o Universo, o Todo, o Zero, o
Inconsciente Primordial, o Princípio Criador, a Globalidade Indiferenciada, o
Não Manifestado. O círculo com um ponto no meio, representa o Um, o Consciente.
Em astrologia, o círculo com um ponto no meio representa o nosso Sol, ou seja,
o nosso consciente, a nossa vontade, a nossa vitalidade (o ponto) que provém do
TODO (círculo) ao qual se quer reunir (religar) através da expansão
consciencial.
O SOL, estrela central do nosso sistema
solar, fornece-nos calor, luz e vida. Da mesma forma, no mapa astrológico, o
Sol representa o centro energético do nosso ser e da nossa vitalidade e reflete
a nossa identidade, consciência, luz, propósitos, ambições, objetivos de vida,
autoestima, criatividade, força, energia, vontade,
entusiasmo, saúde e brilho. O Sol é o planeta mais pessoal e mais individualizado do mapa. De facto,
representa o eu interior, o ego,
a personalidade, a individualidade, a forma de ser, o caráter, ou seja, representa, no fundo, quem somos. Mas
ninguém nasce a saber quem é, embora já seja quem é. Se o Sol é a nossa
consciência e a nossa luz, há medida que vamos ampliando a nossa consciência,
vamos também descobrindo um pouco mais de nós, ou seja, o nosso Sol, a nossa
luz, vai brilhando cada vez mais. Neste longo processo, vamos descobrindo quem
de fato somos, vamo-nos individualizando e vamo-nos fundindo com o Todo. “Quanto mais individual, mais universal”,
lá dizia Fernando Pessoa. A
casa onde o Sol se encontra é a casa mais iluminada do mapa e representa a área
da vida onde o nativo tem maior capacidade para brilhar, destacar-se ou
realizar-se. O signo do Sol traduz a forma como o nativo se auto expressará ou
canalizará a sua criatividade e individualidade. O Sol está relacionado
com a vitalidade e a saúde em geral, no entanto rege principalmente o sistema
cardiovascular, artérias, circulação e oxigenação do sangue. A coluna vertebral
e os olhos (o olho direito no homem e o olho esquerdo na mulher) também são
influenciados pelo astro rei.
Significado de Vénus
A Vénus rege a
parte feminina, “yin” e passiva da pessoa. Quando Vénus está ligada a um
planeta vai procurar incutir-lhe harmonia, entendimento, amor e equilíbrio. Este planeta rege os signos de Touro e
Balança. Como regente do signo Touro, Vénus reflete os aspetos ligados ao amor
físico e à posse de bens materiais. Como regente do signo de Balança, Vénus
está associado aos aspetos éticos, estéticos e relacionais da vida.
De uma forma geral, Vénus reflete os
seguintes comportamentos da vida humana:
a) Como
regente do signo de Touro
paixão, sexualidade, sensualidade,
prazeres da vida, dinheiro, bens materiais
b) Como
regente de Balança
relacionamentos, amor, ternura, afeto,
poder de atração, união, partilha, fraternidade, amizade, solidariedade,
sociabilidade, afinidade, paz, suavidade, delicadeza, harmonia, equilíbrio,
alegria, charme, encanto, sedução, beleza, sentido estético, talento artístico,
intimidade, jovialidade.
Em síntese, Vênus reflete a forma como
vivemos o prazer e valorizamos e expressamos o amor e o belo. A Vénus reflete a necessidade de nos identificarmos
com os outros, de nos relacionarmos e obtermos equilíbrio na relação.
Vénus Aspetando o Sol
A distância angular máxima entre o Sol e a Vénus é
de 48º. Isto significa que em termos aspetais, estes dois planetas podem estar
em conjunção, semi-sextil (30º) ou em semi-quadratura (45º).
Vénus natal em conjunção com o Sol natal
Na
conjunção Vénus Sol , teremos de analisar qual o tipo de
conjunção existente, dado que um dos planetas envolvidos é o astro Rei. Os
tipos possíveis de conjunção com o Sol são designados por “cazimi”, “combustão”
e “sob os raios do sol”.
Na
conjunção “cazimi” (quando a distância entre o astro rei e Vénus estiver
compreendida entre os 0º 00´e os 0º 17´), o planeta está no “coração do Sol” e
fica mais fortalecido, se estiver dignificado, e mais enfraquecido, se estiver
debilitado.
Na
conjunção “combustão” (quando a distância entre o Sol e Vénus estiver
compreendida entre os 00º 17´ e os 8º 00´), o Sol interfere fortemente com as
características de Vénus, enfraquecendo as suas qualidades positivas e
destacando as negativas.
Na conjunção “sob os raios do Sol”
(quando a distância entre o Sol e Vénus estiver compreendida entre os 8º 00´e
os 17º 00´). Neste caso, a debilitação imposta pelo Sol a Vénus é menos severa
do que na combustão.
Na conjunção “combustão” (Vénus muito conjunta ao Astro-Rei), o nativo não consegue “ver” porque está ofuscado pelo brilho do seu próprio Sol que queima a sua Vénus. Esta fica debilitada e sente-se totalmente identificada com o Astro-Rei, e deste modo, o indivíduo não consegue ver o outro, não existe o outro, ou valoriza o outro em função de si mesmo. A pessoa não tem consciência daquilo que tem ou não tem valor e pode se tornar demasiado egocentrada. Isto é assim, porque a energia de Vénus é trocada entre as pessoas, como um jogo de espelhos. De facto, através desse jogo de espelhos, o nativo se vê e se reconhece no outro, e o outro se reconhece no nativo. Quando a Vénus está combusta ao Sol, o nativo apenas está identificado consigo próprio e não tem consciência do outro. Ao não ter consciência do outro, o nativo irá projetar-se no outro sendo que essa projeção vai durar enquanto não houver consciência do que há para aprender em termos relacionais.
Quando a Vénus não está combusta pelo Sol, o nativo
consegue distanciar-se entre aquilo que é e valoriza, ou seja, tem consciência
perfeita daquilo que tem e não tem valor. Também tem tendência para cooperar com os outros e para
ser afetivo, emotivo, simpático, caloroso e charmoso. A pessoa,
no geral, tem uma boa relação com o pai,
familiares e amigos.
Vénus natal em semi-sextil ao Sol natal
Nestes casos, o nativo tem facilidade para
percecionar o belo, o bom e o rico.
Vénus natal em semi-quadratura ao Sol natal
O nativo terá tendência para ter um relacionamento
conflituoso com o pai. Poderá também haver conflito entre aquilo que o nativo é
e quer com aquilo que valoriza.
Ruy Figueiredo