A partir de hoje iremos iniciar postagens sobre astrologia e iniciaremos com uma série de artigos sobre Plutão.
PLutão - Parte I
1. INTRODUÇÃO AO
PLUTÃO
1.1 Glifo de Plutão - Á
O glifo de Plutão tem 3
elementos:
a) a cruz que reflete as
forças da Terra (instintivas e animais);
b) O círculo que representa
as forças do céu que nos iluminam e que nos devolvem à unidade;
c) O semicírculo (o
crescendo lunar) que representa a força da Lua (alma) e que equilibra as duas
forças anteriores. (4º chacra – amor).
1.2 Plutão
e as suas duas faces
Plutão tem duas faces:
A face negra corresponde a uma primeira fase da manifestação da sua energia que ocorre de forma
emocional, instintiva, irracional, obsessiva, primária, egocêntrica,
separatista e violenta. Traduz o instinto de
sobrevivência, o poder de
autodefesa e a carga de autoafirmação. Plutão é como se representasse 1000
volts de energia pois é a carga máxima. A face negra do Plutão
corresponde ao “Velho Ego” que todos
nós
transportamos e que temos
de matar em nós, algum dia.
A face branca corresponde a uma segunda fase da manifestação da sua
energia - é o Plutão regenerado,
transformado. É o Plutão Branco.
Em cada ser humano, a passagem de Plutão Negro para Plutão Branco faz-se ao longo do tempo através
de ganhos de consciência. Corresponde, portanto, a uma profunda transformação. Plutão é o Planeta da
Transformação.
Plutão é uma energia
alquímica. Segundo Flávia de Monsaraz, PLutão representa o nosso caldeirão,
ou seja, representa a panela de pressão tapada com a tampa e
com a energia toda lá dentro a
querer saltar.
Onde somos obsessivos é onde somos Plutónicos.
A transformação, corresponde à desativação gradual da energia Plutónica que em nós habita. Ao
retirarmos gradualmente gás e violência ao nosso Plutão, vamos tendo ganhos de consciência e
nos transformamos.
No nosso mapa, onde está Plutão é a
área onde não sabemos lidar com a nossa fraqueza, onde não
fluímos com a
“VIDA”, onde retemos as emoções, onde somos egocêntricos. Como não libertamos
essa energia, vamos implodindo até que um dia essa carga
emocional atinge o seu limite e então,
explodimos ou algo nos faz explodir. E essa
explosão é sempre violenta. Se concentramos energia,
concentramos violência e
deste modo, atraímos violência, atraímos cataclismos, apesar de não
queremos
que isso aconteça.
Essa é
a experiência de morte ligada a Plutão.
A área onde está plutão é onde somos mais obsessivos, irracionais,
instintivos, equivocadamente
poderosos e onde
projetamos a carga emocional máxima para nos afirmarmos. A área onde está plutão é
onde não temos
liberdade porque Plutão opõe-se à liberdade e liberdade é “fazermos surf com a
vida” (Flávia de Monsaraz), é saltar para a
prancha e deixarmos que a vida nos leve e aí sim vivemos a
grande aventura de estarmos vivos. Plutão nunca salta para prancha
nenhuma pois está preso ao mais fundo
de si onde ele julga que tem a sua força e a sua segurança, ou melhor a ilusão de segurança.
O
processo alquímico consiste
em morrer para o fogo do Ego que é o instinto da sobrevivência e nascer
para o
fogo do amor, da fé e do espírito. Enquanto não
trabalharmos os medos, as inseguranças, o ego,
a nossa violência, não nos libertaremos do Plutão que habita em nós.
1.3 Plutão bem e mal aspetado
Quando o
ângulo entre dois planetas é de determinado valor, diz-se que os planetas em questão estão “aspetados”,
"estão em contato”, “contatam-se”, "estão ligados",
"ligam-se" ou "se afligem”. Ora Plutão no nosso mapa pode estar bem ou mal aspetado a um outro planeta ou singularidade e existe diferença entre a forma como o processo evolutivo se irá processar.
1.3.1 Aspetos harmónicos
Se no nosso mapa, Plutão está bem ligado ou aspetado a um dado planeta, o processo evolutivo a que esse planeta "está condenado” vai ser feito duma forma suave, gradual, em crescendo e
contínua.
Mesmo num aspeto positivo, o planeta tocado por Plutão está sob a tónica da
transformação que nos obriga a viver a função psíquica do planeta. Quando
Plutão toca um planeta vai obrigar-nos a
lidar com as cargas instintivas, não conscientes que ainda existem na função
psíquica desse planeta. Com um bom
aspeto, nascemos com a capacidade de dizer “SIM” a um processo que nunca é
fácil, porque com Plutão envolvido, é sempre intenso, passional, e de alguma
forma violento, mas é como se eu soubesse denunciá-lo, aceitar a proposta e
navegar com ela. Pouco a pouco, através das coisas da vida que nos vão
acontecendo, vamos trabalhando o planeta ligado harmonicamente a Plutão.
1.3.2 Aspetos desarmónicos
O processo evolutivo a
que o planeta mal ligado a Plutão está “condenado” vai ser
feito duma forma não pacífica. A pessoa nasceu com a força presa, em tensão e vai dar
resistência. Mas essa resistência não vai impedir o processo evolutivo, que se
fará por cima, por choque emocional ou por cataclismo. De fato, a função a que
o Plutão está ligado vai ser vivida de forma instintiva. Eu vou querer segurar,
conter, controlar, manter aquela função, vou-me defender, mas a força não é natural, não flui e
fecha, pois o medo fecha e prende.
Ruy Figueiredo