HOJE IREMOS ABORDAR AS CARACTERÍSTICAS DAS PESSOAS QUE NASCERAM COM O JÚPITER LOCALIZADO NA CASA VII
Significado da Casa VII
A Casa VII é a primeira casa do
Hemisfério Sul (Diurno ou Superior) que integra as casas coletivas ou sociais
VII a XII. Enquanto as casas pessoais do Hemisfério Norte (Noturno ou Inferior)
visam a expansão da consciência individual, as do Hemisfério Diurno, visam a
expansão da consciência social. A Casa VII é, portanto, a primeira das casas
coletivas ou sociais.
A objetividade e a vida exterior são mais
importantes nas casas coletivas, enquanto, nas ditas pessoais, são mais
acentuadas a subjetividade e a vida interior. Nas casas coletivas o indivíduo
age em função do outro, enquanto nas casas pessoais, age em função de si
próprio.
A cúspide da Casa VII (grau e signo que
abre a Casa VII) é chamada de Descendente. Trata-se de uma singularidade do
mapa muito importante e que é oposta ao Ascendente (cúspide da Casa I). O
Ascendente é o ponto de consciência de cada um enquanto o Descendente
representará o ponto de consciência do outro. O Ascendente será o ponto mais
nascente, mais oriental, mais brilhante, mais luminoso e mais consciente do
nativo enquanto o Descendente será o ponto mais ocidental, mais sombrio e mais
inconsciente, precisando do outro para ser iluminado.
Enquanto na Casa I expandimos a nossa
consciência através das iniciativas que tomamos, na Casa VII, ampliamos a nossa
consciência através dos relacionamentos com os outros, e isto porque os
relacionamentos funcionam como espelhos através do mecanismo da projeção.
Dinâmica da Projeção
Segundo Freud, a projeção é um mecanismo
de defesa psicológico que faz com que determinada pessoa projete os seus
próprios pensamentos, motivações, desejos e sentimentos indesejáveis numa ou
mais pessoas. A projeção deste modo, faz com que as pessoas observem nos
outros, as suas próprias caraterísticas reprimidas ou que não conseguem
expressar conscientemente.
A pessoa sente-se inconscientemente
atraída por alguém que apresente ou exprima naturalmente as suas caraterísticas
pessoais reprimidas e rejeitadas.
Ao vivenciar a experiência relacional, a
pessoa que projeta vai poder viver e até consciencializar-se das caraterísticas
pessoais que não consegue exprimir. Deste modo, vai verificar-se uma expansão
consciencial através do outro. É através do convívio com o outro que a pessoa
vai aprender mais sobre si próprio.
Ora a Casa VII é o palco onde o teatro
relacional decorre. Muitas vezes o primeiro passo para começarmos a saber o que
de fato queremos é saber o que de fato não queremos. Ora, para isso, temos
muitas vezes que experienciar coisas que à partida, gostamos, mas que depois
verificamos não serem bem aquilo que desejávamos. Ganhamos consciência através
dos relacionamentos. Deste modo, os nossos piores companheiros(as) relacionais
podem bem ter sido, os nossos melhores mestres, no sentido de que, através
deles (delas) pudemos ganhar um pouco mais de consciência de quem realmente
somos e do que realmente queremos.
A Casa VII, como constatamos, é o grande
palco de todo o tipo de relacionamentos, a saber:
a) Relacionamentos
Afetivos
É a casa que reflete os relacionamentos
sérios, que indica como nos relacionamos, o tipo de pessoas que atraímos, o que
projetamos no outro e as características e "defeitos" do outro que
não conseguimos enxergar em nós mesmos.
b) Relacionamentos
Matrimoniais
É a casa onde está representado o
primeiro casamento, o segundo filho, o cônjuge e a tendência para o divórcio.
c) Relacionamentos
Societários
A Casa VII também reflete os agrupamentos
societários empresariais, acordos, litígios, alianças, uniões e conflitos.
d) Relacionamentos
Associativos
A Casa VII também é o palco para os
relacionamentos associativos.
e) Relacionamentos
de Amizade
Os amigos próximos, os inimigos
declarados ou manifestos, as questões judiciais, as quebras de contrato por
posicionamentos divergentes.
Os planetas localizados na Casa VII, por
sua vez, também fornecem indicações sobre a qualidade das relações, ou seja,
nomeadamente sobre:
a)
As
caraterísticas da relação
Por exemplo, Saturno na Casa VII pode indiciar
que o nativo tem propensão para os relacionamentos baseados no dever e na
obrigação, enquanto Marte revelará a tendência do nativo para batalhas
relacionais tempestuosas, para se apaixonar à primeira vista ou para se casar
rapidamente.
b)
Os
parceiros que atraímos
Enquanto a pessoa não tiver consciência
do tipo de perfil de namorado(a) com quem deseja se relacionar, só atrairá
alguém que seja a expressão pura negativa do(s) planeta(s) que se encontram
localizado(s) na sua Casa VII. Deste modo, o outro vem fazer emergir a quem tem
planetas na Casa VII, aspetos da personalidade do nativo que ele próprio
desconhece. Por exemplo, uma mulher com Marte na casa VII terá propensão para
numa primeira fase, sentir-se atraída por um homem assertivo, dominante e centrado
em si mesmo que lhe dará ordens, gritando. Assim irá gradualmente incorporar o
seu Marte. Quando já não conseguir tolerar esta situação, muito provavelmente,
dará conta de que também tem direito a fazer exigências e terá enfim descoberto
o seu Marte que existia velado em si própria.
Quando o Júpiter natal está localizado na
Casa VII e se encontra dignificado, o nativo terá muita facilidade para
estabelecer relações com as pessoas e adorará envolver-se em projetos e ideias
alheias para partilhar pontos de vista e obter expansão consciencial. Será diplomático
e cooperativo. As sociedades em que se envolver serão prósperas e terá sócios
colaborantes e honestos.
No
que se refere às relações conjugais, o casamento será feliz. No entanto, o nativo
terá tendência para projetar as características jupiterianas no seu companheiro,
que por esse motivo, poderá ser estrangeiro, bondoso, generoso, otimista, bem disposto,
simpático, extrovertido, sociável, sóbrio, leal. No geral, o casamento será
feliz.
Ruy
Figueiredo