TAROT. ARCANOS MENORES - OS OITOS

HOJE FALAREMOS DOS ARCANOS MENORES COM O NÚMERO OITO

                                                                           

OS OITOS

a)       Todos os "8" têm muita força e obtêm resultados práticos, dado que representam transformação, regeneração, reprodução, gestão de recursos interiores;

b)     As pessoas "8" ("4" + "4") são práticas, têm poder material, autoridade, liderança, sentido de organização, capacidade para ganhar dinheiro;

c)            O "8" é o número da perfeição material, da plenitude.

O 8 DE PAUS Z

a)            Nesta carta não aparece ninguém (é a única dos arcanos menores);

b)            Nesta carta os paus estão virados para a terra (estão direcionados para questões concretas) e são paralelos (têm o mesmo sentido o que representa potenciação da energia). Mas terá sido a energia despendida de forma firme e perseverante?

c)        Esta carta significa que é preciso muito trabalho e esforço para levar as coisas para a frente;

d)       Esta carta indica que havendo muita energia, se esta não for canalizada para assuntos concretos, provocará "stress" (sempre que alguém tem ou empreende muita energia num projeto que não consegue materializar rapidamente, entra em stress);

e)            Esta carta também pode indicar que a pessoa já não está a aguentar uma situação qualquer e que está quase a explodir.

O 8 DE ESPADAS 

a)            O 8 de Espadas tem a ver com uma transformação ao nível mental;

b)           Vê-se na carta um personagem de olhos vendados, braços amarrados, pisando o solo com alguma água e rodeado (aprisionado) de 8 espadas cravadas no terreno;

c)       Se tem os olhos vendados, quer dizer que não vê ou não quer ver (no 2 de Espadas também aparece alguém que tem os olhos vendados);

d)            Se está amarrado e aprisionado por espadas quer dizer que está prisioneiro das suas ideias, convicções e não sai desta armadilha. Está preso à sua maneira de ver o mundo, maneira de ver essa que pensa que lhe devolve a realidade. Isso significa que não está a ver bem o mundo ou não quer ver o mundo como ele é, e portanto continua amarrado à perspetiva que tem sobre ele;

e)      Esta carta representa a mente pessimista e castradora que acaba por aniquilar qualquer iniciativa, dados os obstáculos e críticas que dificultam ou impedem a ação;

f)           O significado principal deste arcano é o sufoco e a sensação de que perdemos o controle sobre nosso espaço, que se torna cada vez menor, cada vez mais asfixiante;

g)             Os pés assentes em solo com pouca água poderá indicar que ele já está na lama.

  

O 8 DE OUROS

a)            Nesta carta vê-se um personagem que trabalha com prazer e que é já mestre do seu ofício. Ele está muito concentrado no seu ofício e a todos os pormenores que este envolve. O personagem revela uma grande ênfase no pormenor e na minúcia;

b)       Esta carta revela que a pessoa já se transformou através do trabalho, ou seja, representa alguém que gosta do que faz e por isso se encontra realizado no campo do trabalho.

c)        O ser e a matéria fundem-se, são um só. Quando trabalha vive o aqui e o agora. "Quem corre por gosto não cansa";

d)            O trabalho contribui para o crescimento individual do ser (há quem evolua pelas relações, pelo trabalho, com os filhos, procurando os seus valores, ou através de outra área humana);

e)            Quem gosta do que faz, cria, é um artista, torna-se divino;

f)             Esta carta sugere que é a altura certa para a pessoa dar início aos seus projetos e para se dedicar totalmente ao seu trabalho, pois está numa altura propícia para ser bem sucedido;

g)      Outro significado possível desta carta é que a pessoa chegou ao topo das suas competências, e neste momento as coisas parecem ser até demasiado fáceis, tornando-se repetitivas e monótonas. Nesse caso, está na altura de se iniciar num novo projeto, algo mais desafiante que lhe fará despertar as suas capacidades de adaptação adormecidas e que serão essenciais no desenrolar do seu projeto.

     

O 8 DE COPAS

a)            As taças estão todas de pé significando que a pessoa aceita todo o seu passado emocional. Compreende e integra no seu aprendizado todas as suas relações emocionais do passado. No entanto as taças ficam numa margem e ele está na outra, o que significa que procura a sua identidade emocional, que procura encontrar-se consigo próprio. Procura deixar de fazer projeções, deixar de ter ilusões, não mais se desiludir, ou seja realiza uma viagem interior à procura do significado espiritual da vida.

b)            A Lua marcada do lado esquerdo deste arcano é um eclipse lunar. Há uma esfera menor que cobre suavemente uma maior. E assim, talvez Pamela e Waite quisessem dizer que se trata de uma cobertura do Sol pela Lua. O eclipse demora poucos minutos, mas neste arcano vemos algo que se assemelha à saída (abandono) da cobertura do Sol pela Lua. O personagem está saindo ou abandonando. Temos então um abandono num eclipse lunar. O ato de abandonar é sempre feito com algum desdém, desprezo, indiferença ou como resultado da rejeição de uma situação (por exemplo, alguma ligação já vivenciada e que deixamos de lado).

Ruy Figueiredo

TAROT. ARCANOS MENORES - OS SETES

HOJE IREMOS ABORDAR OS ARCANOS MENORES COM O NÚMERO SETE

 OS SETES

a)            O "7" representa mudança e a busca;

b)            O "7" acaba com o equilíbrio do "6";

c)            O "7" representa também idealismo, ilusão e sonho.

O 7 DE PAUS

a)            No 5 de paus tínhamos a competição saudável para apurar quem era o melhor, quem tinha maiores capacidades. No 6 de Paus, temos o personagem que sobressaiu da competição e que se tornando líder é seguido por vários outros, de forma incontestada, equilibrada e harmónica. Aqui no 7 de Paus temos o líder num plano superior e alguns "desconhecidos" que representam a oposição e que estão a tentar roubar-lhe a liderança, que ele defende com unhas e dentes;

b)            Esta carta diz que é necessário realizar um esforço suplementar (coragem) para mudar ou para manter o "status quo". Esta carta diz que é preciso usar da força bruta para alterar o movimento harmónico e fluído do 6 de Paus;

c)            Esta carta indica que se está a “fincar o pé” para mudar a energia que flui em determinada situação, para o bem ou para o mal. Na maior parte do tempo deixamos nossa vida fluir como um rio, mas algumas vezes, no entanto, nós não nos contentamos com a direção. Precisamos resistir ao fluxo, ou mudar o percurso completamente;

d)     Esta carta significa agressão e desafio porque há os dois lados da mesma moeda. Se atacamos, o nosso oponente se defende. Ele contra ataca e nós nos defendemos;

e)            Algumas batalhas são guerras importantes, outras não. Valerá a pena? Se sim, devemos ser ousados, agressivos. Devemos defender a nossa posição e não devemos desistir. Não devemos batalhar se não valer a pena;

f)          Esta carta pode indicar também, convicções vigorosas. Devemos manter uma posição firme e acreditar no nosso ponto de vista e em nós mesmos.

O 7 DE ESPADAS

a)   Nesta carta vemos um personagem (algo manhosa, raposa velha) que está a sair sorrateiramente de um acampamento (pé ante pé) para não darem por ele e levando (roubando) 5 espadas. Sua expressão traduz um excesso de confiança e de gozo, como se tivesse a certeza absoluta de que não seria apanhado. No entanto, à distância, um pequeno grupo de soldados pode ser visto à esquerda do ladrão e um deles possui a espada levantada. O ladrão foi encontrado. O sete de espadas significa uma carta de engano e traição e indica que é difícil alguém tentar "fazer algo" sem ser detetado e notado;

b)       Muitas vezes, quando alguém faz algo em segredo, convencido que ninguém descobrirá, algo corre mal e o segredo é revelado. Esta carta portanto ensina que não se deve usar a astúcia ou o logro para ganhar uma vantagem sobre alguém ou alguma coisa. A desonestidade deve ser evitada. Às vezes, a pessoa apenas tem de enfrentar o que tem de ser enfrentado, bastando exercer uma boa quantidade de esforço para conseguir o que se quer. "O crime não compensa";

c)        No 6 de Espadas a mente encontra-se equilibrada, tranquila, harmónica. Com o 7 de Espadas a mente está sem referências, dispersa, confusa, fútil, aérea, superficial, suscetível de se deixar influenciar e manipular pelas opiniões, palpites, conselhos, necessidades, sugestões, ordens, pressões e expetativas alheias (família, amigos, professores, "media", religiões);

d)        Em termos emocionais pode representar alguém que quer evitar compromissos emocionais embora fique com um pé dentro e outro fora. "Estou aqui embora não completamente livre para isso";

e)            Representa alguém que age na sombra, manipulador, que não mostra as cartas todas;

f)          Esta carta indica uma pessoa que está a fugir de algo ou alguém. 

       Pode indicar uma separação ou a saída em direção a um novo horizonte ou vida dado não estar satisfeito com a atual;

g)       Esta carta indica uma pessoa que quer ficar sozinha e fazer as coisas à sua maneira não querendo delegar, nem pedir ajuda a ninguém, resolvendo os seus problemas usando apenas os recursos próprios. Não conta com ninguém para seu projeto ou plano. Tudo é um segredo e age com cautela e dissimulação;

h)              Esta carta reflete alguém que foge das suas responsabilidades, de um trabalho duro, de um amor não compreendido ou de quaisquer outros problemas. Trata-se de uma pessoa que quer deixar tudo para não ter que enfrentar a realidade, sem saber que simplesmente fugir é tornar as coisas mais difíceis.

O 7 DE OUROS

a)            O personagem tem um ouro a seus pés e está a contemplar o trabalho que terá de ter para conseguir mais dinheiro;

b)            Há uma sensação de peso, de cristalização e de falta de energia dinâmica. Existem condicionalismos mais severos. Aqui a perseverança só conduz a desperdício inútil da energia, pois o movimento está impedido pelo excesso de bloqueios físicos e psíquicos, internos e externos;

c)            Pode indiciar perda de dinheiro, dificuldade para continuar projetos e medo de fracassar;

d)            Esta carta significa passividade, espera, vazio, demora, observação, limpar o antigo e esperar o novo. O vazio pode ser assustador quando a pessoa não tem a mente aquietada. Mas é melhor aceitarmos esse vazio, decidirmos relaxar e esperar que algo aconteça. Se a pessoa estiver cheia de problemas e não souber o que fazer, o melhor mesmo será não fazer nada. O não fazer nada é uma estratégia, pois quando paramos de fazer, a qualquer momento, captamos a solução. Se sair esta carta, tudo o que for feito para esvaziar mente, coração e alma é positivo nesse momento (um mergulho no mar, caminhada, meditação, etc.) Se a pessoa já fez tudo o que era possível fazer, significa que já colocou a sua energia em movimento e que deve agora, simplesmente, deixar que o universo atue.

 O 7 DE COPAS

a)            O tema central dessa carta é a perdição e o excesso. Perdição na ilusão do mundo (todo o tipo de tentação e interferência que nos tira de nosso caminho). Excesso de luxo e de luxúria, (“tudo o que é demais faz mal”);

b)            A carta representa também o poder que os sentimentos têm de nos fazer perder o contato com a realidade objetiva. O indivíduo se deixa levar por seus desejos e vontades, frequentemente vendo as coisas mais do jeito que ele quer do que como de fato elas são (é enganado, ou melhor auto-enganado (por exemplo, alguém que fantasia com um amor que não existe ou uma pessoa que sonha com uma vida que não tem). O lado prejudicial dessas fantasias é que elas acabam nos impedindo de realmente alcançar o que queremos;

c)        A carta mostra também aquela nossa tendência em sonhar demais e fazer de menos. Quando essa carta aparecer, pergunte-se em que medida está de fato fazendo coisas concretas por seus objetivos, e em que medida está apenas sonhando sobre eles;

d)         Outro significado da carta é o deslumbramento (na carta vemos a personagem ofuscada pelas visões fascinantes na sua frente). Muitas vezes, na vida, nos sentimos incondicionalmente atraídos por outras pessoas, coisas ou situações, que atiçam nossos sonhos, mas que realmente não significam nada. Nós projetamos nossas fantasias;

e)          Esta carta revela uma busca de plenitude. Depois de na carta do 6 de copas ter atingido o equilíbrio emocional, a pessoa deseja encontrar a felicidade e sonha com uma pessoa (taça com a cabeça de um homem), com dinheiro (taça com as joias), glória (taça com a coroa de vitória), com uma casa magnífica (taça com o castelo), com a ascensão espiritual (taça com mulher vibratoriamente elevada que olha para o céu) ou com outras coisas;

f)        Como o "7" representa também a busca, poderemos afirmar que esta carta representa a busca pelo que é real (de todas as ilusões, qual é a verdadeira).

g)     A carta representa uma Hidra – monstro mitológico em que apenas uma cabeça era verdadeira  . Nesta carta as projeções e as ilusões são diversas e a pessoa tem que encontrar o que é real no meio de todas as taças;

h)          Se a pergunta for de natureza afetiva, quer dizer que a pessoa está a achar o outro o máximo (ou porque é "sexy", ou por que tem muito dinheiro, ou porque socialmente é muito considerado, etc.).  Se a pergunta for profissional, quer dizer que a pessoa acha que o emprego vai ser o máximo;

i)       Esta carta revela o lado sonhador, romântico e de encantamento em que a pessoa se encontra. É uma carta de muito idealismo, sonho e projeção;

j)        O tema central desta carta é a ilusão (o lado enganador das emoções, particularmente quando ligadas a coisas materiais). A mensagem principal dessa carta é a de que, embora pareça genuína, a felicidade encontrada nas coisas mundanas revela-se passageira e vazia;

l)             A carta mostra um homem de costas, surpreendido, que vê à sua frente um grupo de taças flutuando sobre nuvens densas. Aparentemente, a visão emite luz forte, já que dele vemos apenas a sombra. É como se, diante de tal espetáculo, o homem fosse reduzido aos seus contornos – ofuscado, despersonalizado, eclipsado por suas visões.– a total absorção do indivíduo pelas ilusões do mundo;

m)     Vejamos o significado de cada uma das taça:

A cabeça – De maneira geral, a cabeça evoca ideias de força de comando, centro e individualidade. O simbolismo da cabeça relaciona-se ao símbolo do uno, da individualidade e do ego – a cabeça é a “morada do eu”. A noção de identidade baseia-se largamente na imagem do rosto. Por conseguinte, no contexto da carta Sete de Copas, a cabeça simboliza o ego, e relaciona-se ao intelecto, poder e autoridade, como também à vaidade. De maneira mais abstrata, a cabeça aqui se relaciona à consciência. A cabeça pode também querer significar alguém que se deseja charmoso, encantador, etc.;

A serpente – A serpente é um símbolo antigo e relaciona-se com a energia em si, pura força. A serpente 
está intimamente ligada às forças subterrâneas, ao inconsciente. Nesse sentido, podemos ver a serpente aqui como um símbolo da parte mais ancestral do homem – o instintivo, o incontrolado, o caótico, nossas emoções mais primárias. A serpente também pode ser vista como a energia sexual, a libido. No contexto da carta, a serpente que sai da taça pode ser um indicativo de perigo e ameaça, como também de instinto, emoções primárias, impulso sexual, como ainda de energia e força vital.

A figura velada – entre a cabeça e a serpente está a imagem mais misteriosa da carta – uma figura humana coberta por um manto branco, de braços abertos e cercada por uma aura vermelha. Tal imagem pode ser vista como uma representação do desconhecido. Com efeito, ela parece representar o Grande Mistério que atrai o homem. Eden Gray, em seu livro Mastering the Tarot, descreve a figura velada em relação ao homem como sendo “(…) a sua própria divindade, esperando para ser descoberta”; 

 A Torre/castelo – “Megalomania, a busca selvagem por ideias fantasiosas e mesquinhez formam o contexto desse símbolo”, diz Oswald Wirth a respeito do simbolismo da torre. A fortaleza do Sete de Copas é grande, e está no alto de uma montanha. Isso pode ser interpretado como desejo por realização, o desejo de alcançar o céu. Note que a torre está logo abaixo da cabeça, o que pode simbolizar a manifestação do poder representado pela cabeça do plano espiritual no mundo material. A torre ou o castelo representam certo distanciamento da natureza – uma construção artificial, que pretende criar um mundo separado, e controlável. Alegoricamente, a torre pode ser um símbolo da mente e do ego, e da construção de um sistema de crenças forte e resistente, porém fechado e vulnerável. No Sete de Copas, ela pode indicar o desejo ou o sonho por poder, domínio e segurança;

As joias – o monte de joias dentro da taça forma o que parece ser um tesouro. Evidentemente, indica fortuna e luxo;

A coroa de louros é um conhecido símbolo de vitória, que tem suas origens na Grécia Antiga. O louro é associado a Apollo, o deus grego do Sol e da luz. Por ser uma planta sempre verde, o louro simboliza imortalidade, não só na cultura grega. O próprio Apollo é um deus eternamente jovem. Na Grécia Antiga, e posteriormente em Roma, coroas de louros eram usadas para indicar grandeza intelectual e vitória em competições e em batalhas. Uma coisa interessante que podemos pensar sobre o simbolismo dessa figura na carta é que a vitória que ela representa também se relaciona a fama e celebridade. A fama é uma forma de perpetuação da existência, através da memória que deixamos para a posteridade. O desejo de celebridade representa, portanto, a necessidade que temos de vencer a morte, de driblar nosso próprio fim. Esse pode ser o motivo da discreta sombra ou reflexo de caveira projetada na taça que abriga a coroa de louros. Popularmente, a caveira simboliza perigo – sua presença em recipientes indica que a substância ali contida é venenosa. Isso pode ser uma indicação de que o desejo de vitória e fama é o mais perigoso de todos;

O monstrinho/dragão – a última taça abriga um pequeno monstro ou dragão azul. Seu aspecto é assustador – ele parece prestes a atacar o homem. Ele pode ser uma representação dos medos, e da parte sombria, desconhecida e selvagem da alma. Assim como a cabeça e o castelo, ele é azul. O azul é a cor mais profunda, e expressa o infinito, inalcançável e surreal. A cor azul dos objetos sugere que eles estão distantes – e isso pode evocar tanto ideias de coisas inalcançáveis quanto associações com fantasias e sonhos.

RUY FIGUEIREDO

TAROT. ARCANOS MENORES - OS SEIS

HOJE IREMOS FALAR DOS ARCANOS MENORES COM O NÚMERO SEIS

   

             

OS SEIS

a)            O "6" é o número do casamento (é repleto de afeto, harmonia, conciliação, amor, bons fluidos e trará estabilidade o suficiente para a formação de uma nova família);

b)        O "6" é a busca da harmonia exterior (afetivamente o que é que devo escolher) e da harmonização interior (pôr a mente e o coração em sintonia);

c)            O "6" é a busca da perfeição e do equilíbrio;

d)            As pessoas "6" são prestáveis, preocupam-se e são responsáveis pelos outros;

e)            Os números ímpares são masculinos e os pares femininos. Apenas o "6" é de ambos os sexos;

f)             Os arcanos menores "VI" trazem a tónica do nº "6", no que se refere à busca do equilíbrio, harmonia e conciliação.

O 6 DE PAUS

a)            No 5 de paus tínhamos a competição saudável para apurar quem era o melhor, quem tinha maiores capacidades. Aqui no 6 de Paus, temos o personagem que sobressaiu da competição (montado num cavalo e empunhando uma coroa) e os outros que o seguem. Há aqui uma harmonia entre o líder e os seguidores;

b)            Esta carta refere-se sempre a uma relação grupal;

c)            Se esta carta estiver relacionada a uma família, a lâmina reporta-se à figura dominante;

d)            Esta carta, no geral, indica vitória, reconhecimento e boas notícias. Em termos profissionais indica sucesso, popularidade e desafios. Em termos afetivos indica solução dos problemas, boas notícias e sorte. Um deles vai seguir o outro, pois esse outro tem capacidades para gerir os assuntos de ambos. Imaginemos que numa relação há a intenção de formar uma empresa. Aquele a quem sair esta carta é a pessoa que vai ter iniciativas e liderar a empresa.

O 6 DE ESPADAS

a)            No 4 de Espadas há uma paragem para encontrar o equilíbrio emocional. No 5 de Espadas pode-se utilizar essa reflexão de forma positiva (distanciamento emocional) ou negativa (envolvimento emocional). A carta 6 de Espadas revela o passeio calmo de uma família num barco pelas águas, o que significa que as emoções estão apaziguadas;

b)            A atmosfera do Seis de Espadas é claramente melancólica. O lago sugere um estado emocional, provavelmente de decepção e tristeza (a mulher parece estar com algum pesar (vencida)). O barco locomove-se pelo lago o que sugere uma mudança de estado emocional. Aqui há a resolução de “partir para outra” sobre um assunto, abandonar as coisas que causaram deceção (" a vida continua");

c)            A carta transmite equilíbrio, tranquilidade, embora com algum pesar. É como alguém que vai para o pé do mar para recuperar energias, para ficar calmo;

d)            O homem vai com a sua família que é o seu suporte emocional. Pode significar que a família tenha atravessado momentos difíceis e está agora a fazer a travessia com tranquilidade;

e)            Se as emoções estão apaziguadas quer dizer que a mente está estável e a funcionar focada e portanto pode indiciar estudos, aprendizagem ou ensino.

O 6 DE OUROS

a)   O significado central desta carta tem a ver com riqueza material, prosperidade e generosidade. Num nível um pouco mais profundo, vemos também a temática do dar e receber;

b)          Nesta carta existe a tentativa de equilibrar as duas cartas de ouros anteriores – o 4 de ouros – personagem egocêntrica e rica e o 5 de Ouros – personagens orgulhosamente sós. Nesta carta, um rico comerciante está a partilhar com a sua mão direita, a sua riqueza (algumas moedas) com aqueles que, agora mais humildes, conseguem aceitar a ajuda. Um dos mendigos recebe os trocos, enquanto o outro aguarda a sua vez.

c)            Aqui há conciliação entre o 4 e o 5 de Ouros. Reparar que o "6" é o número da harmonia e da conciliação;

d)            O corpo físico está saudável bem como todo o restante lado material da vida;

e)     Esta carta pode significar ajustamentos e aumentos salariais, contratos, etc.. Esta carta procura minimizar o fosso entre ricos e pobres. Traduz de certo modo a procura de justiça social. A mensagem implícita na carta é que o real valor de qualquer fortuna existe quando há movimentação de bens e valores. Parte dessa movimentação consiste na doação de recursos aos mais necessitados.

f)              Nesta carta, o consulente tanto pode ser a pessoa que dá como a que recebe;

g)   Em termos de síntese, esta carta representa sucesso material, riqueza, equilíbrio, ponderação, dar e receber, compreensão, compensação, justiça, equidade, igualdade, troca, etc..

O 6 DE COPAS

a)            No 4 de Copas o personagem não está muito recetivo a um envolvimento afetivo. No 5 de Copas o personagem está nostálgico e olha para o passado afetivo com pena e mágoa, quando devia olhar para o futuro e recuperar a estabilidade emocional. No 6 de Copas é anunciado a conciliação, o equilíbrio, a harmonia e a recuperação da estabilidade emocional;

b)            Na carta um duende, numa quinta, está a oferecer uma taça florida a uma donzela. As taças estão floridas significando que a estabilidade emocional já foi recuperada;

c)            A donzela está preparada para amar;

d)            O duende pertence a um mundo mágico e significa que a donzela recuperou o estado puro, simples e mágico do envolvimento amoroso;

e)            A carta representa relações de dar e receber, no entanto, não revela obrigatoriamente que existirá um encontro com alguém, mas sim que existe uma certa predisposição para que isso aconteça dado que a donzela está recetiva, preparada e pacificada.

RUY FIGUEIREDO

TAROT. ARCANOS MENORES - OS CINCOS

HOJE IREMOS ABORDAR OS ARCANOS MENORES DE NÚMERO 5

OS ARCANOS MENORES CINCO

a)    O "5" representa a liberdade de pensamento, de escolha, de agir, o livre arbítrio, a criatividade, a planificação mental, os cinco sentidos, a autoconsciência, a autoexpressão;

b)            O "5" é o número da experiência individual e da descoberta da individualização;

c)          O "5" representa um apelo à transcendência (o homem tenta alinhar a sua consciência ao seu eu superior);

d)            As pessoas do "5" são livres, independentes, curiosas, espontâneas, adoram mudanças;

e)            Poder-se-á então dizer que a tónica básica do "5" é a mudança;

f)             Os arcanos menores "V" trazem a tónica do nº "5", no que se refere ao movimento, ação, experiência, criatividade e transformação;

g)          Na carta do PAPA ou HIEROFANTE vemos um postura estática do Sacerdote Supremo. Como é que isso é compatível com a agilidade e hiperatividade do nº "5"? Pois bem o Papa é aquele que ensina e guia através da concessão de conhecimento (através da comunicação que constitui um dos traços mais proeminentes do número 5. O Hierofante é o mestre, o guru, cuja função principal é manter vivo o conhecimento de sua doutrina, exatamente passando-o aos novos iniciados);

h)    "O número "5" introduz ideias de tempo e movimento que desordenam o sistema estabelecido no Quatro, rompendo os seus limites e possibilitando a evolução do sistema. Nesse sentido, o Cinco não só anarquiza e subverte o status quo, mas também permite que novos objetivos criativos sejam contemplados." (Veet Pramad em Curso de Tarot e o seu uso Terapêutico).

O 5 DE PAUSA

a)            Nesta carta os adolescentes representam a força juvenil, portanto embrutecida e intensa, mas pouco focada (jovialidade, infantilidade, inconsequência, falta de tato, desordem, anarquia, falta de organização, falta de foco e de propósito). Parece que apenas estão brincando e se divertindo. A força aplicada sem foco é gasta por haver em excesso (competitividade saudável, jogos, competição no trabalho). Cada adolescente quer mostrar que é o mais forte, o mais esperto, o mais capaz. Portanto nesta carta vemos uma competição saudável para ver quem é o melhor, quem tem mais recursos, mais capacidades;

b)       Nesta carta nada é sério pois é tudo algo simulado e lúdico. É tipo briga de crianças. A fronteira entre a brincadeira e a agressão é muito ténue;

c)            A desordem que aqui reina recebe um fim na carta seguinte (VI de Paus) onde o nobre cavaleiro impõe a ordem. Os cinco adolescentes na carta 6 de Paus têm agora alguém a quem obedecer e seguir. A energia deles é canalizada para um fim específico (já não é desfocada);

d)            Esta carta representa um teste de capacidades para ver quem se sobressai;

e)          Esta carta pode indicar que a pessoa está a questionar os seus objetivos ou que é um lutador compulsivo;

f)             Esta carta indica que existem sinais de luta, desavenças internas e externas que tornarão imprevisível o resultado final. Esta carta pode sugerir que a pessoa deva partir para a luta (luta espiritual interna, luta com alguém ou contra algum acontecimento externo);

g)            Se esta carta aparece numa pergunta sobre o trabalho, significa que o consulente terá de mostrar as suas capacidades. Se aparecer esta carta numa pergunta afetiva, o consulente terá também que mostrar as capacidades se estiver a competir com alguém;

         

O 5 DE ESPADAS

a)            Esta carta representa um conflito, perda ou derrota. A derrota afetará tanto o vencedor (que será derrotado a longo prazo) como o vencido. É uma vitória sem honra;

b)            Segundo Veet Pramad as 5 espadas poderão ser denominadas de: Crítica, Inveja, Intriga, Ciúmes e Vingança;

c)            A figura principal está a rir-se e a apanhar as espadas dum duelo. Ela está distanciada das emoções, enquanto as outras duas estão a viver as emoções;

d)            A figura principal não se identifica com as disputas emocionais pois sabe que não levam a lado nenhum e trazem mais dor;

e)    Recordemos que o 4 de Espadas representa o luto ou a tentativa de apaziguamento emocional. Se esse luto for feito, se houver tranquilidade emocional, a pessoa pode distanciar-se das emoções futuras, se o luto for mal feito, a pessoa irá novamente envolver-se em conflitos emocionais;

f)           Se num, relacionamento discutirmos para ver quem tem razão, haverá sempre esse duelo, haverá sempre o vencido (junto ao mar a chorar) e o vencedor (o que pega no casaco, para se ir embora);

g)            A carta representa que o consulente está numa das duas posturas (envolvido ou desapegado das emoções). Se envolvido, temos a mente destrutiva, mentirosa, invejosa, degradada e traiçoeira. Se desapegado, temos a mente reorganizada.

O 5 DE OUROS

a)            Enquanto no 4 de Ouros vemos opulência material, nesta carta observamos dois pedintes a passar pela porta duma igreja e que nela não entram para pedir ajuda. Estes pedintes representam "os orgulhosamente sós";

b)      Se no 4 de Ouros a pessoa está muito agarrado ao dinheiro, à matéria, ou seja, se for avarento, poderá atrair o Cinco de Ouros (dificuldades e privações). Se essa pessoa, com o dinheiro que possui, promover a melhoria social, seguramente vai ter um maior desenvolvimento espiritual;

c)            Esta carta passa uma mensagem de cunho social e profundamente filosófica também. Num nível imediato, a imagem dessa carta denuncia as mazelas da nossa sociedade, com seus contrastes. Num nível mais profundo, contempla a própria condição humana. Essa carta mostra uma condição marginal – do lado de fora, os mendigos, leprosos, sem rumo na neve do inverno – são os danados da sociedade. Do outro lado, do qual só podemos ter uma vaga sugestão pelo vitral, o interior quente, confortável e ricamente ornado da catedral – a Igreja, dona da mentalidade vigente, do establishment. Na carta, temos, muito levemente, esse contraste delineado;

d)            Esta carta passa também uma mensagem espiritual. Tudo se centra na janela. A janela é também um símbolo de passagem, e marca o contato limitado entre dois mundos, entre dois estados de ser. Aqui, ela é uma ligação entre a realidade hostil do mundo humano, e a graça e glória do mundo espiritual, do qual só temos um mero vislumbre através das cores do vitral. (longe do Espírito, todos não somos nada além de carne ambulante e perecível às intempéries);

e)            Na carta os mendigos são um casal e parece indicar que mesmo sob a miséria total, não se separam. Em leituras sobre amor, esta carta poderá ser interpretada como o casal passando por dificuldades que testam sua união;

f)             Se prestarem atenção ao mendigo verão que traz um sino ao pescoço. Esse é um antigo sinal de lepra – leprosos costumavam ter sinos no pescoço para que as pessoas soubessem facilmente quando eles se aproximavam e, assim, saíssem de perto. Os curativos na cabeça e no pé direito do homem confirmam isso. Mais uma vez, a temática da intensa exclusão social.

O 5 DE COPAS

a)         O Cinco de Copas é provavelmente uma das cartas mais incômodas do Tarot. Sua atmosfera depressiva é eloquente e fala por si só. De fato, no geral sinaliza tristeza, perdas, depressão e luto. Esta carta é nostálgica. Representa uma certa saudade. Tem a ver com o fado. A personagem está num luto afetivo;

b)    No Cinco de Copas, a passividade do naipe (copas = sentimentos, emoções, etc.) é perturbada pela agressividade do número 5. A energia 5 muitas vezes pode manifestar-se na forma de catástrofes e acidentes, trazendo a mudança de forma súbita e irreversível. Assim, da combinação entre as Copas e o 5, sonhos e fantasias se desmoronam, laços são desfeitos e sentimentos são magoados. No entanto, aspecto de expansão consciencional do número 5 sugere que tais desilusões fazem parte do processo de aprendizado, onde nos desfazemos de laços antigos em nome de um conhecimento mais amplo sobre as coisas;

c)       Nesta carta, o céu cinza sugere tristeza, apatia e confusão mental. Dias nublados e chuvosos geralmente são vistos como tristes, depressivos e nostálgicos;

d)            Nesta carta, o chão árido (nenhuma planta, pedra, ou qualquer coisa que seja) confere à carta um aspecto desolado, sem vida. Estendendo-se por quase toda a área da carta, dá a ideia de um deserto – solidão e desamparo. A água que cai das três taças é absorvida pela terra infértil do chão e provavelmente não vai frutificar em nada. São lágrimas na areia;

e)            Nesta carta, o personagem está cercado por um ambiente árido, cinza e morto. Esse ambiente metaforiza o estado emocional do personagem. De costas, coberto por uma simples capa negra, numa postura reta e com os ombros encolhidos, ele olha insistentemente para as três taças caídas na sua frente. No Tarot, geralmente figuras de costas para o observador indicam isolamento, retirada. Sua capa negra pode representar luto; sua postura enrijecida, com os ombros encolhidos, sugere estagnação e extrema tensão. Os ombros encolhidos e voltados para dentro denotam também introversão e vulnerabilidade (encolhemos nossos ombros quando nos sentimos fragilizados, ou quando nos sentimos ameaçados);

f)    Nesta carta, as 3 taças caídas representam problemas emocionais do passado. A personagem está a olhar para as três taças caídas (passado) embora as que estão em pé significam que a vida continua e que há a promessa duma nova vida afetiva. A personagem tem saudades do que já viveu e está nostálgica em relação à perda amorosa que sofreu. Já viveu a dor pela perda mas ainda continua a olhar para o passado. Esta carta significa que a pessoa sofreu um corte afetivo (porque o outro a deixou, porque morreu, ou porque o outro ou ela aceitaram a taça da carta 4 de copas). A personagem sente pena por isso ter acontecido. Enquanto ela olhar para o passado, enquanto estiver centrada na dor emocional do passado, ela não olhará para o futuro.

g)            A pessoa sente baixa auto estima, não se valoriza nem se respeita. A pessoa tem que aceitar morrer (esquecer o passado) para renascer para uma nova postura;

h)            O 5 de Copas vem abalar a calma do 4 de Copas. O "5" é movimento, mudança, transformação. Se a pessoa no 4 estava calma porque estava indefinido, então o "5" vem acordá-lo;

i)              Nesta carta pode-se ver um rio. O rio tem um papel especial nessa carta. Ele aparece em diversas cartas do Waite-Smith, e sempre sinaliza uma mudança significativa;

j)              Nesta carta pode-se ver uma ponte. A ponte (segundo o site Dictionary of Symbolism) "é inerentemente simbólica de comunicação e união, seja entre o céu e a terra, ou entre dois reinos distintos. (…) é o final de um ciclo e o começo de outro. Em muitas culturas, a ponte é o limite entre o que pode ser visto e o que está além da percepção, ou ao menos uma mudança, ou desejo de mudança”. No Cinco de Copas, a ponte é o elo que une os dois estados de ser; ela representa o recurso de trasição entre a depressão e a recuperação;

k)            Nesta carta pode-se ver um castelo/fortaleza que representa basicamente proteção, conforto e segurança. No contexto da carta, ele representa o lugar de reabilitação, o lugar seguro onde o personagem vai recuperar-se das feridas que arranjou no meio do seu caminho. Observe como o castelo é cercado por árvores e relva. Em contraste com a terra seca que predomina na carta, o castelo do Cinco de Copas é como um oásis de vida;

l)      Em síntese, esta carta mais do que simplesmente indicar tristeza, traz uma mensagem inerente de recuperação e superação. Cedo ou tarde, o personagem da carta vai dar-se conta de que não adianta mais chorar.

Ruy Figueiredo