segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

ASTROLOGIA. URANO (PARTE I)

HOJE INICIAREMOS A GRANDE VOLTA PELO PLANETA URANO

URANO – Planeta lento, geracional, transcendente e impessoal
Urano, Netuno e Plutão são designados de planetas lentos, porque demoram tempo significativo para completarem uma revolução à volta do Sol. Para percorrerem cada signo, precisam em média de 7 anos (Urano), l4 anos (Netuno) e 21 anos (Plutão). Para executarem a revolução completa em torno do Sol consomem 84 anos (Urano), 163 anos (Netuno) e 248 anos (Plutão).
Como estão muito tempo em cada signo, são também apelidados de planetas geracionais, dado que durante um período de tempo apreciável todos os nativos do planeta Terra, nascem com cada um destes 3 planetas num signo (por exemplo, a geração de Plutão em Leão reúne todos os habitantes do Planeta Terra nascidos entre Agosto de 1938 e Junho de 1955).
Estes planetas também se designam de planetas transcendentes ou impessoais porque como não são planetas da personalidade ou pessoais, a sua função é levar o nativo a transcender ou ir mais além da sua personalidade. Parafraseando Flávia de Monsaraz, “os planetas lentos são mensageiros da galática, são emissários de outra dimensão, são a certeza de que o Mundo existe para lá da nossa realidade material e para lá dos condicionalismos psíquicos da nossa personalidade. Os planetas lentos, basta existirem, para serem exatamente o chamamento daquilo a que a alma tem que conectar-se para sentir-se novamente ligada à fonte da vida.”

URANO – Mente Cósmica
Urano representa a mente cósmica, universal, intuitiva, superior, divina a que todos pertencemos e que contem a intenção evolutiva do Mundo. O Mundo vai evoluindo e cada um dos seus seres é empurrado na senda da evolução, mas nem todos respondem imediatamente e com a mesma velocidade a esse apelo. Todos são chamados a evoluir sendo que uns respondem mais depressa do que outros porque nem todos, num dado momento, têm o mesmo estado vibratório. E Urano pretende que nos libertemos das amarras diversas que aprisionam o nosso ser e que nos cristalizam, limitam e nos impedem de evoluir. Evoluir significa adquirir expansão consciencial, significa individualizarmo-nos. “Quanto mais individual, mais universal, dizia Fernando Pessoa”. Quanto mais individuais nos tornamos, mais livres ficamos. A expansão consciencial adquirida pelo processo de individuação, torna-nos, deste modo, mais livres. Ampliamos a nossa consciência quando descobrimos um pouco mais de nós e descobrimos um pouco mais de nós quando enfrentamos e ultrapassamos os diversos obstáculos, condicionalismos ou condicionantes que atraímos para nós próprios, sejam eles de natureza profissional, relacional, ou de outro tipo. Todas estas situações de conflito aparecem para que possamos ser livres. De fato, ao vencermos os diversos obstáculos que atraímos, atingimos um nível de consciência para o qual esses obstáculos deixam de importar. Quando tal acontece, deixamos de estar condicionados e ficamos livres. Esse é o grande objetivo do Universo e Urano, como seu emissário, constitui o agente da modificação da consciencial individual. O Universo coloca-nos perante a dor para que possamos sair dela e descobrir o potencial de liberdade que existe em cada um de nós.


URANO nas Casas
Urano é o planeta da revolução e da libertação. Deste modo, a casa onde se encontra localizado, ou melhor, a área ou setor da atividade humana correspondente à domiciliação do Urano, irá, desde muito cedo, ser experienciada pelo nativo, de uma forma descondicionada e libertadora. Por exemplo, Urano natal na Casa I significa que o nativo irá viver aquela casa de uma forma livre e descondicionada. Como a Casa I refere-se à expressão do indivíduo, obviamente que este desde muito cedo terá impulsos ou forte necessidade para ser ou tornar-se uma pessoa independente e livre.



URANO aspetando um planeta
Se no mapa natal, Urano está ligado a um planeta, isso significa que o nativo nesta vida, irá experienciar a função psicológica associada a esse planeta, de uma forma que lhe permita ampliar a sua consciência sobre a mesma e a sentir que lhe é devolvido um sentimento de liberdade e de unicidade.

A - Aspeto tensional
Se o aspeto de ligação entre Urano e determinado planeta natal é tensional isto poderá significar que o nativo noutras vidas terá experienciado a função psicológica associada ao planeta, de uma forma condicionada, ou seja, o nativo, noutras vidas, terá vivido excessivamente dependente de uma situação condicionante cultural, social ou familiar qualquer. Se o nativo, noutras vidas, viveu condicionado, isso significa que não terá feito o processo ou trabalho de individuação que tinha que fazer e deste modo não conseguiu “ser” quem de fato era. Nesta vida, vem então, com a memória do estrangulamento sentido e vivido e essa memória impele-o, de forma inconsciente, a rejeitar a maneira como viveu no passado. Nasce já contra o passado do qual não tem consciência, do qual não se lembra, mas que de forma inconsciente sente que não deve repetir. Esta não consciência, vai obrigar o nativo, numa primeira fase de vida, a não saber como viver o planeta sem sufoco, falta de ar e medo. Deste modo, o indivíduo, vai ser rebelde no sentido que irá negar, recusar e não se entregar e isso porque tem medo de perder a liberdade e de voltar a ser condicionado por uma situação qualquer. Deste modo, a pessoa nasce sem saber viver a função psicológica do planeta a que tensionalmente Urano se encontra ligado, mas apenas a sentir que a não quer viver sem liberdade, como a viveu no passado.
Se o Urano está em quadratura a qualquer planeta da personalidade (Sol, Lua, Vénus, Mercúrio, Marte) isso significa que o nativo, em relação àquele planeta, não aceita a Ordem Cósmica e vai contestar, vai se tornar um rebelde. De fato, aquele planeta ouve o apelo de liberdade, mas ouve-o de forma desafinada, ouve-o sem ainda saber de que lado está a liberdade. Só contesta quem ainda não é livre, quem, apesar de querer a liberdade, ainda não sabe de que lado ela se encontra. E deste modo, numa primeira fase de vida, o nativo não saberá o que fazer para mudar, para se ver livre dos condicionalismos que não o deixam ir mais longe na descoberta de quem é que é de fato. Mas Urano está lá para fazer com que o nativo possa descobrir quem é de fato, para encontrar a sua verdadeira natureza, o seu eu mais profundo.


B - Aspeto harmónico
Se Urano no mapa natal está bem ligado a um planeta isso significa que o nativo noutras vidas já conquistou grande parte da sabedoria de vivência em liberdade da função daquele planeta. Significa que aquele planeta já é bastante livre. O nativo durante a sua vida apenas atrairá situações onde a sua liberdade não seja posta em causa. Mesmo em situações onde possam existir tentativas de cercear essa liberdade, o nativo fácil e naturalmente as contornará, não se deixando aprisionar. Possivelmente, nas vidas futuras, o Urano deixará de estar aspetado a esse planeta, pois o nativo terá conquistado a plenitude da sabedoria da vivência em liberdade da função psicológica associada a esse planeta.

Ruy Figueiredo


segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

ASTROLOGIA. NETUNO NA CASA XII (PARTE XXV)

HOJE ABORDAREMOS AS CARATERÍSTICAS DOS INDIVÍDUOS QUE NASCERAM COM NETUNO SITUADO NA CASA XII

Casa XII – Casa Social ou Coletiva
A Casa XII é uma casa social ou coletiva e neste sentido a expansão consciencial do nativo é obtida através da sua interação com os outros.

Casa XII – A terceira casa do “nós”
A Casa XII pertence simultaneamente ao Hemisfério Oriental ou do “Eu” (casas I a III e casas X a XII) e ao Hemisfério Sul ou Diurno (casas VII a XII).
Por ser uma casa “oriental”, nela o nativo não se deixa influenciar pelos outros, pelo meio em que vive e pelas circunstâncias da vida. Ele próprio é o motor do seu destino. Por ser também uma casa “diurna”, o nativo precisa de ter experiências com os outros para ampliar a sua consciência. Deste modo, na Casa XII o nativo vai tomar conta do barco da sua vida mas sem deixar de prestar atenção à existência dos outros.
A Casa XII é a terceira casa do “nós”. Na Casa X (1ª casa do “nós”), o indivíduo pertence ao ser coletivo estruturado, mas responde solitariamente a esse coletivo (navegamos no mesmo barco). Na Casa XI (2ª casa do “nós”) o indivíduo pertence ao ser coletivo fraternal e idealizado e responde a esse coletivo de forma não solitária e de forma mental e abstrata (somos todos irmãos). Na Casa XII, e finalmente, o indivíduo pertence ao ser coletivo individualizado e responde a esse coletivo de forma emocional, sentida (somos todos um).

Casa XII – A terceira casa de Água
Existem três casas de água. A Casa IV é a primeira casa de água e representa as águas do Caranguejo que têm a ver com a nossa herança em termos genéticos, hereditários, psicológicos, educacionais, emocionais e com a nossa maior ou menor capacidade para nos sentirmos alimentados e felizes em função desse “património” herdado.
A Casa VIII é a segunda casa de água e representa as águas abissais, profundas, instintivas, inconscientes, animais, irracionais, obsessivas, primárias, egocêntricas, separatistas, violentas, psíquicas e cármicas do Escorpião. Nesta casa, o nativo sentir-se-á seguro emocionalmente se conseguir satisfazer os seus desejos mais recônditos e profundos e se conseguir satisfazer o seu instinto inconsciente de sobrevivência à vida.
A Casa XII é a terceira casa de água e já tem a ver com as águas do oceano cósmico às quais nos devemos render e entregar. Essa entrega do nosso ser à “VIDA” apenas será conseguida quando confiarmos nela e acreditarmos que sempre cuidará de nós e nos levará para onde temos que ir. Só consegue nadar nas águas deste oceano cósmico, aqueles que naturalmente se rendem e se entregam à “VIDA”, submetendo-se à sua VONTADE. São pessoas para quem as referências biológicas da Casa IV perderam sentido ("Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?" disse Jesus) e para quem os instintos, os medos e as inseguranças da Casa VIII, foram superados.

Casa XII – Casa do Isolamento e do Clandestino
A Casa XII reflete a área da vida humana relacionada com toda a forma de isolamento. Deste modo, tem a ver com as instituições psiquiátricas, prisões, hospitais, mosteiros, etc.. Paralelamente, a Casa XII também representa tudo o que é clandestino, secreto ou oculto, nomeadamente os casos afetivos clandestinos, os inimigos e perigos ocultos, entre outros.

Casa XII – Casa das dores
A Casa XII está relacionada com a tristeza, sofrimento, ansiedade e frustrações que vão aparecendo ao nativo ao longo da sua vida.

Casa XII – Casa da Fuga
A Casa XII regida tradicionalmente por Netuno reflete as caraterísticas netunianas ligadas ao escapismo, sonho e fantasia. Deste modo está relacionada com as fugas à realidade quotidiana, nomeadamente com bares, discotecas, fins de semana, férias e com a própria noite.

Casa XII – Casa Espiritual
A Casa XII reflete o desejo de união com o TODO e deste modo é uma casa de transcendência espiritual.

Casa XII – A casa do Sofrimento e da Entrega à “VIDA”
A “VIDA” é inteligente e tem um propósito para cada um de nós. Quando tomamos consciência da sua força percebemos que não vale a pena controlar e dirigir a vida, porque o que temos que fazer é apenas aceitá-la como ela se nos depara.
Na Casa XII, quando sofremos por algum motivo ou restrição (doença, prisão, etc.), tomamos consciência da nossa impotência e de que não podemos mudar as coisas que nos acontecem ou seja, não podemos mudar o que a “VIDA” nos reservou. Se resistirmos, continuaremos a sofrer, mas se nos entregarmos incondicional e interiormente, tudo muda. O nativo sofre na Casa XII porque ainda tem dificuldade em aceitar a dor e o sofrimento que lhe são impostos. No geral, as pessoas que têm planetas nesta casa, desde muito cedo, atraem situações cármicas dolorosas que não contornar. No princípio sofrem, sofrem, sentem-se vítimas, mas ao fim de algum tempo, começam a fazer uma espécie de trabalho interior que as vai fazer aceitar e perdoar o que a “VIDA” lhes destinou. O perdão é que as remete para o presente, pois enquanto não houver a aceitação e o perdão, há uma parte delas que ainda sofre, que ainda resiste. A partir do momento em que já não resistem, aquela dor, aquele nó, que era a incapacidade de aceitarem, deixa de as fazer sofrer porque se desfaz e as liberta e pacifica.
A Casa XII, pode representar deste modo, uma prisão ou a liberdade. Prisão quando resistimos, liberdade, quando mudamos a nossa atitude interior para com a “VIDA” e para com as situações que a “VIDA” nos presenteou. Portanto a Casa XII só se resolve, mudando o interior e não querendo mudar o exterior (circunstâncias da vida).
A paz interior conquistada permite a essas pessoas levarem aos outros um sorriso, tranquilidade e paz, e ao mesmo tempo, perceberem que apesar de não terem uma vida satisfatória, grande parte da sua satisfação passa por ver os outros bem.
As pessoas que passam por muito sofrimento ficam com o coração mais aberto à compaixão. Possivelmente escolheram, nesta encarnação, viver o sofrimento para poderem evoluir espiritualmente.
  
Significado de Netuno
Netuno rege o signo de Peixes. É um planeta feminino, passivo, recetor, “yin” e portanto está ligado às emoções e aos sentimentos. Netuno é o apelo do absoluto, do amor universal e do serviço. É o nosso apelo mais inconsciente de unidade, de totalidade. Netuno quer sempre ligar, mas ligar de uma forma total.

Significado de Netuno na Casa XII
Netuno na Casa XII configura o planeta do inconsciente coletivo na casa do inconsciente individual.
Netuno faz sempre o apelo do Absoluto e estando nesta casa, o nativo sentirá inconscientemente que de fato a vida tem uma dimensão que não está presente nas coisas visíveis e exteriores.
Mas como sabemos, Netuno absolutiza, idealiza, cria expetativas e o nativo poderá projetar para a vida exterior ou para a vida interior.
Se a pessoa projetar o Netuno para fora de si, para o exterior, para a vida exterior, as expetativas não vão ser satisfeitas, irá desiludir-se e a Casa XII ou a sua vida interior, não lhe serão devolvidas.
Quando a pessoa já está num determinado patamar de desenvolvimento, naturalmente projetará aquele Netuno para a sua dimensão interior mais profunda e então possivelmente já não irá desiludir-se de forma tão significativa.
Netuno na Casa XII dá nativos com fortes tendências religiosas, com habilidades psíquicas e com necessidade de privacidade e isolamento necessários à busca espiritual.


Ruy Figueiredo

terça-feira, 15 de novembro de 2016

ASTROLOGIA. NETUNO NA CASA XI (PARTE XXIV)

HOJE ABORDAREMOS AS CARATERÍSTICAS DOS INDIVÍDUOS QUE NASCERAM COM NETUNO SITUADO NA CASA XI


Casa XI – Casa do Planeta Urano e do Signo de Aquário
A Casa XI é regida por Urano e o seu signo natural é Aquário.
Urano impulsiona-nos a dizer “sim” a experiências e a situações desconhecidas, impele-nos para a mudança, para irmos para a frente e para nos libertarmos do passado e dos diversos condicionalismos que nos aprisionam. A Casa XI, regida por Urano, espelha este desiderato, no sentido, de que o nativo tem que se libertar do conhecido e das restrições que o impedem de avançar para outra dinâmica de vida. Só que nesta casa, terá que fazê-lo com outras pessoas, para que possam em grupo, juntos, como irmãos, realizar qualquer coisa que melhore a sociedade em que vivem. E deste modo, o nativo irá ampliar a sua consciência.

Casa XI – Seu Significado
Através das experiências das Casas I a VI, o nativo conhece-se apenas através de si próprio. A expansão consciencial é subjetiva e egocentrada. Nas Casas VII, VIII e IX, o nativo desenvolve a sua consciência através do outro, por relacionamentos, traumas psíquicos e pela via do conhecimento intelectual. Na Casa X, o nativo amplia a sua consciência ao responder objetivamente e ao levar a sua quota-parte de responsabilidade para o mundo, para que este funcione melhor. No entanto ainda participa sozinho nas estruturas do coletivo. Ou seja, a Casa X é a primeira casa do “nós” mas ainda é a casa de um “nós” solitário e individual. A Casa XI é a segunda casa do “nós”, mas de um “nós” já grupal (“somos todos irmãos”) que reúne os seres por laços ou vínculos de natureza diversa e com a finalidade de mudar o mundo.
Enquanto a Casa X, de Saturno, visa a estruturação, a Casa XI, de Urano, visa a transformação social, ou seja, já contempla uma dinâmica de mudança, coisa que na Casa X não se verifica.
Na Casa XI as pessoas juntam-se a outras pessoas com as quais partilham a mesma capacidade de ver a vida e juntos tentarão fazer qualquer coisa para mudar a sociedade. Por isso esta casa é conhecida como a casa dos amigos, porque os amigos são aqueles seres com quem partilhamos a mesma maneira de ver o mundo.
Sempre que existe um grupo de pessoas que se juntam, a razão do seu agrupamento radica no fato de terem todos o mesmo objetivo e é isso que os faz reunirem-se e tentar mudar o “status quo” das coisas. Reconhecem que juntos têm muito mais capacidade do que sozinhos, para transformar a sociedade.


Casa XI – Casa dos Grupos e dos seus Eventos
A Casa XI está relacionada com os grupos, clubes, associações, coletividades, sindicatos, partidos políticos, organizações não governamentais, tribos, amigos, etc.. Está também relacionada com os eventos grupais como almoços, jantares, batizados, festas, reuniões, nos quais existe a finalidade de celebração, comemoração e intensificação dos laços do grupo.


Significado de Netuno
Netuno rege o signo de Peixes. É um planeta feminino, passivo, recetor, “yin” e portanto está ligado às emoções e aos sentimentos. Netuno é o apelo do absoluto, do amor universal e do serviço. É o nosso apelo mais inconsciente de unidade, de totalidade. Netuno quer sempre ligar, mas ligar de uma forma total.


Significado de Netuno na Casa XI
Netuno amplia, absolutiza, potencia tudo que toca. Deste modo, é natural que posicionamentos deste planeta na Casa XI, poderão induzir o nativo a criar expetativas sobre os amigos ou grupos onde se encontra inserido. Os amigos e os grupos serão o máximo, sendo que mas mais cedo ou mais tarde, o nativo irá desiludir-se quando verificar que afinal, a amizade e os grupos não lhe devolvem aquilo que esperava que lhe devolvessem.
Se os aspetos negativos de Netuno emergirem (confusão, escapismo, fuga, etc.) é natural que o nativo atraia amigos confusos, doentes ou psicologicamente instáveis (o amigo desgraçado, doente ou louco).
Se os aspetos positivos de Netuno emergirem (criatividade, espírito de ajuda, solidariedade, compassividade, etc.) haverá tendência para que o nativo desenvolva uma forte ligação espiritual com os amigos e os associados. Será sensível às necessidades da humanidade e juntar-se-á a grupos com objetivos humanitários ou espirituais.


Ruy Figueiredo




sexta-feira, 4 de novembro de 2016

ASTROLOGIA. NETUNO NA CASA X (PARTE XXIII)

HOJE ABORDAREMOS AS CARATERÍSTICAS DOS INDIVÍDUOS QUE NASCERAM COM NETUNO SITUADO NA CASA X

Significado da Casa X
A Casa X está relacionada com aquilo que o nativo pretende “ser” quando crescer. Nesse sentido, tem a ver com a imagem, função e participação que consciente ou inconscientemente, deseja implementar na sua vida pública, social e profissional.
Deste modo, a Casa X reflete a forma como o nativo se comporta na vida pública, como deseja ser reconhecido socialmente e como efetivamente o reconhecem. É a casa da carreira profissional, do “status” e está relacionada com o signo de Capricórnio e com o planeta Saturno.

Casa X – Casa de Terra
A Casa X é a última casa de terra. A 1ª casa é a Casa II (Touro) que tem a ver com as ferramentas, valores e dotes que trazemos ao mundo e que podem ser desenvolvidos e postos em prática. Esta casa representa afinal, aquilo que valemos e que somos capazes de fazer. A 2ª casa é a Casa VI (Virgem) que tem a ver com o trabalho (serviço) concreto que podemos produzir. A 3ª e última casa é a Casa X que representa a área onde podemos atingir a máxima realização social e profissional.
As casas de terra são casas materiais e portanto estão ligadas ao mundo concreto e prático (trabalho, serviço e realização).


Casa X – Casa Social ou Coletiva
Enquanto nas casas ditas pessoais (I a VI) a expansão consciencial do nativo é obtida através de si próprio, nas casas ditas sociais (VII a XII), a expansão consciencial é obtida através da interação com o outro.


Casa X – 1ª Casa do “Nós”
A Casa X pertence simultaneamente ao Hemisfério Oriental ou do “Eu” (casas I a III e casas X a XII) e ao Hemisfério Sul ou Diurno (casas VII a XII). Por ser uma casa “oriental”, nela o nativo não se deixa influenciar pelos outros, nem pelo meio em que vive nem pelas circunstâncias da vida, sendo ele próprio o motor do destino. No entanto, por ser também uma casa “diurna”, o nativo precisa de ter experiências com os outros para ampliar a sua consciência. Deste modo, na Casa X o nativo vai tomar conta do barco da sua vida mas tendo sempre em atenção a existência dos outros. É a primeira casa do “nós”.
Nas Casas VII, VIII e IX, o nativo interage com o outro mas ainda sem o considerar como integrado no coletivo, ou seja, como pertencente ao mesmo barco gigante em que ele se encontra (sociedade, país, etc.). Na Casa VII consegue “ver” o outro porque começa a gostar do outro e tal fato obriga-o a reconhecer a importância de se relacionar com uma identidade distinta de si próprio. 
Na Casa VIII consegue “ver” o outro porque ao reconhecer a importância da identidade do outro na sua vida, não o quer perder e porque não o quer perder, controla-o e porque o controla, atrai dramas e porque atrai damas, sofre e ao sofrer, morre, e ao morrer, renasce. 
Na Casa IX, o nativo já consegue ver o outro, mas já sem carência, sem posse, sem instintos. O outro já é considerado um ser com que priva socialmente, reconhecendo-lhe, conscientemente, uma identidade própria e livre que deve tratar com respeito, justiça e honestidade.
No entanto, só nas Casas X, XI e XII, é que o nativo integra o outro no coletivo. 
Deste modo, a Casa X é a primeira casa do “nós”.


Casa X – Casa da Autoridade
Na Casa X estão refletidas as pessoas que desempenham ou desempenharam um papel de referência, poder e autoridade sobre o nativo (mãe, professores, patrões, entre outros).


Casa X – Casa da Carreira e da Profissão
A Casa X também pode fornecer informação sobre a carreira ou vocação do nativo. Uma Casa X fortemente energizada pode indiciar um nativo que viverá a carreira com muita intensidade e que por isso angariará um estatuo social considerável.


Casa X – Casa da Imagem Social
A Casa X fornece também informação sobre a forma como o nativo se comporta publicamente, sobre a imagem que quer apresentar ao mundo (por exemplo, o tipo de roupa que usa nos encontros sociais e profissionais) e ainda como os outros o percecionam, em termos públicos e sociais.


Casa X – Casa da Resposta ao Coletivo
A Casa X fornece indicações sobre a natureza do contributo que o nativo poderá dar ao coletivo. Este contributo pode ser político, militar, religioso ou de outra natureza.


Significado de Netuno
Netuno rege o signo de Peixes. É um planeta feminino, passivo, recetor, “yin” e portanto está ligado às emoções e aos sentimentos. Netuno é o apelo do absoluto, do amor universal e do serviço. É o nosso apelo mais inconsciente de unidade, de totalidade. Netuno quer sempre ligar, mas ligar de uma forma total.


Significado de Netuno na Casa X
Manifestações Positivas de Netuno
Quando Netuno está localizado na Casa X e manifesta-se de forma positiva, o nativo pode ter uma carreira espiritual ou artística e sentirá fortemente que tem qualquer coisa de crucial para levar ao mundo. Sente o apelo de missão, de abrir espiritualmente o mundo ou de levar os seus dotes e capacidades artísticas ao coletivo. Isto é assim sobretudo para quem tenha o Netuno conjunto ao Meio do Céu. Nestes casos, os nativos são pessoas muito carismáticas no plano religioso ou artístico. O Papa João Paulo II tinha Netuno conjunto ao Meio do Céu a pouco mais de 3º de orbe (líder espiritual). Ayrton de Senna (corredor brasileiro de fórmula I) tinha o Netuno a cerca de 30 segundos de grau do seu Meio do Céu. Cristiano Ronaldo tem o Netuno também a menos 30 segundos de grau do seu Meio do Céu. São pessoas muito carismáticas que vão ser idolatradas, idealizadas e absolutizadas pelos outros.

Manifestações Negativas de Netuno
Quando Netuno está localizado na Casa X e manifesta-se de forma negativa, poderão emergir a confusão, difusão, escapismo e fuga. Deste modo, o nativo mitificará, absolutizará a sua profissão, ou seja, alimentará expetativas de que a profissão lhe devolverá a máxima satisfação, o que não irá acontecer. O nativo idealizará de tal maneira as suas aspirações na vida que haverá tendência para a instabilidade ou confusão na sua carreira. O nativo sente que aquilo que faz na sociedade ou que leva para o coletivo lhe irá devolver o máximo. E verifica ao fim de certo tempo que as expetativas que projetou não lhe serão devolvidas. Ao experienciar esse processo de ilusão-desilusão, começará de deixar de projetar.


Ruy Figueiredo

sábado, 8 de outubro de 2016

ASTROLOGIA. NETUNO NA CASA IX (PARTE XXII)

HOJE ABORDAREMOS AS CARATERÍSTICAS DOS INDIVÍDUOS QUE NASCERAM COM NETUNO SITUADO NA CASA IX

Significado da Casa IX

Casa IX – 3ª Casa de Identidade
Na Casa I, a primeira casa de identidade, ao afirmarmo-nos, ao termos iniciativas, vamos ganhando alguma consciência de quem nós somos. Na Casa V, a segunda casa de identidade, ao levarmos ao mundo as nossas criações, tomamos consciência do ser especial que somos. Com a vivência da Casa IX, saímos da esfera do eu pequenino e percebemos que a nossa identidade afinal só pode ser dimensionada noutras esferas, ou seja, não somos apenas quando e porque agimos (Casa I), não somos tão pouco apenas quando e porque criamos, mas somos sobretudo quando conhecemos, quando conseguimos enxergar para além do nosso umbigo. Por isso, a Casa IX permite a expansão da consciência para níveis mais elevados.

Casa IX – Casa social ou coletiva
Enquanto nas casas ditas pessoais (I a VI) a expansão consciencial do nativo é obtida através de si próprio, nas casas ditas sociais (VII a XII), a expansão consciencial é obtida através do outro. Na Casa VII, ampliamos a consciência de quem somos através dos processos de identificação e desidentificação com o outro. Na Casa VIII, ampliamos a consciência de quem somos através dos processos de morte e renascimento das nossas posturas instintivas que emergem com a vivência fusional e tensional com o outro. Na Casa IX a expansão consciencial também é realizada através do outro mas com base em outros mecanismos que descreveremos mais adiante.

Casa IX – Última casa do Outro
O Eixo Meio do Céu-Fundo do Céu divide o mapa em dois hemisférios: o Hemisfério Oriental (casas I, II, III, X, XI e XII) e o Hemisfério Ocidental (casas IV, V, VI, VII, VIII e IX).
No Hemisfério Oriental, também conhecido como “O Hemisfério do EU”, o nativo não se deixa influenciar pelos outros, nem pelo meio em que vive nem pelas circunstâncias da vida. Ele é o motor do seu próprio destino.
No Hemisfério Ocidental, também conhecido como O Hemisfério dos Outros”, o nativo age em função dos outros, do ambiente e das circunstâncias da vida. Ele deixa-se condicionar.
Nas Casas IV a VI do Hemisfério Ocidental, o nativo ganha expansão consciencial através de si próprio quando se expressa, cria e trabalha, mas no entanto ainda não consegue “ver” o outro, apesar do outro o condicionar de forma indireta (Casa IV - a família; Casa V - o aplauso do outro; Casa VI – o serviço feito ao outro). O nativo não “vê” o outro, no sentido de ainda não conseguir reconhecer o outro como identitariamente importante.
Nas Casas VII a IX do Hemisfério Ocidental, o nativo já consegue “ver” o outro e ganha expansão consciencial através dos seus relacionamentos, deixando-se condicionar de forma direta pelo outro.
Na Casa VII, consegue “ver” o outro porque começa a gostar do outro e tal fato obriga o nativo a reconhecer a importância de se relacionar com uma identidade distinta de si próprio. Na Casa VIII consegue “ver” o outro porque ao reconhecer a importância da identidade do outro na sua vida, não o quer perder e porque não o quer perder, controla-o e porque o controla, atrai dramas e porque atrai damas, sofre e ao sofrer, renasce.
Na Casa IX, o nativo já consegue ver o outro, mas já sem carência, sem posse, sem instintos. O outro já é considerado um ser com que priva socialmente, reconhecendo-lhe, conscientemente, uma identidade própria e livre que deve tratar com respeito, justiça e honestidade. Contudo, ainda não há um “nós” pois de um lado está o nativo e do outro lado está o outro. Estão juntos mas ao mesmo tempo estão separados.A Casa IX representa a última casa do hemisfério ocidental ou Hemisfério do Outro. 
Nas casas seguintes, o outro já é percecionado de forma coletiva, já é um ser coletivo, já é integrado no coletivo. Na Casa X, o indivíduo pertence ao ser coletivo estruturado (navegamos no mesmo barco). Na Casa XI o indivíduo pertence ao ser coletivo fraternal e idealizado (somos todos irmãos). Na Casa XII, e finalmente, o indivíduo pertence ao ser coletivo individualizado (somos todos um).


Casa IX - Conhecimento, Ensino
O eixo Casa III – Casa IX é o eixo do conhecimento. Estas duas casas estão relacionadas, deste modo, com a obtenção do conhecimento. Só que o conhecimento referido tem uma tónica diferente em cada uma delas.
Na Casa III, o nativo recolhe e armazena informação e fatos para melhor compreender e se posicionar no mundo físico, concreto à sua volta, mas apesar do seu apetite voraz por informação, não lhe dá um sentido, não a direciona. Deste modo, conhece um pouco de tudo mas sempre ao de leve, pela rama, pela superfície. Ou seja o conhecimento adquirido nesta casa é superficial e apenas focado para o quotidiano, para a rotina e para o ambiente próximo.
Na Casa IX, o nativo já sente a informação recolhida, já lhe dá um sentido e já a direciona. Por isso, a imagem que representa o Sagitário (seu regente natural) é traduzida por um centauro a apontar uma seta, indicando que deveremos ir mais além e não ficarmos circunscritos à esfera ambiental envolvente, próxima. A Casa IX, deste modo, já não tem a ver com o conhecimento superficial, mas sim com o conhecimento mais profundo. Em suma, na Casa III, recolhe-se informação mas é na Casa IX onde se tiram conclusões sobre a informação recolhida e onde se vai mais além do conhecimento superficial obtido.
Por isso, esta casa está associada à educação superior, às universidades, mestrados e doutoramentos.
É a casa do professor que expande os seus conhecimentos levando-os para os outros para que estes possam expandir a sua consciência.


Casa IX – Religião, Filosofia
Na imagem do centauro que ilustra o signo de Sagitário a seta é apontada para cima, para o céu, indicando claramente que se deve procurar o conhecimento “que está acima”, se quisermos ir mais além, se quisermos ampliar a nossa consciência.
Trata-se de um conhecimento ainda mais acima do conhecimento elevado obtido nas universidades. Trata-se do conhecimento das leis invisíveis que regulam o mundo.
Na Casa III, o nativo apenas consegue conhecer as leis visíveis do mundo dado que esta casa está ligada ao cérebro esquerdo ou solar, ou seja à mente inferior, concreta, racional, lógica, analítica, dedutiva, científica e linear.
Na Casa IX, o nativo consegue aceder às leis invisíveis do mundo dado que esta casa está ligada ao cérebro direito ou lunar, ou seja, à mente superior, abstrata, intuitiva. Deste modo, o nativo nesta casa, tem capacidade para intuir as verdades e as leis invisíveis que regulam o Universo, ou seja, por intuição, por “flashes”, consegue aceder à compreensão do funcionamento cósmico. Ao aceder a esse conhecimento, o nativo identifica-se com o mesmo pois este ressoa dentro dele e ao ressoar, ele sente-o, e ao senti-lo, dá-lhe um sentido, um significado. Ao dar-lhe um sentido, acredita nesse conhecimento. Ao acreditar nesse conhecimento, o mesmo passa a ser para ele uma verdade incontornável. E ao sentir aquela verdade, passa-la aos outros e passa-la com imensa convicção e energia pois a Casa IX é uma casa de fogo, de expansão. O nativo não precisa que lhe expliquem racionalmente porque é que é aquilo em que acredita, corresponde a uma verdade. Simplesmente intui que é verdade e a partir daí passa a acreditar. O nativo crê sem necessidade de ver e crê porque lhe faz sentido, porque sente. O nativo acredita, pura e simplesmente. O acreditar não carece de fundamentação percecional ou mental. O acreditar apenas carece de identificação emocional, vibracional e de ressoamento. Deste modo, na Casa IX, o nativo poderá intuir e ir mais longe na consciência de quem é, poderá intuir as “Leis” que ordenam o mundo e que lhe dão um sentido e significado. E ao tê-las como referência, o nativo se dimensiona e se conhece e transmitindo-as aos outros, ajuda os outros a dimensionaram-se e a conhecerem-se também.
É muito por causa da força deste “acreditar”, que se associa o otimismo aos nativos do signo de Sagitário (regente natural da Casa IX). Os sagitarianos acreditam que as coisas vão funcionar, que tudo irá correr pelo melhor e isso é assim porque eles nasceram com a capacidade de acreditar.
Portanto, a Casa IX é uma casa de fé, de crenças e ideais e uma casa onde o nativo irá experienciar as questões ligadas à religiosidade e filosofia. É a casa do sábio, do mestre e do guru.


Casa IX – Ética
Júpiter, planeta que rege a Casa IX está localizado no Sistema Solar depois de Marte (último dos planetas pessoais). Por esse motivo, Júpiter é considerado o primeiro planeta social dado que está para além dos planetas que servem o ego, a personalidade (Sol, Lua, Mercúrio, Vénus e Marte).
Deste modo, a Casa IX está também relacionada com os princípios que regem sociedade. Nesse sentido, A Casa IX é a casa dos valores, do direito, das leis, dos tribunais, da ética, da moral, da opinião pública, do certo e do errado, etc..


Casa IX – Viagens de Longa Distância e o Estrangeiro
O objetivo da Casa IX é o do centauro que aponta a seta para ir mais além, para se expandir. Como já referido, esse objetivo pode ser conseguido através da aprendizagem de conhecimentos, da religiosidade, da ética, da moral, entre outras vias. Ora, obviamente, que o contato com outras culturas, povos, países, mentalidades permite também a ampliação dos conhecimentos. Deste modo, as viagens de longa distância, os outros países, as outras línguas, as outras culturas são fonte de aprendizagem e de expansão consciencial. Enquanto a Casa III rege o ambiente próximo e aquilo que é descoberto explorando-se tudo o que fica à mão, a Casa IX descreve a perspetiva que ganhamos quando nos afastamos para trás e olhamos a vida de uma certa distância.
Deste modo, a Casa IX está associada às viagens de longa distância e ao estrangeiro.

Por vezes, os nativos com a Casa IX muito ativada não sentem muita apetência para viajar para longe e este fato pode parecer contradizer o que foi atrás referido. No entanto, estes nativos podem já estar num estádio evolutivo desenvolvido e já não sentiram necessidade de realizarem longas jornadas para ampliarem a sua consciência. Deste modo, preferirão realizar viagens internas, dentro de si, através de meditação e reflexão e por vezes, nessas viagens, encontram verdadeiros tesouros e adquirirem ampliações de consciência elevadíssimas.


Significado de Netuno
Netuno rege o signo de Peixes. É um planeta feminino, passivo, recetor, “yin” e portanto está ligado às emoções e aos sentimentos. Netuno é o apelo do absoluto, do amor universal e do serviço. É o nosso apelo mais inconsciente de unidade, de totalidade. Netuno quer sempre ligar, mas ligar de uma forma total.


Significado de Netuno na Casa IX
Se Netuno está na Casa IX, o nativo terá tendência para absolutizar, mitificar, potenciar os assuntos desta casa. Esta casa é regida por Júpiter, planeta que também é expansivo. Deste modo, a natureza expansiva de Netuno não sofre restrições na Casa IX dado esta casa ser também naturalmente expansiva.
Dado que Netuno e Júpiter estão ambos relacionados com a fé, crenças, espiritualidade e idealismo, estes aspetos ganham especial relevo quando o Netuno está localizado na Casa IX.
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Se Netuno na Casa IX se encontrar sem tensão é natural que as suas caraterísticas positivas venham ao de cima (devoção, musicalidade, compassividade, etc.).
Se pelo contrário, Netuno se encontrar bastante dissonante, emergirão as suas caraterísticas negativas (confusão, escapismo, sonho, imaginação).

Vejamos agora, para cada um dos assuntos retratados da Casa IX, as caraterísticas dos nativos que nasceram com Netuno nesta casa.

Casa IX - Conhecimento, Ensino
Em relação ao conhecimento, o nativo poderá absolutizá-lo e criar expetativas de que quanto mais souber, mais facilmente encontrará Deus ou mais facilmente lhe será devolvido o Todo. Se Netuno estiver mal aspetado poderá ficar confuso em relação ao curso que deverá tirar ou poderá desiludir-se com a sua passagem pela universidade. Se Neptuno estiver bem aspetado o nativo pode obter conhecimento através da intuição.

Casa IX – Religião, Filosofia
Em relação à religião e à filosofia, o nativo poderá absolutizá-las e tornar-se, por exemplo, um missionário ou um padre. Se Netuno estiver mal aspetado o nativo pode dedicar-se de forma fanática a determinado culto, pode idolatrar determinado líder espiritual, pode pensar que é o discípulo escolhido de um determinado mestre espiritual, pode pensar que é o mensageiro de Deus ou pode usar a filosofia e a religião como escape ao mundo quotidiano. É provável que se desiluda com determinado mestre que idolatrou, ou com determinado culto que abraçou. Se Netuno estiver bem aspetado, é provável que abrace a religião de forma devocional e queira ajudar os outros.

Casa IX – Ética
Em relação à ética e aos valores, o nativo poderá absolutizá-los e tornar-se um moralista fanático. Se Netuno estiver mal aspetado poderá atrair problemas do foro jurídico.

Casa IX – Viagens de Longa Distância e o Estrangeiro
Em relação às longas viagens e ao estrangeiro, o nativo poderá absolutizar um país ou a sua cultura, poderá ter tendência para visitar lugares sagrados e possivelmente as suas viagens se realizarão por mar. Se Netuno estiver mal aspetado, nessas viagens poderão surgir dissabores.

Ruy Figueiredo

domingo, 18 de setembro de 2016

ASTROLOGIA. NETUNO NA CASA VIII (PARTE XXI)

HOJE ABORDAREMOS AS CARATERÍSTICAS DOS INDIVÍDUOS QUE NASCERAM COM NETUNO SITUADO NA CASA VIII

Significado da Casa VIII
Enquanto a Casa II é uma casa pessoal, de terra e tem a ver com “O Meu”, com os valores próprios, com o signo de Touro e com o planeta Vénus, a Casa VIII é uma casa coletiva (social), de água e tem a ver com “O Teu/O Nosso”, com os valores dos outros, com o Signo de Escorpião e com os planetas Marte e Plutão.

Casa II (pessoal) versus Casa VIII (social)
A Casa II é uma casa pessoal logo visa a expansão consciencial do nativo através de si próprio enquanto a Casa VIII é uma casa coletiva pois visa a expansão consciencial do nativo através do outro.

Casa II (do elemento terra) versus Casa VIII (do elemento água)
A Casa II, por ser uma casa de terra, representa uma área de vida ligada ao mundo concreto e prático. Nesta casa, o nativo vive obcecado com a necessidade de segurança material que por sua vez lhe irá devolver segurança emocional. Deste modo, o nativo quer a todo o custo ter estabilidade, paz e harmonia, não gosta de mudanças, não se deixa transformar (é teimoso) e vive dependente da necessidade de possuir.
Já a Casa VIII, sendo uma casa de água, representa uma área de vida focada nos sentimentos, memórias, emoções e instintos.
Existem três casas de água. A Casa IV é a primeira casa de água e representa as águas do Caranguejo que têm a ver com a nossa herança em termos genéticos, hereditários, psicológicos, educacionais, emocionais e com a nossa maior ou menor capacidade para nos sentirmos alimentados e felizes em função desse “património” herdado. A Casa IV representa então as águas onde nos banhámos, vivemos e fomos nutridos na nossa infância. Nesta casa, o nativo sentir-se-á seguro emocionalmente se tiver sido adequadamente alimentado em termos emocionais.
A Casa VIII é a segunda casa de água e representa as águas abissais, profundas, instintivas, inconscientes, animais, irracionais, obsessivas, primárias, egocêntricas, separatistas, violentas, psíquicas e cármicas do Escorpião. Nesta casa, o nativo sentir-se-á seguro emocionalmente se conseguir satisfazer os seus desejos mais recônditos e profundos e se conseguir satisfazer o seu instinto inconsciente de sobrevivência à vida.
A Casa XII é a terceira casa de água e já tem a ver com as águas do oceano cósmico às quais nos devemos render e entregar. Essa entrega do nosso ser à “VIDA” apenas será conseguida quando naturalmente confiarmos nela e acreditarmos que sempre cuidará de nós e nos levará para onde temos que ir. Só consegue nadar nas águas deste oceano cósmico, aqueles que naturalmente se rendem e se entregam à “VIDA”, submetendo-se à sua vontade. São pessoas para quem as referências biológicas da Casa IV perderam sentido ("Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?" disse Jesus) e para quem os instintos, os medos e as inseguranças da Casa VIII, foram superados.

Como reparamos, enquanto na Casa II, o nativo não se deixa transformar e atrai estabilidade, calma, tranquilidade e harmonia através das coisas que vai obtendo no mundo concreto, na Casa VIII, o nativo é impelido a transformar-se, superando os impulsos incontroláveis que experiencia face às diversas situações de perda que seguramente irá atrair. Nesta casa, o nativo atrai situações de perda porque no fundo deseja mais do que necessita e porque coloca na satisfação dos seus desejos, uma intensa carga instintiva e psicológica, ou seja, deseja as coisas e as pessoas a todo o custo e não pode sequer pensar na hipótese de não as ter ou de as perder. É mais forte do que ele, é visceral, é instintivo, é irracional. Deste modo, vive interiormente agitado, intranquilo. De fato, o nativo explode, sempre que um desejo intenso e inconsciente não é satisfeito. O que a “VIDA” pretende é que esse nativo morra para esse desejo, ou seja, que não fique dele dependente e que perca toda a carga instintiva com que o alimenta. Mais cedo ou mais tarde, após diversas experiências de perda, o nativo terá conseguido transformar-se e a sua intranquilidade desaparecerá pois terá apaziguado as suas águas instintivas e animais que não o deixavam evoluir e que lhe davam instabilidade e intranquilidade.
A proposta desta casa é sermos capazes de perder gradualmente a carga instintiva de sobrevivência que habita dentro de nós e que herdámos e transportámos de outras vidas em resultado dos medos e inseguranças que desenvolvemos como reação a diversas situações que experienciamos e que nos puseram à prova. Nesse sentido, a Casa VIII é a casa das várias mortes psíquicas bem como também, da morte física. As mortes psíquicas permitem a alteração do estado de consciência no que se refere à aceitação da não satisfação do desejo. Não quer dizer que se abdique do desejo. O que é crucial é conseguir desejar sem cargas instintivas. Deste modo, a Casa VIII é uma verdadeira casa de iniciação, renascimento, pois representa a área de vida onde o nativo se pode regenerar, transformar, alquimizar, renascer.

Casa II (“O Meu”) versus Casa VIII (“O Teu/ O Nosso)
A Casa II tem a ver com as ferramentas, valores e dotes que trazemos ao mundo e que podem ser desenvolvidos e postos em prática. Nela iremos investir os nossos recursos naturais, os nossos valores (ou seja, os valores próprios) para sermos auto suficientes, termos um sentimento de auto estima, sabermos o que valemos e no fundo, termos segurança emocional com base nas coisas práticas, de valor e de dinheiro que possuímos. É a casa do “Meu” (o meu carro, a minha casa, a minha esposa, os meus filhos, o meu dinheiro, o meu barco, etc.).
A casa VIII, de transformação através do outro, não são os nossos valores que interessam, mas sim os dos outros. Os outros vão constituir o combustível que irá ativar o nosso “caldeirão” interior e que propiciará as transformações necessárias à nossa transcendência. Ligamo-nos aos outros para podermos descobrir uma dimensão de nós próprios que não descobriríamos, sozinhos. Deste modo, a Casa VIII está relacionada com as posses de um relacionamento, com a propriedade comum, com os recursos conjuntos, com as heranças, com o dinheiro do outro, com os negócios, com as sociedades, com os impostos, com os seguros e com as finanças.


Casa VIII   os desejos, as dependências, o poder oculto e o sexo
Na Casa VIII, o nativo fica prisioneiro, refém, dependente da satisfação de um desejo qualquer que lhe proporciona um sentimento de segurança, potência e poder. Nesta casa, ele sentir-se-á tranquilo e feliz enquanto continuar a existir e estiver sob o seu controlo, aquilo que deseja e que identificou como objeto da sua segurança emocional. O problema e a instabilidade surgem quando acontece algo que vem ameaçar a continuidade da satisfação desse desejo. Quando tal acontece, o nativo transforma-se num “animal” no sentido que do seu interior profundo, emergem, acordam e são ativados os seus instintos. O instinto é a força que emerge dentro de cada um de nós, de forma inconsciente, sempre que lutamos para sobreviver. Quando o desejo não é satisfeito, os instintos vêm ao de cima e coisas desagradáveis e impensáveis podem acontecer. É o drama do Escorpião, daí a baixa conotação das pessoas deste signo, muito embora, no geral, seja injusta, dado o indivíduo de Escorpião ser, uma pessoa perfeitamente controlada e pacífica (mas por favor não façam com que ele se sinta magoado, pois aí, toda a sua força instintiva emergirá e tudo poderá acontecer). Como se constata, na Casa VIIII, a pessoa está presa, refém e dependente do seu instinto que é acordado quando algo se coloca entre ela e o seu desejo. Deste modo, a Casa VIII é a casa da paixão, do poder psíquico, da bruxaria, do ocultismo, dos rituais, das iniciações, da medicina, da cura e também do sexo que representa um dos instintos mais básicos de sobrevivência (da procriação da espécie).

Casa VIII – o trabalho relacional
A casa VII e a casa VIII representam as áreas onde os relacionamentos são trabalhados. Enquanto na Casa VII (ligada ao planeta Vénus e ao signo mental da Balança), o trabalho baseia-se no processo mental de espelho (identificação e desidentificação), na Casa VIII (ligadas aos planetas Marte e Plutão e ao signo do Escorpião), o trabalho não é mental, mas psicológico e emocional dado lidar com instintos e desejos.
Na Casa VII os outros são o motor da nossa transformação, mas apenas no tocante à compreensão de quem é o outro, de quem somos e do que é uma relação. Ou seja, na Casa VII, atraímos alguém com que nos identificamos e esse alguém será o motor da na nossa expansão consciencial porque começamos a aprender, através dele, quem somos. Deste modo, se formos ciumentos mas não soubermos que o somos, é provável que atraiamos um parceiro ciumento com o qual e através do qual, naturalmente, começamos a perceber que afinal também temos essa postura. Assim, ampliamos a nossa a consciência e dizemos para nós próprios: “Foi preciso andar com esta pessoa para ver nela aquilo que em mim não reconhecia. Consegui finalmente perceber que também sou uma pessoa ciumenta”. No entanto, o fato de se perceber “intelectualmente” que se é ciumento, não vai curar esse problema pois é necessário ir mais fundo e perceber porque é se esse problema existe. Uma das formas da pessoa ir ao fundo é sem dúvida, passar pelos dramas da casa VIII, porque nesta casa, a paixão e a entrega são profundas e quando há o corte, a resposta é dada pelo instinto, e por favor saiam da frente porque as atitudes são imprevisíveis.
Se a Casa VIII pressupõe entrega, fusão, quando as expetativas que temos sobre os outros são goradas (por exemplo, quando somos traídos, abandonados), sentimos que o mundo caiu, desabou. Se a fusão na Casa VIII fosse apenas mental como na casa VII, haveria tristeza mas sem transformação. A fusão experienciada na Casa VIII faz emergir o pior que há em nós (vingança, raiva, ódio, medo, etc.) quando o nosso desejo deixa de ser satisfeito ou perdermos o controlo sobre o outro, De fato, só quando estamos fundidos é que o corte e a separação são dolorosos. Só nestes casos é que é acordado o escorpião, o animal que existe em nós. Então sentimos uma perda, e se persistirmos a desejar visceralmente as coisas, voltaremos mais tarde a ter novamente outra perda, até que um dia, conseguiremos exorcizar os nossos instintos baseados no medo e na sobrevivência animal. Aceitamos perder e então renascemos, pois deixámos de ser instintivos.


Significado de Netuno
Netuno rege o signo de Peixes. É um planeta feminino, passivo, recetor, “yin” e portanto está ligado às emoções e aos sentimentos. Netuno é o apelo do absoluto, do amor universal e do serviço. É o nosso apelo mais inconsciente de unidade, de totalidade. Netuno quer sempre ligar, mas ligar de uma forma total.


Significado de Netuno na Casa VIII
Com Netuno na Casa VII o que irá ser absolutizado é o desejo e o instinto de sobrevivência. No geral estes nativos querem muito determinada coisa ou evento (quero muito relacionar-me com aquele indivíduo, quero muito comprar aquela casa, quero muito ser promovido, etc.) e pensam que se aquilo que desejam for satisfeito vão ter o máximo, vão ficar muito felizes, vão ter Deus cá na Terra. Mas infelizmente verificam, uma vez o desejo satisfeito, que a gratificação não foi a que esperavam. Há um provérbio indiano que diz: "Deus quando quer castigar os homens, cumpre-lhes os desejos". Tal provérbio pode ser expresso também desta forma: "Direcionei toda a minha vida numa direção que julgava ser a mais correta e verifico, de repente, que mesmo me encontrando agora onde sempre quis estar, nada do que encontrei, me devolve aquilo que eu estava à espera".

No geral, as pessoas com Netuno na Casa VIII têm uma forte atração pelo lado profundo e misterioso da vida, pelo oculto, pela morte e pelo sexo. Possuem uma elevada capacidade intuitiva e imaginativa. Se as caraterísticas positivas de Netuno emergem, pode dar pessoas com grande capacidade de entrega ao outro, com grande necessidade de busca espiritual e tenderão a viver o sexo de uma forma sagrada. Se pelo contrário são as caraterísticas negativas de Netuno que emergem, então pode dar pessoas com tendências para o suicídio, bruxaria e com fortes apelos sexuais.


Ruy Figueiredo