segunda-feira, 1 de outubro de 2018

ASTROLOGIA. URANO NA CASA XI (PARTE XXI)


HOJE IREMOS ABORDAR AS CARATERÍSTICAS DOS NATIVOS COM URANO NATAL POSICIONADO NA CASA XI

SIGNIFICADO DA CASA XI
A Casa XI é regida por Urano e o seu signo natural é Aquário. Urano impulsiona-nos a dizer “sim” a experiências e a situações desconhecidas, empurra-nos para a mudança, para irmos para a frente e para nos libertarmos do passado e dos diversos condicionalismos que nos aprisionam. A Casa XI espelha este desiderato, no sentido, de que o nativo tem que se libertar das restrições que o impedem de avançar para outra dinâmica de vida. Só que nesta casa, terá que fazê-lo com outras pessoas, para que possam em grupo, juntos, como irmãos, realizar qualquer coisa que melhore a sociedade em que vivem.

Casa XI – Segunda casa do “nós”
Através das experiências das Casas I a VI, o nativo conhece-se apenas através de si próprio. A expansão consciencial é subjetiva e egocentrada. Nas Casas VII, VIII e IX, o nativo desenvolve a sua consciência através do outro, por relacionamentos, traumas psíquicos e pela via do conhecimento intelectual. Na Casa X, o nativo amplia a sua consciência ao responder objetivamente ao mundo e ao levar a sua quota-parte de responsabilidade para o mundo, para que este funcione melhor. No entanto ainda participa sozinho nas estruturas do coletivo. Ou seja, a Casa X é a primeira casa do “nós”, mas ainda é a casa de um “nós” solitário e individual. A Casa XI é a segunda casa do “nós”, mas de um “nós” já grupal (“somos todos irmãos”) que reúne os seres por laços ou vínculos de natureza diversa e com a finalidade de mudarem o mundo. Enquanto a Casa X, de Saturno, visa a estruturação, a Casa XI, de Urano, visa a transformação social, ou seja, já contempla uma dinâmica de mudança, coisa que na Casa X não se verifica. Na Casa XI as pessoas juntam-se a outras pessoas com as quais partilham a mesma capacidade de ver a vida e juntos tentarão fazer qualquer coisa para mudar a sociedade. Por isso esta casa é conhecida como a casa dos amigos, porque os amigos são aqueles seres com quem partilhamos a mesma maneira de ver o mundo.
Sempre que existe um grupo de pessoas que se juntam, a razão do seu agrupamento radica no fato de terem todos o mesmo objetivo e é isso que os faz reunirem-se e tentar mudar o “status quo” das coisas. Reconhecem que juntos têm muito mais capacidade do que sozinhos, para transformar a sociedade.

Casa XI – Casa dos Grupos e dos seus Eventos
A Casa XI está relacionada com os grupos, clubes, associações, coletividades, sindicatos, partidos políticos, organizações não governamentais, tribos, amigos, etc.. Está também relacionada com os eventos grupais como almoços, jantares, batizados, festas, reuniões, nos quais existe a finalidade de celebração, comemoração e intensificação dos laços do grupo.

SIGNIFICADO DE URANO
Urano faz o apelo da liberdade e procura romper com os condicionalismos que abraçam o nativo e que o impedem de atingir a sua essência, de ir mais longe no conhecimento de si próprio. Urano é elétrico e atua quase sempre de forma inesperada.
Podemos comparar o processo uraniano com o “descascar de uma cebola”, no sentido, em que o nativo para ser livre, para chegar à sua essência, tem que retirar todas as camadas de resistência, bloqueios e medos que acumulou durante a sua vida. O nativo apenas será livre, apenas atingirá o essencial de quem é, quando tiver arrancado todas as camadas da sua cebola existencial. Urano é esse movimento.

Significado de Urano na Casa XI
Como já referido, Urano representa a necessidade de a pessoa ser fiel à busca de si própria e, para tal, Urano irá impeli-la a libertar-se dos diversos condicionalismos que a impedem de atingir a essência de quem é que é e de adquirir à compreensão da sua natureza essencial e fundamental. Urano pede, deste modo, uma transformação individual, qualquer que seja a casa onde se encontra localizado no mapa natal, mas se estiver na Casa XI, para além de exigir a transformação individual do nativo, irá também exigir, a sua transformação ao nível do coletivo e pelo coletivo, e isto, porque a casa XI é uma casa de transformação social. De fato, nesta casa, as pessoas juntam-se a pessoas com as quais partilham as mesmas ideias para juntas poderem mudar o mundo. E essas pessoas, quando encontram um grupo com o qual se identificam, sentem que podem crescer, que se podem individualizar, pois a vivência com esses grupos, permite-lhes descobrir e atingir “oitavas acima” e simultaneamente contribuir para a transformação do coletivo.
No geral, o nativo com Urano natal localizado na Casa XI sentir-se-á diferente dos outros e experimentará um sentimento de "outsider", de não pertença, de deslocação em termos coletivos e de não identificação com o meio social e cultural da comunidade onde nasceu. É bem possível que declare internamente para si próprio: "Eu não me encontro aqui". De fato, estes nativos terão a sensação de pertencerem a um grupo de maior dimensão. A sua missão será a de ampliar a sua identidade individual de modo a incluir todas as criaturas vivas, dado que todos somos irmãos. Obviamente, é a energia de Urano que está a provocar este sentimento para que o nativo procure saber quem é. Portanto, neste processo de transformação o nativo, até se encontrar, irá sempre partir à busca de novas ideias, sendo muito provável que ande a vaguear de grupo em grupo, no fundo, de ideias em ideias. Numa primeira fase, o nativo aderirá ao seu grupo inicial (grupo social onde nasceu) e fará resistência à mudança imposta por Urano. "Eu sinto-me mal aqui, mas o que será de mim se puser tudo isto em causa?" Deste modo, numa primeira fase, o nativo sublimará o sentimento de deslocação social e irá dizer "sim" ao grupo em que nasceu, para buscar segurança. Deste modo, o seu processo de individuação será interrompido, sendo que mais cedo ou mais tarde, o sufoco emergirá, o nativo irá sentir que de fato não se revê nas ideias do grupo original e começará a procurar outras ideias com as quais se possa identificar e saber quem é que é de fato. Mas pode também acontecer, que as ideias do grupo de substituição, também um dia deixem de acrescentar algo de novo sobre ele próprio, ou seja, que aquele grupo já não tem nada para lhe dizer, e então vai ligar-se a outro grupo, vai procurar outras ideias. No fundo o processo é sempre: libertar-se de ideias velhas e adquirir ideias e paradigmas novos que levem a pessoa a uma compreensão mais objetiva e total de quem é que é de fato. É pelas ideias e ideais e enquanto a pessoa não se despojar completamente da necessidade de se ligar a um grupo de segurança, vai ficar ainda em processo de descondicionamento e portanto ainda vai ter conflitos, roturas, crises de identidade e momentos de sufoco por falta de ar. À partida aquele Urano já está ali a obrigar a pessoa a romper com esses impedimentos, e por isso esta situação dura sempre um tempo. No fundo, as últimas ideias que a pessoa terá que adquirir é que de fato, por detrás das ideias que sustêm as sociedades, existem ideias muito maiores de transformação e mudança. O processo individual, a mente individual, está ligada à mente coletiva, de alguma forma. Ou seja, está ligado às ideias do grupo social a que pertence. O processo de individuação, traduzido no tema pelo Urano, está ligado também a um processo de individuação coletiva. De alguma forma, a pessoa deveria captar o que pensa a humanidade e enquanto não conseguir isso é como se não conseguisse ser ela própria. No fundo a dinâmica é essa. Enquanto a pessoa não perceber qual é a dinâmica mental que preside à criação e evolução do mundo, enquanto a pessoa não for à fonte (à própria criação) não poderá individualizar-se, porque até lá, ainda estará presa a algum tipo de ideias que não lhe devolvem a sua essência natural que ela tem que ir buscar a essas ideias.

Se Urano estiver tensionado, isto poderá significar que o nativo será algo rebelde na defesa ou crítica das ideias que caraterizam o grupo onde de momento se insere. Contestará as ideias dos outros e quererá afirmar-se no grupo. Se pelo contrário, Urano estiver harmonioso no mapa, então isto poderá significar que o nativo aceitará facilmente as ideias do grupo e não as contestará, só por contestar.

Ruy Figueiredo

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

ASTROLOGIA. URANO NA CASA X (PARTE XX)

HOJE A NOSSA FOCAGEM TEM A VER COM URANO NATAL NA CASA X

SIGNIFICADO DA CASA X
A Casa X está relacionada com aquilo que o nativo pretende “ser” quando crescer. Nesse sentido, tem a ver com a imagem, função e participação que consciente ou inconscientemente, deseja implementar na sua vida pública, social e profissional. Deste modo, a Casa X reflete a forma como o nativo se comporta na vida pública, como deseja ser reconhecido socialmente e como efetivamente o reconhecem. É a casa da carreira profissional, do “status” e está relacionada com o signo de Capricórnio e com o planeta Saturno.

Casa X – Casa de Terra
A Casa X é a última casa de terra. A 1ª casa é a Casa II (Touro) que tem a ver com as ferramentas, valores e dotes que trazemos ao mundo e que podem ser desenvolvidos e postos em prática. Esta casa representa afinal, aquilo que valemos e que somos capazes de fazer. A 2ª casa é a Casa VI (Virgem) que tem a ver com o trabalho (serviço) concreto que podemos produzir. A 3ª e última casa é a Casa X que representa a área onde podemos atingir a máxima realização social e profissional. As casas de terra são casas materiais e, portanto, estão ligadas ao mundo concreto e prático (trabalho, serviço e realização).

Casa X – Casa Social ou Coletiva
Enquanto nas casas ditas pessoais (I a VI) a expansão consciencial do nativo é obtida através de si próprio, nas casas ditas sociais (VII a XII), a expansão consciencial é obtida através da interação com o outro.

Casa X – 1ª Casa do “Nós”
A Casa X pertence simultaneamente ao Hemisfério Oriental ou do “Eu” (casas I a III e casas X a XII) e ao Hemisfério Sul ou Diurno (casas VII a XII). Por ser uma casa “oriental”, nela o nativo não se deixa influenciar pelos outros, nem pelo meio em que vive nem pelas circunstâncias da vida, sendo ele próprio o motor do destino. No entanto, por ser também uma casa “diurna”, o nativo precisa de ter experiências com os outros para ampliar a sua consciência. Deste modo, na Casa X o nativo vai tomar conta do barco da sua vida, mas tendo sempre em atenção a existência dos outros. É a primeira casa do “nós”.
Nas Casas VII, VIII e IX, o nativo interage com o outro, mas ainda sem o considerar como integrado no coletivo, ou seja, como pertencente ao mesmo barco gigante em que ele se encontra (sociedade, país, etc.). Na Casa VII consegue “ver” o outro porque começa a gostar do outro e tal fato obriga-o a reconhecer a importância de se relacionar com uma identidade distinta de si próprio. Na Casa VIII consegue “ver” o outro porque ao reconhecer a importância da identidade do outro na sua vida, não o quer perder e porque não o quer perder, controla-o e porque o controla, atrai dramas e porque atrai damas, sofre e ao sofrer, morre, e ao morrer, renasce. Na Casa IX, o nativo já consegue ver o outro, mas já sem carência, sem posse, sem instintos. O outro já é considerado um ser com que priva socialmente, reconhecendo-lhe, conscientemente, uma identidade própria e livre que deve tratar com respeito, justiça e honestidade. No entanto, só nas Casas X, XI e XII, é que o nativo integra o outro no coletivo. Deste modo, a Casa X é a primeira casa do “nós”.

Casa X – Casa da Autoridade
Na Casa X estão refletidas as pessoas que desempenham ou desempenharam um papel de referência, poder e autoridade sobre o nativo (mãe, professores, patrões, entre outros).

Casa X – Casa da Carreira e da Profissão
A Casa X também pode fornecer informação sobre a carreira ou vocação do nativo. Uma Casa X fortemente energizada pode indiciar um nativo que viverá a carreira com muita intensidade e que por isso angariará um estatuto social considerável.

Casa X – Casa da Imagem Social
A Casa X fornece também informação sobre a forma como o nativo se comporta publicamente, sobre a imagem que quer apresentar ao mundo (por exemplo, o tipo de roupa que usa nos encontros sociais e profissionais) e ainda como os outros o percecionam, em termos públicos e sociais.

Casa X – Casa da Resposta ao Coletivo
A Casa X fornece indicações sobre a natureza do contributo que o nativo poderá dar ao coletivo. Este contributo pode ser político, militar, religioso ou de outra natureza.

Significado de Urano
Urano faz o apelo da liberdade e procura romper com os condicionalismos que abraçam o nativo e que o impedem de atingir a sua essência, de ir mais longe no conhecimento de si próprio. Urano é elétrico e atua quase sempre de forma inesperada.
Podemos comparar o processo uraniano com o “descascar de uma cebola”, no sentido, em que o nativo para ser livre, para chegar à sua essência, tem que retirar todas as camadas de resistência, bloqueios e medos que acumulou durante a sua vida. O nativo apenas será livre, apenas atingirá o essencial de quem é, quando tiver arrancado todas as camadas da sua cebola existencial. Urano é esse movimento.

Significado de Urano na Casa X
Quando o Urano natal está localizado na Casa X o nativo sente-se impelido a participar nas estruturas do coletivo e a assumir a responsabilidade de contribuir para a sociedade.
Urano pede que o nativo responda ao seu processo de individuação, ou seja, que percecione quem é que é de fato. Com Urano na Casa X o nativo terá que romper com tudo aquilo desta área de vida que já não o deixa ir mais longe na compreensão de si mesmo. Vai deste modo, ter que revolucionar esta área de vida porque é onde terá que responder à necessidade de ser ele próprio.
Com Urano na Casa X, o nativo sentir-se-á sufocado e reprimido por todas as regras sociais que condicionam a sua autoexpressão individual. E ao não se sentir bem na sociedade (Casa X), será impelido a tentar perceber o que é que não está certo no coletivo e quem é que é que tem que ser nesse mesmo coletivo. Ao perceber o que está mal e o que é que tem que ser, então contribuirá, ou seja, fará propostas (algumas da quais bastante revolucionárias) para dar à sociedade, ao coletivo, qualquer coisa inovadora e transformadora. Essas propostas serão o seu contributo. Contudo a sua participação e contribuição na sociedade será tendencialmente feita à margem de burocracias, regras, hierarquias e rotinas, com as quais a energia uraniana não convive com facilidade, e deste modo, o nativo poderá revelar-se algo rebelde e desordeiro, sobretudo se o Urano estiver mal aspetado no seu mapa natal.
Ninguém pode responder ao coletivo, sem que primeiro tenha emergido como indivíduo, ou seja, sem que primeiro tenha conseguido sair da matriz coletiva, ou seja, sem que primeiro tenha sido capaz de se libertar das estruturas e ideias sociais que o envolvem (família, Pátria, cultura, etc.). Só assim, o indivíduo, poderá fazer as coisas que têm a ver consigo próprio. Antes de podermos responder ao coletivo temos que responder a nós próprios. Se o nativo tiver um Urano bem aspetado vai conseguir romper e autoafirmar-se. Mas, caso contrário, vai ser muito mais difícil a exteriorização, e consequentemente, a afirmação.
Quem nasce com Urano na Casa X será seguramente inovador na carreira e terá tendência para interessar-se por tecnologia moderna e assuntos humanitários, políticos ou espirituais. Terá tendência também para mudar frequentemente de trabalho e a ser trabalhador por conta própria.
Os nativos com Urano localizado na Casa X, muito provavelmente terão uma mãe algo excêntrica ou de comportamento não tradicional. Essas mães uranianas, no geral, não deixam o instinto maternal emergir, dado que tal as sufocaria. Deste modo, amam sem serem sufocantes e permitem aos filhos um desabrochar livre para a vida.

Ruy Figueiredo

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

ASTROLOGIA. URANO NA CASA IX (PARTE XIX)


A postagem de hoje é relativa às caraterísticas dos nativos com Urano natal posicionado na Casa IX


Significado da Casa IX
Casa IX – 3ª Casa de Identidade
Na Casa I, a primeira casa de identidade, ao afirmarmo-nos, ao termos iniciativas, vamos ganhando alguma consciência de quem nós somos. Na Casa V, a segunda casa de identidade, ao levarmos ao mundo as nossas criações, tomamos consciência do ser especial que somos. Com a vivência da Casa IX, saímos da esfera do eu pequenino e percebemos que a nossa identidade afinal só pode ser dimensionada noutras esferas, ou seja, não somos apenas quando e porque agimos (Casa I), não somos tão pouco apenas quando e porque criamos, mas somos sobretudo quando conhecemos, quando conseguimos enxergar para além do nosso umbigo. Por isso, a Casa IX permite a expansão da consciência para níveis mais elevados.

Casa IX – Casa social ou coletiva
Enquanto nas casas ditas pessoais (I a VI) a expansão consciencial do nativo é obtida através de si próprio, nas casas ditas sociais (VII a XII), a expansão consciencial é obtida através do outro. Na Casa VII, ampliamos a consciência de quem somos através dos processos de identificação e desidentificação com o outro. Na Casa VIII, ampliamos a consciência de quem somos através dos processos de morte e renascimento das nossas posturas instintivas que emergem com a vivência fusional e tensional com o outro. Na Casa IX a expansão consciencial também é realizada através do outro mas com base em outros mecanismos que descreveremos mais adiante.

Casa IX – Última casa do Outro
O Eixo Meio do Céu-Fundo do Céu divide o mapa em dois hemisférios: o Hemisfério Oriental (casas I, II, III, X, XI e XII) e o Hemisfério Ocidental (casas IV, V, VI, VII, VIII e IX).
No Hemisfério Oriental, também conhecido como “O Hemisfério do EU”, o nativo não se deixa influenciar pelos outros, nem pelo meio em que vive nem pelas circunstâncias da vida. Ele é o motor do seu próprio destino.
No Hemisfério Ocidental, também conhecido como O Hemisfério dos Outros”, o nativo age em função dos outros, do ambiente e das circunstâncias da vida. Ele deixa-se condicionar.
Nas Casas IV a VI do Hemisfério Ocidental, o nativo ganha expansão consciencial através de si próprio quando se expressa, cria e trabalha, mas no entanto ainda não consegue “ver” o outro, apesar do outro o condicionar de forma indireta (Casa IV - a família; Casa V - o aplauso do outro; Casa VI – o serviço feito ao outro). O nativo não “vê” o outro, no sentido de ainda não conseguir reconhecer o outro como identitariamente importante.
Nas Casas VII a IX do Hemisfério Ocidental, o nativo já consegue “ver” o outro e ganha expansão consciencial através dos seus relacionamentos, deixando-se condicionar de forma direta pelo outro.
Na Casa VII, consegue “ver” o outro porque começa a gostar do outro e tal fato obriga o nativo a reconhecer a importância de se relacionar com uma identidade distinta de si próprio. Na Casa VIII consegue “ver” o outro porque ao reconhecer a importância da identidade do outro na sua vida, não o quer perder e porque não o quer perder, controla-o e porque o controla, atrai dramas e porque atrai damas, sofre e ao sofrer, renasce.
Na Casa IX, o nativo já consegue ver o outro, mas já sem carência, sem posse, sem instintos. O outro já é considerado um ser com que priva socialmente, reconhecendo-lhe, conscientemente, uma identidade própria e livre que deve tratar com respeito, justiça e honestidade. Contudo, ainda não há um “nós” pois de um lado está o nativo e do outro lado está o outro. Estão juntos, mas ao mesmo tempo estão separados. A Casa IX representa a última casa do hemisfério ocidental ou Hemisfério do Outro. Nas casas seguintes, o outro já é percecionado de forma coletiva, já é um ser coletivo, já é integrado no coletivo. Na Casa X, o indivíduo pertence ao ser coletivo estruturado (navegamos no mesmo barco). Na Casa XI o indivíduo pertence ao ser coletivo fraternal e idealizado (somos todos irmãos). Na Casa XII, e finalmente, o indivíduo pertence ao ser coletivo individualizado (somos todos um).

Casa IX - Conhecimento, Ensino
O eixo Casa III – Casa IX é o eixo do conhecimento. Estas duas casas estão relacionadas, deste modo, com a obtenção do conhecimento. Só que o conhecimento referido tem uma tónica diferente em cada uma delas.
Na Casa III, o nativo recolhe e armazena informação e fatos para melhor compreender e se posicionar no mundo físico à sua volta, mas apesar do seu apetite voraz por informação, não lhe dá um sentido, não a direciona. Deste modo, conhece um pouco de tudo, mas sempre ao de leve, pela rama, pela superfície. Ou seja, o conhecimento adquirido nesta casa é superficial e apenas focado para o quotidiano, para a rotina e para o ambiente próximo.
Na Casa IX, o nativo já sente a informação recolhida, já lhe dá um sentido e já a direciona. Por isso, a imagem que representa o Sagitário (seu regente natural) é traduzida por um centauro a apontar uma seta, indicando que deveremos ir mais além e não ficarmos circunscritos à esfera ambiental envolvente, próxima. A Casa IX, deste modo, já não tem a ver com o conhecimento superficial, mas sim com o conhecimento mais profundo. Em suma, na Casa III, recolhe-se a informação, mas é na Casa IX onde se tiram conclusões sobre a informação recolhida e onde se vai mais além do conhecimento superficial obtido. Por isso, esta casa está associada à educação superior, às universidades, mestrados e doutoramentos. É a casa do professor que expande os seus conhecimentos levando-os para os outros para que estes possam expandir a sua consciência.

Casa IX – Religião, Filosofia
Na imagem do centauro que ilustra o signo de Sagitário a seta é apontada para cima, para o céu, indicando claramente que se deve procurar o conhecimento “que está acima”, se quisermos ir mais além, se quisermos ampliar a nossa consciência.
Trata-se de um conhecimento ainda mais acima do conhecimento elevado obtido nas universidades. Trata-se do conhecimento das leis invisíveis que regulam o mundo.
Na Casa III, o nativo apenas consegue conhecer as leis visíveis do mundo dado que esta casa está ligada ao cérebro esquerdo ou solar, ou seja à mente inferior, concreta, racional, lógica, analítica, dedutiva, científica e linear. Na Casa IX, o nativo consegue aceder às leis invisíveis do mundo dado que esta casa está ligada ao cérebro direito ou lunar, ou seja, à mente superior, abstrata, intuitiva. Deste modo, o nativo nesta casa, tem capacidade para intuir as verdades e as leis invisíveis que regulam o Universo, ou seja, por intuição, por “flashes”, consegue aceder à compreensão do funcionamento cósmico. Ao aceder a esse conhecimento, o nativo identifica-se com o mesmo pois este ressoa dentro dele e ao ressoar, ele sente-o, e ao senti-lo, dá-lhe um sentido, um significado. Ao dar-lhe um sentido, acredita nesse conhecimento. Ao acreditar nesse conhecimento, o mesmo passa a ser para ele uma verdade incontornável. E ao sentir aquela verdade, irá passá-la aos outros com imensa convicção e energia pois a Casa IX é uma casa de fogo, de expansão. O nativo não precisa que lhe expliquem racionalmente porque é que é aquilo em que acredita, corresponde a uma verdade. Simplesmente intui que é verdade e a partir daí passa a acreditar. O nativo crê sem necessidade de ver e crê porque lhe faz sentido, porque sente. O nativo acredita, pura e simplesmente. O acreditar não carece de fundamentação percecional ou mental. O acreditar apenas carece de identificação emocional, vibracional e de ressoamento. Deste modo, na Casa IX, o nativo poderá intuir e ir mais longe na consciência de quem é, poderá intuir as “Leis” que ordenam o mundo e que lhe dão um sentido e significado. E ao tê-las como referência, o nativo se dimensiona e se conhece e transmitindo-as aos outros, ajuda os outros a dimensionaram-se e a conhecerem-se também.
É muito por causa da força deste “acreditar”, que se associa o otimismo aos nativos do signo de Sagitário (regente natural da Casa IX). Os sagitarianos acreditam que as coisas vão funcionar, que tudo irá correr pelo melhor e isso é assim porque eles nasceram com a capacidade de acreditar.
Portanto, a Casa IX é uma casa de fé, de crenças e ideais e uma casa onde o nativo irá experienciar as questões ligadas à religiosidade e filosofia. É a casa do sábio, do mestre e do guru.

Casa IX – Ética
Júpiter, planeta que rege a Casa IX está localizado no Sistema Solar depois de Marte (último dos planetas pessoais). Por esse motivo, Júpiter é considerado o primeiro planeta social dado que está para além dos planetas que servem o ego, a personalidade (Sol, Lua, Mercúrio, Vénus e Marte). Deste modo, a Casa IX está também relacionada com os princípios que regem a sociedade. Nesse sentido, A Casa IX é a casa dos valores, do direito, das leis, dos tribunais, da ética, da moral, da opinião pública, do certo e do errado, etc..

Casa IX – Viagens de Longa Distância e o Estrangeiro
O objetivo da Casa IX é o do centauro que aponta a seta para ir mais além, para se expandir. Como já referido, esse objetivo pode ser conseguido através da aprendizagem de conhecimentos, da religiosidade, da ética, da moral, entre outras vias. Ora, obviamente, que o contato com outras culturas, povos, países, mentalidades permite também a ampliação dos conhecimentos. Deste modo, as viagens de longa distância, os outros países, as outras línguas, as outras culturas são fonte de aprendizagem e de expansão consciencial. Enquanto a Casa III rege o ambiente próximo e aquilo que é descoberto explorando-se tudo o que fica à mão, a Casa IX descreve a perspetiva que ganhamos quando nos afastamos e olhamos a vida de uma certa distância.
Deste modo, a Casa IX está associada às viagens de longa distância e ao estrangeiro.
Por vezes, os nativos com a Casa IX muito ativada não sentem muita apetência para viajar para longe e este fato pode parecer contradizer o que foi atrás referido. No entanto, estes nativos podem já estar num estádio evolutivo desenvolvido e já não sentirem necessidade de realizarem longas jornadas para ampliarem a sua consciência. Deste modo, preferirão realizar viagens internas, dentro de si, através de meditação e reflexão e por vezes, nessas viagens, encontram verdadeiros tesouros e adquirirem ampliações de consciência elevadíssimas.

Significado de Urano
Urano faz o apelo da liberdade e procura romper com os condicionalismos que abraçam o nativo e que o impedem de atingir a sua essência, de ir mais longe no conhecimento de si próprio. Urano é elétrico e atua quase sempre de forma inesperada.
Podemos comparar o processo uraniano com o “descascar de uma cebola”, no sentido, em que o nativo para ser livre, para chegar à sua essência, tem que retirar todas as camadas de resistência, bloqueios e medos que acumulou durante a sua vida. O nativo apenas será livre, apenas atingirá o essencial de quem é, quando tiver arrancado todas as camadas da sua cebola existencial. Urano é esse movimento.

Significado de Urano na Casa IX
Conhecimento, Ensino
Os nativos com Urano natal localizado na Casa IX, no geral, são adversos à estrutura de ensino tradicional. De fato são inovadores e progressistas neste campo e têm interesse por novos métodos de ensino. No entanto, quando Urano natal está fortemente tensionado no mapa, estes nativos terão dificuldades em ouvir e aprender, não suportarão a aprendizagem de coisas banais e não tolerarão ou aceitarão os seus professores.

Religião, Filosofia, Ética
Os indivíduos que nasceram com o Urano na casa IX frequentemente estão desalinhados com os pontos de vista religiosos ortodoxos, e no geral, interessam-se bastante por astrologia, telepatia e pelas denominadas ciências ocultas. São pessoas de elevada convicção e entusiasmo no que se refere aos seus ideais religiosos, políticos, filosóficos, éticos e morais. Se o Urano Natal estiver mal aspetado, é bem provável que estes nativos se revelem intolerantes, fanáticos e faciosos relativamente aos temas religiosos, filosóficos, sociais e políticos. Poderão também aderir a cultos excêntricos.

Viagens de Longa Distância, Estrangeiro
No geral, estes nativos sentem um forte apelo para conhecer outros mundos e culturas (exceção para os que possuem signos solares fixos). Se o Urano Natal estiver mal aspetado, poderão ter complicações no estrangeiro ou com estrangeiros.

Intuição
Os nativos com o Urano natal posicionado na Casa VIII, no geral, serão fortemente intuitivos e aprendem por lampejo, vislumbre ou “flash”. 

Ruy Figueiredo

segunda-feira, 9 de julho de 2018

ASTROLOGIA. URANO NA CASA VIII (PARTE XVIII)


HOJE NOS DEDICAREMOS AO URANO NATAL POSICIONADO NA CASA VIII 

Significado da Casa VIII
A Casa VIII é uma casa de memórias ligadas ao passado. É a casa do signo de Escorpião. É uma casa da água psíquica, abissal e profunda. Como se trata de uma casa cármica (tal como as casas IV e XII) nela ficam facilmente armazenadas as memórias dos medos e de inseguranças que trazemos de outras vidas. A casa VIII tradicionalmente é a casa das perdas, das mortes psíquicas e também da morte física.
Enquanto a Casa II é uma casa pessoal, de terra e tem a ver com “O Meu”, com os valores próprios, com o signo de Touro e com o planeta Vénus, a Casa VIII é uma casa coletiva (social), de água e tem a ver com “O Teu/O Nosso”, com os valores dos outros, com o Signo de Escorpião e com os planetas Marte e Plutão.

Casa II (pessoal) versus Casa VIII (social)
A Casa II é uma casa pessoal logo visa a expansão consciencial do nativo através de si próprio enquanto a Casa VIII é uma casa coletiva pois visa a expansão consciencial do nativo através do outro (dos valores do outro).

Casa II (do elemento terra) versus Casa VIII (do elemento água)
A Casa II, por ser uma casa de terra, representa uma área de vida ligada ao mundo concreto e prático. Nesta casa, o nativo vive obcecado com a necessidade de segurança material que por sua vez lhe irá devolver segurança emocional. Deste modo, o nativo quer a todo o custo ter estabilidade, paz e harmonia, não gosta de mudanças, não se deixa transformar (é teimoso) e vive dependente da necessidade de possuir.
Já a Casa VIII, sendo uma casa de água, representa uma área de vida focada nos sentimentos, memórias, emoções e instintos.
Existem três casas de água. A Casa IV é a primeira casa de água e representa as águas do Caranguejo que têm a ver com a nossa herança em termos genéticos, hereditários, psicológicos, educacionais, emocionais e com a nossa maior ou menor capacidade para nos sentirmos alimentados e felizes em função desse “património” herdado. A Casa IV representa então as águas onde nos banhámos, vivemos e fomos nutridos na nossa infância. Nesta casa, o nativo sentir-se-á seguro emocionalmente se tiver sido adequadamente alimentado em termos emocionais.
A Casa VIII é a segunda casa de água e representa as águas abissais, profundas, instintivas, inconscientes, animais, irracionais, obsessivas, primárias, egocêntricas, separatistas, violentas, psíquicas e cármicas do Escorpião. Nesta casa, o nativo sentir-se-á seguro emocionalmente se conseguir satisfazer os seus desejos mais recônditos e profundos e se conseguir satisfazer o seu instinto inconsciente de sobrevivência à vida.
A Casa XII é a terceira casa de água e já tem a ver com as águas do oceano cósmico às quais nos devemos render e entregar. Essa entrega do nosso ser à “VIDA” apenas será conseguida quando naturalmente confiarmos nela e acreditarmos que sempre cuidará de nós e nos levará para onde temos que ir. Só consegue nadar nas águas deste oceano cósmico, aqueles que naturalmente se rendem e se entregam à “VIDA”, submetendo-se à sua vontade. São pessoas para quem as referências biológicas da Casa IV perderam sentido ("Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?" disse Jesus) e para quem os instintos, os medos e as inseguranças da Casa VIII, foram superados.

Como reparamos, enquanto na Casa II, o nativo não se deixa transformar e atrai estabilidade, calma, tranquilidade e harmonia através das coisas que vai obtendo no mundo concreto, na Casa VIII, o nativo é impelido a transformar-se, superando os impulsos incontroláveis que experiencia face às diversas situações de perda que seguramente irá atrair. Nesta casa, o nativo atrai situações de perda porque no fundo deseja mais do que necessita e porque coloca na satisfação dos seus desejos, uma intensa carga instintiva e psicológica, ou seja, deseja as coisas e as pessoas a todo o custo e não pode sequer pensar na hipótese de não as ter ou de as perder. É mais forte do que ele, é visceral, é instintivo, é irracional. Deste modo, vive interiormente agitado, intranquilo. De fato, o nativo explode, sempre que um desejo intenso e inconsciente não é satisfeito. O que a “VIDA” pretende é que esse nativo morra para esse desejo, ou seja, que não fique dele dependente e que perca toda a carga instintiva com que o alimenta. Mais cedo ou mais tarde, após diversas experiências de perda, o nativo terá conseguido transformar-se e a sua intranquilidade desaparecerá pois terá apaziguado as suas águas instintivas e animais que não o deixavam evoluir e que lhe davam instabilidade e intranquilidade.
A proposta desta casa é sermos capazes de perder gradualmente a carga instintiva de sobrevivência que habita dentro de nós e que herdámos e transportámos de outras vidas em resultado dos medos e inseguranças que desenvolvemos como reação a diversas situações que experienciamos e que nos puseram à prova. Nesse sentido, a Casa VIII é a casa das várias mortes psíquicas bem como também, da morte física. As mortes psíquicas permitem a alteração do estado de consciência no que se refere à aceitação da não satisfação do desejo. Não quer dizer que se abdique do desejo. O que é crucial é conseguir desejar sem cargas instintivas. Deste modo, a Casa VIII é uma verdadeira casa de iniciação, renascimento, pois representa a área de vida onde o nativo se pode regenerar, transformar, alquimizar, renascer.

Casa II (“O Meu”) versus Casa VIII (“O Teu/ O Nosso")
A Casa II tem a ver com as ferramentas, valores e dotes que trazemos ao mundo e que podem ser desenvolvidos e postos em prática. Nela iremos investir os nossos recursos naturais, os nossos valores (ou seja, os valores próprios) para sermos auto suficientes, termos um sentimento de auto estima, sabermos o que valemos e no fundo, termos segurança emocional com base nas coisas práticas, de valor e de dinheiro que possuímos. É a casa do “Meu” (o meu carro, a minha casa, a minha mulher, os meus filhos, o meu dinheiro, o meu barco, etc.).
A casa VIII, de transformação através do outro, não são os nossos valores que interessam, mas sim os dos outros. Os outros vão constituir o combustível que irá ativar o nosso “caldeirão” interior e que propiciará as transformações necessárias à nossa transcendência. Ligamo-nos aos outros para podermos descobrir uma dimensão de nós próprios que não descobriríamos, sozinhos. Deste modo, a Casa VIII está relacionada com as posses de um relacionamento, com a propriedade comum, com os recursos conjuntos, com as heranças, com o dinheiro do outro, com os negócios, com as sociedades, com os impostos, com os seguros e com as finanças.
Casa VIII – os desejos, as dependências, o poder oculto e o sexo
Na Casa VIII, o nativo fica prisioneiro, refém, dependente da satisfação de um desejo qualquer que lhe proporciona um sentimento de segurança, potência e poder. Nesta casa, ele sentir-se-á tranquilo e feliz enquanto continuar a existir e estiver sob o seu controlo, aquilo que deseja e que identificou como objeto da sua segurança emocional. O problema e a instabilidade surgem quando acontece algo que vem ameaçar a continuidade da satisfação desse desejo. Quando tal acontece, o nativo transforma-se num “animal” no sentido que do seu interior profundo, emergem, acordam e são ativados os seus instintos. O instinto é a força que emerge dentro de cada um de nós, de forma inconsciente, sempre que lutamos para sobreviver. Quando o desejo não é satisfeito, os instintos vêm ao de cima e coisas desagradáveis e impensáveis podem acontecer. É o drama do Escorpião, daí a baixa conotação das pessoas deste signo, muito embora, no geral, seja injusta, dado o indivíduo de Escorpião ser, uma pessoa perfeitamente controlada e pacífica (mas por favor não façam com que ele se sinta magoado, pois aí, toda a sua força instintiva emergirá e tudo poderá acontecer). Como se constata, na Casa VIIII, a pessoa está presa, refém e dependente do seu instinto que é acordado quando algo se coloca entre ela e o seu desejo. Deste modo, a Casa VIII é a casa da paixão, do poder psíquico, da bruxaria, do ocultismo, dos rituais, das iniciações, da medicina, da cura e também do sexo que representa um dos instintos mais básicos de sobrevivência (da procriação da espécie).

Casa VIII – o trabalho relacional
A casa VII e a casa VIII representam as áreas onde os relacionamentos são trabalhados. Enquanto na Casa VII (ligada ao planeta Vénus e ao signo mental da Balança), o trabalho baseia-se no processo mental de espelho (identificação e desidentificação), na Casa VIII (ligadas aos planetas Marte e Plutão e ao signo do Escorpião), o trabalho não é mental, mas psicológico e emocional dado lidar com instintos e desejos.
Na Casa VII os outros são o motor da nossa transformação, mas apenas no tocante à compreensão de quem é o outro, de quem somos e do que é uma relação. Ou seja, na Casa VII, atraímos alguém com que nos identificamos e esse alguém será o motor da na nossa expansão consciencial porque começamos a aprender, através dele, quem somos. Deste modo, se formos ciumentos, mas não soubermos que o somos, é provável que atraiamos um parceiro ciumento com o qual e através do qual, naturalmente, começamos a perceber que afinal também temos essa postura. Assim, ampliamos a nossa a consciência e dizemos para nós próprios: “Foi preciso andar com esta pessoa para ver nela aquilo que em mim não reconhecia. Consegui finalmente perceber que também sou uma pessoa ciumenta”. No entanto, o fato de se perceber “intelectualmente” que se é ciumento, não vai curar esse problema pois é necessário ir mais fundo e perceber porque é se esse problema existe. Uma das formas da pessoa ir ao fundo é sem dúvida, passar pelos dramas da casa VIII, porque nesta casa, a paixão e a entrega são profundas e quando há o corte, a resposta é dada pelo instinto, e por favor saiam da frente porque as atitudes são imprevisíveis.
Se a Casa VIII pressupõe entrega, fusão, quando as expetativas que temos sobre os outros são goradas (por exemplo, quando somos traídos, abandonados), sentimos que o mundo caiu, desabou. Se a fusão na Casa VIII fosse apenas mental como na casa VII, haveria tristeza, mas sem transformação. A fusão experienciada na Casa VIII faz emergir o pior que há em nós (vingança, raiva, ódio, medo, etc.) quando o nosso desejo deixa de ser satisfeito ou perdermos o controlo sobre o outro. De fato, só quando estamos fundidos, é que o corte e a separação, são dolorosos. Só nestes casos é que é acordado o escorpião, o animal que existe em nós. Então sentimos uma perda, e se persistirmos a desejar visceralmente as coisas, voltaremos mais tarde a ter novamente outra perda, até que um dia, conseguiremos exorcizar os nossos instintos baseados no medo e na sobrevivência animal. Aceitamos perder e então renascemos, pois deixámos de ser instintivos.

Significado de Urano
Urano faz o apelo da liberdade e procura romper com os condicionalismos que abraçam o nativo e que o impedem de atingir a sua essência, de ir mais longe no conhecimento de si próprio. Urano é elétrico e atua quase sempre de forma inesperada.
Podemos comparar o processo uraniano com o “descascar de uma cebola”, no sentido, em que o nativo para ser livre, para chegar à sua essência, tem que retirar todas as camadas de resistência, bloqueios e medos que acumulou durante a sua vida. O nativo apenas será livre, apenas atingirá o essencial de quem é, quando tiver arrancado todas as camadas da sua cebola existencial. Urano é esse movimento.

Significado de Urano na Casa VIII

Vejamos em cada uma das subáreas que integram a Casa VIII, como se manifesta Urano.

a)                 SEXO
Urano harmónico
O nativo com Urano harmónico na Casa VIII terá tendência à experimentação sexual, com fantasias e experiências não convencionais e será profunda, vigorosa e transcendente a sua energia sexual.
Urano desarmónico
O nativo com Urano tensional na Casa VIII poderá ter tendência para rejeitar a sexualidade durante alguns períodos. A sua sexualidade poderá ser algo pervertida, diferente, excessiva e viciosa e ocasionar fortes dependências.

b)                ESOTERISMO, OCULTISMO
Urano harmónico
O nativo com Urano harmónico na Casa VIII terá tendência para ter uma elevada aptidão para o sobrenatural, esoterismo e ocultismo e revelará forte interesse pelo além, morte, telepatia, oculto, mistério, alquimia e mediunidade.
Urano desarmónico
O nativo com Urano tensional harmónico na Casa VIII terá um forte interesse em bruxaria, feitiçaria, magia negra, etc.


c)                  DINHEIRO
Urano harmónico
O nativo com Urano harmónico na Casa VIII poderá receber avultadas quantias de dinheiro, de forma inesperada, provenientes de heranças, investimentos, seguradoras, jogos, ou de outras fontes.
Urano desarmónico
O nativo com Urano tensional harmónico na Casa VIII terá tendência para experimentar litígios nas heranças ou perda de dinheiro nas parcerias e casamentos.

Ruy Figueiredo


sábado, 26 de maio de 2018

ASTROLOGIA. URANO NA CASA VII (PARTE XVII)


HOJE IREMOS FALAR DAS CARATERÍSTICAS DOS NATIVOS QUE NASCERAM COM URANO NA CASA VII

Significado da Casa VII
A Casa VII é a primeira casa do Hemisfério Sul (Diurno ou Superior) que integra as casas coletivas ou sociais VII a XII. Enquanto as casas pessoais do Hemisfério Norte (Noturno ou Inferior) visam a expansão da consciência individual, as do Hemisfério Diurno, visam a expansão da consciência social. A Casa VII é, portanto, a primeira das casas coletivas ou sociais.
Nas casas coletivas é mais importante a objetividade e a vida exterior enquanto, nas ditas
pessoais, é mais acentuado a subjetividade e a vida interior. Nas casas coletivas o indivíduo age em função do outro enquanto, nas casas pessoais, age em função de si próprio.
A cúspide da Casa VII (grau e signo que abre a Casa VII) é chamada de Descendente. Trata-se de uma singularidade do mapa muito importante e que é oposta ao Ascendente (cúspide da Casa I). O Ascendente é o ponto de consciência de cada um enquanto o Descendente representará o ponto de consciência do outro. O Ascendente será o ponto mais nascente, mais oriental, mais brilhante, mais luminoso e mais consciente do nativo enquanto o Descendente será o ponto mais ocidental, mais sombrio e mais inconsciente, precisando do outro para ser iluminado.
Enquanto na Casa I expandimos a nossa consciência através das iniciativas que tomamos, na Casa VII, ampliamos a nossa consciência através dos relacionamentos com os outros, e isto porque os relacionamentos funcionam como espelhos através do mecanismo da projeção.

Dinâmica da Projeção
Segundo Freud, a projeção é um mecanismo de defesa psicológico que faz com que determinada pessoa projete os seus próprios pensamentos, motivações, desejos e sentimentos indesejáveis numa ou mais pessoas. A projeção deste modo, faz com que as pessoas observem nos outros, as suas próprias caraterísticas reprimidas ou que não conseguem expressar conscientemente.
A pessoa sente-se inconscientemente atraída por alguém que apresente ou exprima naturalmente as suas caraterísticas pessoais reprimidas e rejeitadas.
Ao vivenciar a experiência relacional, a pessoa que projeta vai poder viver e até consciencializar-se das caraterísticas pessoais que não consegue exprimir. Deste modo, vai verificar-se uma expansão consciencial através do outro. É através do convívio com o outro que a pessoa vai aprender mais sobre si próprio. Ora a Casa VII é o palco onde o teatro relacional decorre. Muitas vezes o primeiro passo para começarmos a saber o que de fato queremos é saber o que de fato não queremos. Ora, para isso, temos muitas vezes que experienciar coisas que à partida, gostamos, mas que depois verificamos não serem bem aquilo que desejávamos. Ganhamos consciência através dos relacionamentos. Deste modo, os nossos piores companheiros(as) relacionais podem bem ter sido, os nossos melhores mestres, no sentido de que, através deles (delas) pudemos ganhar um pouco mais de consciência de quem realmente somos e do que realmente queremos.

A Casa VII, como constatamos, é o grande palco de todo o tipo de relacionamentos, a saber:

a)                 Relacionamentos Afetivos
É a casa que reflete os relacionamentos sérios, que indica como nos relacionamos, o tipo de pessoas que atraímos, o que projetamos no outro e as características e "defeitos" do outro que não conseguimos enxergar em nós mesmos.

b)                Relacionamentos Matrimoniais
É a casa onde está representado o primeiro casamento, o segundo filho, o cônjuge e a tendência para o divórcio.

c)                 Relacionamentos Societários
A Casa VII também reflete os agrupamentos societários empresariais, acordos, litígios, alianças, uniões e conflitos.

d)                Relacionamentos Associativos
A Casa VII também é o palco para os relacionamentos associativos.

e)                 Relacionamentos de Amizade
Os amigos próximos, os inimigos declarados ou manifestos, as questões judiciais, as quebras de contrato por posicionamentos divergentes.

Os planetas localizados na Casa VII, por sua vez, também fornecem indicações sobre a qualidade das relações, ou seja, nomeadamente sobre:

a)                 As caraterísticas da relação
Por exemplo, Saturno na Casa VII pode indiciar que o nativo tem propensão para os relacionamentos baseados no dever e na obrigação, enquanto Marte revelará a tendência do nativo para batalhas relacionais tempestuosas, para se apaixonar à primeira vista ou para se casar rapidamente.

b)                Os parceiros que atraímos
Enquanto a pessoa não tiver consciência do tipo de perfil de namorado(a) com quem deseja se relacionar, só atrairá alguém que seja a expressão pura negativa do(s) planeta(s) que se encontram localizado(s) na sua Casa VII. Deste modo, o outro vem fazer emergir a quem tem planetas na Casa VII, aspetos da personalidade do nativo que ele próprio desconhece. Por exemplo, uma mulher com Marte na casa VII terá propensão para numa primeira fase, sentir-se atraída por um homem assertivo, dominante e centrado em si mesmo que lhe dará ordens, gritando. Assim irá gradualmente incorporar o seu Marte. Quando já não conseguir tolerar esta situação, muito provavelmente, dará conta de que também tem direito a fazer exigências e terá enfim descoberto o seu Marte que existia velado em si própria.

Significado de Urano
Urano faz o apelo da liberdade e procura romper com os condicionalismos que abraçam o nativo e que o impedem de atingir a sua essência, de ir mais longe no conhecimento de si próprio. Urano é elétrico e atua quase sempre de forma inesperada.
Podemos comparar o processo uraniano com o “descascar de uma cebola”, no sentido, em que o nativo para ser livre, para chegar à sua essência, tem que retirar todas as camadas de resistência, bloqueios e medos que acumulou durante a sua vida. O nativo apenas será livre, apenas atingirá o essencial de quem é, quando tiver arrancado todas as camadas da sua cebola existencial. Urano é esse movimento.

Significado de Urano na Casa VII
Quando o nativo tem o Urano localizado na sua Casa VII é óbvio que é na área relacional onde terá necessidade de ser livre. O nativo vai ter que viver relacionamentos em liberdade, ou seja, vai ter que saber ser livre com os outros. Deste modo, será através da área relacional que o nativo trabalhará a liberdade interior (dentro de si). Esse trabalho consiste em aprender a não possuir os outros, a ser livre com os outros, a partilhar-se com os outros sem medos, porque muitas vezes, têm medo de se relacionarem porque não querem perder a liberdade que já conquistaram para si. Mas se ainda têm medos é porque ainda não são verdadeiramente livres, porque quem é livre, é livre “com” e não “contra”. E a pessoa tem que perceber que tem que procurar a liberdade dentro dela mesmo, para aprender depois a partilhar essa liberdade com os outros. O nativo tem que impessoalizar as relações, tem que aceitar que as relações são uma constante dinâmica, que tudo muda, que as relações também mudam e que tem que perder o medo disso. Quando perceber esta dinâmica, vai dar espaço ao outro para dizer "sim" às experiências que precisa ter para descobrir quem é que é. Enquanto esse processo não se der, vai ter medo e não vai estar com o outro, de fato. Mas esse processo tem que ser feito. É o risco que o nativo tem que correr para ser fiel à sua evolução. É o risco para poder ir mais longe e descobrir quem é que é de fato.

Urano harmónico
O nativo com Urano harmónico na Casa VII é fiel, exige fidelidade, tem respeito pela liberdade mútua e gosta de ficar amigo do outro mesmo que haja alguma rutura relacional.

Urano desarmónico
Se o Urano está tensionado haverá tendência para o nativo atrair situações relacionais não convencionais (viverem separados ou em casas separadas, homossexualidade, união com pessoas de outra raça, com parceiros muito mais velhos ou muito mais novos, de um outro país ou cultura, trios amorosos, amor livre, relação colorida, etc.). O nativo tendencialmente será uma pessoa muito inconstante e distante nos seus relacionamentos e parcerias, e por este motivo, poderá não ser muito bem-sucedido no casamento ou em sociedades. O nativo terá também dificuldades em dar liberdade ao outro.

Ruy Figueiredo