Planetas
pessoais versus Planetas impessoais
Os planetas pessoais do nosso mapa (Sol, Lua,
Mercúrio, Vénus e Marte) encarnam as energias da personalidade, as forças que
nos movimentam neste mundo dual. Têm vibrações compatíveis com o mundo ou
realidade em que vivemos. Já os planetas impessoais ou transcendentes (Urano,
Netuno e Plutão) são verdadeiros emissários do Cosmos pois enviam para todos os
seres do nosso Planeta, vibrações mais elevadas, cuja proposta é dinamizar a sua transformação e assim
satisfazer a sua natural evolução cósmica e espiritual.
Urano é elétrico, imprevisível e propõe-nos a
transcendência por via da libertação dos condicionalismos que nos amarram.
Plutão é instintivo, manipulador e propõe-nos a
transcendência por via da irradicação das nossas cargas instintivas e
irracionais.
Netuno propõe-nos a transcendência por via da
gradual dissolução e secundarização do ego.
A
Energia de Netuno
É impossível, por palavras descrever a energia
netuniana que só pode ser compreendida ao ser vivida e sentida.
Netuno representa o impulso que existe em cada um de
nós para procurar, encontrar e experienciar algo que nos transcende, algo
absolutamente amoroso e divino. Inconscientemente, procuramos “regressar à casa do pai”,
procuramos religarmo-nos outra vez à “Fonte” da vida, ao Amor Cósmico, à
plenitude total.
Como se percebe, a energia netuniana é elevadamente
subtil e a sua frequência e vibração são demasiadamente elevadas para a grande maioria
dos seres humanos. Por isso a imagem de Netuno encontra-se muitas vezes
associada a estados confusionais, de embriaguez, entorpecimento, cansaço e
desânimo. De fato, a vibração é demasiado elevada para poder ser gerida pelo nosso
corpo e mente de forma tranquila.
Quando ouvimos música que nos agrada, elevamo-nos e
sentimo-nos a percorrer mundos maravilhosos. Isso é Netuno. Por isso no geral,
os Netunianos são músicos ou têm propensão para a música.
Quando lemos ou ouvimos poesia, elevamo-nos e
sentimo-nos a percorrer mundos maravilhosos. Isso é Netuno. Por isso no geral,
os Netunianos são pessoas dotadas de uma grande imaginação, são contadores de
histórias, escritores, pois têm a imaginação muito desenvolvida.
Como se depreende a energia netuniana, faz-nos
sonhar, imaginar, enganarmo-nos, enganarmos, iludirmo-nos, iludirmos, desiludirmo-nos
e desiludirmos.
Quando Netuno é vivido ou experienciado de forma
positiva, o nativo apresenta uma natureza empática, sensível e tem capacidades artísticas,
criativas, mediúnicas e curativas.
Quando Netuno é vivido ou experienciado de forma
negativa, o nativo é dado a escapismos e a vícios (álcool, drogas), é confuso,
desonesto, mentiroso, enganador, sonhador.
Netuno
e a Absolutização
Os Netunianos procuram o Céu cá na Terra, ou seja,
absolutizam certos aspetos da sua vida. “O meu filho é o mais inteligente da
escola”; “A minha mulher é a criatura mais maravilhosa deste planeta”; “O meu emprego
é fantástico”; “Eu tenho o melhor amigo do mundo”; “Eu sou muito bonito”.
Esta absolutização resulta da necessidade inconsciente
de encontrarem, fora de si, algo que os transcenda, algo de divino, algo de
absoluto. Como não encontram, então projetam para coisas ou pessoas este desejo
inconsciente. Só que mais cedo ou mais tarde, caem na real, e verificam que
estavam iludidos, ou melhor que se deixaram iludir e então ao desiludirem-se, experimentam
sofrimento obviamente. E este sofrimento é alquímico no sentido que fá-los compreender
que devem procurar o máximo dentro de si próprios e não fora de si próprios. De
fato, esse máximo interior existe e corresponde à nossa centelha divina, ou seja,
todos temos dentro de nós, algo de divino e amoroso. O grande ensinamento, a grande
expansão consciencial é percebermos que devemos procurar dentro de nós, a nossa
verdadeira força e deixar de projetar para o exterior. É este o grande ensinamento
de Netuno que ao fazer com que os nativos se iludam e desiludam, também dá-lhes
a chave da transformação, da transcendência e da evolução espiritual.
Ruy Figueiredo
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