domingo, 26 de janeiro de 2020

ASTROLOGIA. SATURNO (PARTE II)

HOJE CONTINUAMOS A APRESENTAR AS CARACTERÍSTICAS DO PLANETA SATURNO - O MALÉFICO MAIOR


SATURNO – Sua Relação com o Processo Iniciático
Quando integramos a nossa sombra (os nossos medos), transforma-mo-nos num ser inteiro e contactamos com o nosso Ser Superior. Por isso Saturno é o limite dos planetas pessoais. Depois de Saturno temos Urano que representa a luz, a individualidade e o Espírito. Saturno abre-nos a porta para o Espírito porque para chegar a Urano temos de integrar a nossa sombra. Saturno é o planeta social na medida em que vamos atrair a situação social que tem a ver connosco. Capricórnio é o alto da montanha. Todos nós temos de encontrar, e de forma solitária, o nosso alto da montanha, sendo nessa relação solitária que teremos de abrir mão do nosso ego e aprender o que é a humildade. Essa é a grande lição do Capricórnio. Por isso é que ele rege os joelhos que se inclinam em posição de reverência. E é a partir daí que o Capricórnio tem acesso ao divino, ou seja, àquilo que a Alice Baile chama "Porta dos Deuses". É no alto da montanha onde se opera a iniciação. Se a pessoa anulou o seu ego em função do Todo então pode ser um servidor do mundo em Aquário ou em Peixes, porque passou pela porta do Capricórnio. Nesse sentido, Saturno é um planeta iniciático. Saturno está ao serviço dos planetas transpessoais. No caso do Capricórnio a personalidade é sacrificada em função de um propósito superior, ou seja da alma. Se a personalidade interfere sempre e o Saturno dá sempre a volta à questão, então temos a questão do poder que está ligado aos signos de Capricórnio e de Escorpião, mas fundamentalmente a este último. Simbolicamente as grandes iniciações são no Escorpião e no Capricórnio. Os mestres não são todos necessariamente capricornianos mas passaram todos pela porta do Capricórnio. Estarmos aqui com um espírito de missão implica que o carma seja resolvido. Até os Mestres como Jesus ou Buda, antes de terem cumprido as suas missões aqui na Terra, tiveram que primeiro resolver os seus carmas (familiar, por exemplo).

SATURNO – Sua Relação com o Processo de Separação
Liz Green afirma que Saturno vai representar durante a vida o processo de separação. Ela diz que à partida nós todos trazemos uma falha. Trata-se da responsabilidade por qualquer coisa que fizemos e que nos diz: "Toma lá isto pois são as consequências dos teus atos". É uma falha, uma quebra, uma rutura. Ela diz que todos nascemos com essa rutura, que no fundo é uma brecha na estrutura da nossa personalidade e do nosso ser, onde se irão instalar as tensões, os conflitos e as doenças. Nós, durante a vida, vamos ter que enfrentar essa brecha, essa falha de forma a construir uma personalidade e uma estrutura de identidade sólidas, de forma a fazerem face às vicissitudes da vida de uma forma una, total e íntegra. Enquanto essa falha lá estiver, o edifício pode sempre desabar. As pessoas podem pensar que as coisas estão edificadas e seguras, mas de um momento para o outro sucede qualquer coisa e sem se saber como nem porquê, a brecha abre e tudo desaba. Quando isso acontece há uma espécie de colapso da personalidade e da identidade. Nós podemos fazer face a essa falha de duas formas, criando um Saturno falso ou um Saturno verdadeiro. No primeiro caso vai ser criada uma estrutura em cima da brecha mas que não a solidifica, ou seja, vai ser criada uma barreira de modo a que o exterior não possa tocar no nosso ponto frágil. Contudo, esta atitude motivada pelo medo de enfrentar a insegurança, não vai funcionar. Ou seja, as pessoas constroem qualquer coisa e projetam para o exterior a aparência de uma grande segurança, mas num determinado momento da vida, sem se saber porquê, tudo aquilo irá abalar. No segundo caso, podemos construir o Saturno verdadeiro, ou seja, podemos construir uma personalidade sólida e verdadeira, se durante a vida formos enfrentando a brecha. E isso é feito pela maneira como vivemos e aceitamos viver os processos de separação. Saturno é o senhor da separação. Nós crescemos e vamos fazendo face às diversas separações que vamos tendo durante a vida, sendo que a forma como vamos aceitando passar pelas crises é que nos vai dar a capacidade de nos tornarmos seres independentes e estruturados. O nascimento, por exemplo, é uma separação pois largarmos a mãe e partimos para a vida. A entrada na escola é uma outra separação pois largamos o ambiente familiar e temos que enfrentar qualquer coisa cá fora. A separação é sempre um processo que acarreta sentimentos de solidão, medo e impotência. Mas a capacidade de dizemos "SIM", de aceitarmos e de não fugirmos dessas experiências e de vivê-las de forma solitária, vai permitir criar um corpo de estrutura baseado exclusivamente em nós próprios e naquilo que somos capazes de realizar sozinhos no mundo. Ir para a faculdade é uma outra separação pois deixamos os amigos e a escola. O casamento é uma outra separação. Comprar uma casa pode ser um processo de separação. Arrendar já é um passo mas comprar é diferente, pois neste caso, tenho que assumir a responsabilidade de ter aquela casa e de a manter. Ter um filho é também um processo de separação. De fato, enquanto não temos um filho, nós vivemos na condição de filho e no momento em que temos um filho passamos para a condição de pai, e aqui há um momento de solidão porque agora comecei uma nova etapa da minha vida que me vai trazer um novo tipo de consciência, de estrutura e de responsabilidade. É muito comum às mães pensarem na morte quando o filho nasce. Há pessoas que nunca querem ter casas pelo peso de terem que assumir isso na vida. No entanto, é muito importante, durante a nossa vida, que vivamos bem essas experiências e que não contemos com os outros de forma alguma. Claro que esta solidão, este estarmos e enfrentarmos sozinhos o mundo, por vezes constituem processos muito dolorosos para as pessoas e podem levá-las a fugir criando aquilo a que Liz Green designa pelo estado de fusão, ou seja, por medo de estarem sozinhas e enfrentarem a sua vida e destino, ligam-se, fundem-se com outras estruturas, como por exemplo, um partido político ou até ideias. Deste modo, têm a sensação de não estarem sozinhas e de poderem delegar algo delas próprias e da sua vida, no grupo ou nas ideias que partilham com os seres com quem vivem juntos. E Liz Green diz que isso é perigoso porque é um falso estado de fusão. Enquanto nós não constituirmos uma identidade estruturante apenas através das experiências de vida que vamos adquirindo solitariamente, estaremos vivendo uma falsa união porque, de fato, a união pressupõe a união de uma coisa integrada com outra também integrada. Enquanto não tivermos essa integridade conquistada o que nós fazemos é pedir ao outro ou à situação externa que tome conta desse bocado da nossa vida. E isso é que faz com que a estrutura caia toda quando as pessoas passam por percas, quando falha aquilo a que se fundiram por medo de estarem sozinhas e de serem elas próprias. E a pessoa cai também com essa estrutura. Portanto Saturno num tema vai no fundo representar onde é que eu vou ter que fazer essa estrutura, essa experiência de estar sozinho, de enfrentar a vida, seja qual for o planeta a ele ligado. É no fundo a função psíquica que, numa primeira fase da vida, tenho de consciencializar, aceitar e construir de forma solitária, para numa segunda fase, a poder partilhar. A relação afetiva é o estado de separação mais óbvio que existe. Enquanto a projeção durar, o outro existe mas o que existe é o que eu sinto por ele e projeto para cima dele. Quando a projeção começa a decair, o outro começa a aparecer como é de fato. A partir desse momento o outro surge à minha frente, como ele é, com os seus próprios limites e isso obriga-me a sentir os meus próprios limites. O outro está lá para eu ver quem é que eu sou e quem é que eu não sou, e por isso, a primeira coisa que uma relação me obriga a questionar é quem de fato eu sou. E o que fazemos é estruturar a nossa identidade, sendo que o outro está lá para nos espelhar e fazer o mesmo tipo de processo. Ou seja perde-se rapidamente as ilusões de fusão numa relação a dois. Inclusive, se a pessoa se projetar completamente para cima do outro, o outro irá fugir. A partir de certa altura as outras pessoas não aguentam as nossas projeções como nós podemos também não aguentar as projeções do outro. As pessoas não aguentam isso durante muito tempo e começam a ter que pôr limites. E ao respeitarem-se a elas próprias podem também começar a respeitar a individualidade dos outros. Uma relação estabelece limites. Obriga a uma estruturação da consciência de quem eu sou. Isso é muito óbvio para quem tem Saturno ligado à Vénus. Com o tempo a estrutura ao nível dos afetos que eu tenho que criar, obriga-me a saber exatamente o que é que eu tenho para dar, o que posso dar, o que tenho para receber e o que posso receber. É como se o planeta ligado a Saturno tivesse que ganhar consciência. Esse planeta não vai poder viver de uma forma alegre como se estivesse ligado em trígono a Júpiter. Nessa situação há uma espécie de corrente de ar que leva a pessoa a fluir com a expansão proporcionada por Júpiter. O planeta ligado a Saturno está lá para me obrigar a viver aquela experiência de consciência, para saber onde ela começa e onde acaba. Esse trabalho tem que ser feito e numa primeira fase é um trabalho solitário. Depois desse trabalho realizado então a pessoa pode ir ter com aos outros. Se a pessoa tem a insegurança da tal falha, o que é que pode fazer dado que irá se sentir insegura, estando lá a forma. E Saturno, numa primeira fase de vida é onde temos medos e inseguranças. Para trabalhar esta situação é pressuposto que se tenha consciência da mesma. Quando as pessoas apresentam uma super segurança com um Saturno desarmónico isto quer dizer que estão a criar um falso Saturno. Sentam-se em cima da tampa da panela, criam uma estrutura de defesa para a falha que normalmente pensam ser muito bem construída e pensam que não há perigo dos outros poderem atingir o seu ponto fraco. O que têm que fazer, em vez de criarem um falso Saturno é adquirirem a consciência durante a vida, irem dizendo "SIM" às experiências que de fato tenham a tal falha. Quando a pessoa faz um processo bem feito, de fato é ao Saturno ou aos planetas ligados a Saturno que vai buscar segurança para fazer face às situações da vida. Quando nascemos o Saturno está num signo e numa casa e são as experiências da energia daquele signo que iremos viver. Por exemplo, analisemos Saturno em Gémeos na Casa VIII. Saturno em Gémeos vai dar segurança à pessoa para ela constituir um bom corpo mental. Ela pode fazer duas coisas: Uma das coisas é buscar conhecimento, ir estudar, ir aprender e então Saturno ganha uma boa estrutura mental e o fato de ela entender as coisas dá-lhe segurança. Neste caso a pessoa precisa de perceber e de entender as coisas sendo pela via do desenvolvimento do corpo mental que vai buscar estrutura para fazer face à vida, às crises, às vicissitudes, aos problemas, ao exterior, seja ao que for. Outra coisa é a pessoa poder criar o Saturno falso pensando como os outros pensam para se sentir segura. Neste caso, ao pensar como a maioria das pessoas (o tal estado de fusão) ela junta-se a esse grupo de pensadores que não enfrentaram as suas inseguranças e não criaram uma forma própria de pensar a vida com a qual se identificam. Saturno em Gémeos pode fazer isso. Pensar como os outros pensam e dizer as coisas que os outros dizem. Saturno em Gémeos vai buscar um aval cultural, social ou académico. Os diplomas são muito importantes e permitem ao nativo ter segurança na Terra. "Eu licenciei-me em engenharia, fiz um mestrado em psicologia e também tenho mais este curso e ainda um outro". Mas, de fato, podem nunca ter feito o processo de forma mais profunda e depois vão precisar dos avales sociais daquela informação que foram buscar durante a vida, com a qual se identificam e que lhes dá segurança. Mas não criaram ou podem não ter criado a tal estrutura profunda de conhecimento próprio sendo que isso era o que deveriam ter feito durante a vida. O fato de Saturno estar na Casa VIII quer dizer que tudo isso vai ser vivido de uma maneira profundíssima em termos psíquicos. A insegurança pode ser muito mais profunda e psíquica e a pessoa utiliza esse conhecimento como uma arma de defesa psíquica também. A pessoa vem com mecanismos mentais do passado que a leva a utilizar a mente como uma arma. Aquela estrutura mental é uma arma psíquica. Como Saturno está na casa VIII isso quer dizer que vai haver transformações, a pessoa vai ser confrontada possivelmente através de discussões, de confrontos intelectuais, de forma a purgar toda a carga emocional e psíquica que a utilização da mente como arma de defesa, envolve. Como está na Casa VIII, tem que morrer. E Liz Green diz que sempre que o Saturno em trânsito faz um aspeto ao Saturno Natal, ele está a dar-me a oportunidade de, no fundo, ver se fui capaz de estruturar-me de uma forma solitária e de me tornar esse ser sem medo e independente que tenho que ser, ou seja, se fui capaz de enfrentar os medos de estar sozinho no mundo. Estruturar-me através da experiência do tempo que me permite ser uma pessoa segura sobre a Terra. Se sou uma pessoa segura sobre a Terra então posso fazer coisas e assumir a responsabilidade de levar a minha identidade ao mundo, ou seja objetivar no coletivo quem eu sou. A tal última resposta ao coletivo. E são os ciclos de Saturno que me vão ensinar a fazer isso. Esses ciclos correspondem sempre a fases difíceis em que a pessoa passa por esses sentimentos de isolamento, de estar sozinho. Saturno, no fundo, tira-nos as ilusões das falsas fusões em que nós andamos. Se nos agarramos a qualquer coisa à espera que nos devolva uma resposta para a nossa individualidade (marido, filho, emprego, etc.) e essa coisa treme, então nós também trememos com aquilo. E quando trememos, sentimo-nos completamente sozinhos, deprimidos e que não temos nada nem ninguém à nossa volta. Mas se conseguirmos e Liz Green diz que com trânsitos muito difíceis de Saturno, às vezes basta deixar passar o tempo, basta ter uma atitude de dizer sim aquele momento difícil e não saltar para outro sítio cá fora para nos agarrarmos. Se assim fizermos naqueles quinze dias, um mês ou às vezes dois meses, o próprio processo se dará. E sairemos daquela crise muito mais estruturados, porque aceitámos estar sozinhos a viver aquele momento e aceitámos ver, quando as coisas abalaram, onde é que não tínhamos criado essa verdadeira estrutura. A partir de Saturno e só depois de Saturno é que vamos para Urano, Netuno e Plutão. As pessoas muito netunianas que já estão numa de ajuda e serviço, mas cujo processo de Saturno ainda não foi feito, sofrem alguma desilusão pois cai tudo aquilo de fantástico e de magnífico que estão a dar. Mas se o processo de Saturno é bem feito, a pessoa está lá de pedra e cal e seja o que for que aconteça, desilude-se mas recupera porque ganhou a auto confiança nela própria, porque é livre e independente. Quando o processo é mal feito, a pessoa cristaliza no tal falso Saturno, sendo que o processo não é feito a nível interno mas externamente com a pessoa a agarrar-se a qualquer coisa que está fora dela. Os primeiros anos são para acordar do carma do passado. Até aos 21/22 anos ou mesmo até aos 29, Saturno dá-nos a experiência do tempo que permite ver onde é que estão as falhas. A partir dos 29 anos é suposto termos consciência disso e nessa idade (regresso de Saturno) normalmente assumem qualquer tipo de responsabilidade: mudam de trabalho, casam-se, assumem ter uma vida diferente ou têm filhos (muito comum).
SATURNO – Casa e Signo
A casa onde está Saturno representa a área onde o nativo tem que ganhar experiência concreta nesta vida e isto porque já houve qualquer coisa que correu mal no passado e nessa área. Nessa área de vida e numa primeira fase de vida, o nativo irá defender-se. Mas é precisamente aí onde o nativo deverá fazer o trabalho de enfrentar as inseguranças e os medos e é precisamente aí onde terá que dizer "sim" às experiências e no fundo aprender com as mesmas até ganhar sabedoria, até estruturar-se, para poder vir a ser responsável.
O signo indica o tipo de energia segundo a qual o processo de maturação do Saturno se vai desenvolver.

SATURNO – Sua Resolução
O nativo para resolver o seu Saturno tem que perceber onde estão os seus medos, dificuldades e insuficiências. Tem que assumir a responsabilidade pelos seus medos, ou seja, tem que percebê-los e enfrentá-los. Uma vez consciencializados os medos, dificuldades, insuficiências e fragilidades que não o fazem fluir na vida, deverá enfrentá-los e trabalhá-los para resolver o seu Saturno. Há um trabalho de consciencialização e responsabilização a ser feito para que a parte obscura e sombria do Saturno desapareça e possa emergir a sua parte luminosa e positiva. Enquanto o nativo não tiver consciência dos seus medos, “atrairá” na vida situações em que terá que experienciá-los, pois é assim que o UNIVERSO funciona. O Universo, no fundo, o que pretende é que o indivíduo evolua, e nesse sentido, proporciona-lhe sempre as dificuldades, que ele próprio atrai, para que delas tome consciência e as resolva. Não pode haver evolução sem consciencialização. O nativo só deixará de estar nas mãos do destino, quando começar a tomar conta, quando se responsabilizar pela sua própria vida. E responsabilizar é ter consciência e enfrentar. A evolução só ocorrerá através do trabalho, luta, esforço, disciplina e até de dor, muitas vezes. Enquanto o nativo não assumir a responsabilidade de aprender, não será capaz de construir uma estrutura adequada. Onde está Saturno é onde é necessário fazer um trabalho de casa. O nativo deverá realizar esse trabalho com base no signo, casa e planetas com os quais o Saturno se encontra ligado.
Saturno é o planeta que representa a forma como o nativo assimila e decanta as experiências que vai tendo e as transforma numa estrutura de identidade e de vida que o faz sentir-se seguro, ou seja, com os pés bem assentes na terra. Muitas vezes, as pessoas não sabem transformar as experiências de vida em sabedoria e deste modo, não conseguem estruturarem-se de forma adequada, sólida e resistente. Nestes casos, dado a fragilidade da estrutura das suas vidas, basta o aparecimento de um evento complicado para se irem completamente abaixo.

Saturno - Palavras Chave
a)                 Associadas à Responsabilidade
sentido de dever, responsabilidade, maturidade, obrigação, regras, organização, realismo, realidade, mundo material, mundo concreto, objetividade, forma, esqueleto, ossos, estrutura

b)                Associadas à Autoridade
governo, figuras de autoridade, autoritarismo, lei, poder social instituído, ordem pública, burocracia, avós, sogros, o velho homem sábio, o professor, pessoas austeras, pessoas solitárias, pessoas velhas, inimigos ocultos

c)                  Associadas ao Tempo
passado, tradição, conservadorismo, concentração, paciência, perseverança, sobriedade, esforço, frieza, dureza, rigidez, constância, calma, reflexão, modéstia, prudência, ambição, solidão, privação, celibato, castidade, humildade

d)                 Associadas ao Medo
medo, sacrifício, pessimismo, insegurança, hesitação, melancolia, timidez, avareza, egoísmo, desconfiança, inveja, rancor, desconfiança, amargura, dificuldade


Ruy Figueiredo

domingo, 19 de janeiro de 2020

ASTROLOGIA - SATURNO (PARTE I)

DEPOIS DE UMA LONGA AUSÊNCIA, RETOMAMOS AS NOSSAS POSTAGENS COM O SATURNO - O MALÉFICO MAIOR 


GENERALIDADES SOBRE SATURNO

SATURNO – O seu Glifo ¾
O glifo de Saturno é composto por uma cruz e uma lua. A cruz representa o quaternário, a vida manifestada, a matéria. A Lua representa o inconsciente, a alma, a vida emocional. No glifo de Saturno a cruz está desenhada por cima da Lua pois para Saturno, a vida prática, material e objetiva (“crucificação”) é mais importante do que a vida ou experiência emocional. Neste sentido, Saturno representa o que é palpável, terreno, objetivo. Saturno é o planeta das estruturas, das formas e dos limites. Não é por acaso que Saturno rege o esqueleto no corpo humano.

SATURNO – Sua Relação com a Anatomia
Saturno governa o esqueleto, a pele, os músculos, os dentes, as unhas, as articulações, a vesícula biliar, o baço e as unhas.

SATURNO – Planeta Social
Saturno, no plano social, representa as regras e as normas que os seres humanos criam para conviverem uns com os outros. Saturno, por um lado, representa a necessidade individual de ter os pés bem assentes no chão, e por outro, representa a necessidade coletiva de convivermos todos juntos de uma forma ordenada.

SATURNO – Planeta do Tempo
Saturno representa o Cronos, ou seja, o tempo cronológico. Deste modo, Saturno é o planeta do tempo. O ciclo de Saturno é de 28-29 anos, sendo que de sete em sete anos, há uma subciclo de efeitos relevantes. Aos sete anos temos uma quadratura de Saturno ao Saturno Natal, aos 14 anos temos uma oposição, aos 21 anos temos outra quadratura e aos 28/29 anos temos uma conjunção (1º retorno de Saturno). São idades vitais para todos os nativos. Aos 7 anos (quando Saturno em trânsito faz quadratura ao Saturno Natal) o nativo sente o primeiro confronto e, pela primeira vez, irá colocar em causa, todo o tipo de autoridade. No geral, corresponde ao período em que o indivíduo entra para a escola e é confrontado com um novo tipo de disciplina, novas regras, novos horários e novas responsabilidades. Aos 7 anos, os limites impostos pelos nossos pais ou por quem cuidava de nós, são substituídos pelos limites impostos pelos professores. Aos 14 anos (quando Saturno em trânsito faz oposição ao Saturno Natal) surge o segundo confronto com a autoridade. É a idade em que o nativo quer se diferenciar e se distinguir dos seus pais, em que vai testar o poder e autoridade que tem. É importante que os educadores, pais e professores não sejam demasiadamente rígidos e castradores com o adolescente, e que por outro, não sejam demasiadamente permissivos. O adolescente precisa desse confronto com a autoridade para no fundo perceber quais são os seus limites. Se aquelas pessoas exercerem demasiada pressão, vão castrá-lo e inibi-lo na expressão da sua personalidade e poder. Se forem muito permissivas, o adolescente irá crescer sem ter feito esse teste e vai adiar para os 21-22 anos, o novo confronto com a autoridade (altura em que o Saturno em trânsito faz nova quadratura ao Saturno Natal). Com o Retorno do Saturno aos 28/29 anos, o nativo irá fechar um ciclo de vida.

SATURNO – Planeta da Cristalização ou da Sabedoria
Saturno também é o planeta da sabedoria, pois aprende com as experiências e com o tempo (“O tempo é o grande Mestre”). Nós aprendemos, consciencializamos e crescemos através da forma como lidamos com as crises que vamos experimentando durante a vida. Se lidamos com as crises com resistência, ou seja, se dizemos “não” às experiências, então não nos estruturamos e ficamos cristalizados. Pelo contrário, se aceitamos viver as experiências, então com o tempo iremos adquirir uma estrutura e seremos sábios nas áreas onde nascemos fracos, receosos, dependentes, cautelosos e inseguros. De facto, Saturno indica sempre uma experiência qualquer do passado que foi dolorosa, que correu mal e que obrigou o nativo a nascer nesta vida com uma atitude prévia de reserva, defesa, cautela e medo. Onde está Saturno no mapa é onde o nativo se irá defender, mas de forma inconsciente. Se Saturno persistir em estar sempre à defesa, pode defender-se tanto, tanto, que pode acabar por paralisar e cristalizar. O nativo tem de descobrir do que é que tem medo e de que é que se defende. Enquanto não ganhar essa consciência, o Saturno vai continuar a sabotar as situações e a impedir o nativo de se estruturar e de tornar-se independente e responsável. Saturno propõe ao nativo que realize este processo de consciencialização. Será com o tempo e com a realização do trabalho de consciencialização das inibições e frustrações que o nativo conseguirá obter a tal estrutura que lhe falta, para em vez de estar na mão do mundo (por insegurança) passar a responder ao mundo (por responsabilidade). Saturno tem a ver com a consciencialização, com a iluminação do seu lado sombra, obscuro e defensivo. No entanto, muitas vezes, o Saturno tem tendência para viver em função daquilo que já acumulou no passado, e deste modo, vai responder ao presente sempre em função do que já foi vivido e o futuro vai ser exatamente aquilo que já foi, pois Saturno tende a manter as coisas.

SATURNO – Sua Polarização com Júpiter e Urano
Saturno polariza com Júpiter e Urano. Enquanto Saturno oprime, limita, disciplina e cristaliza, Júpiter, ao contrário, expande, alarga, otimiza e dá confiança. Com Júpiter, em primeiro lugar, vou expandir-me porque acredito e sinto. Só depois é que vou tentar realizar-me na matéria (o glifo de Júpiter é o crescendo da alma acima da cruz da matéria). Saturno também polariza com Urano no sentido do tempo. Enquanto Saturno é o passado, Urano é o apelo de futuro. Enquanto Saturno é aquilo que trago do passado e que tenho de integrar e reestruturar o Urano é o apelo de futuro e o abrir parar algo que ainda não conheço, mas que sinto como um apelo de liberdade e de libertação.

SATURNO – Planeta da Responsabilidade e da Culpa
Saturno é também o planeta da responsabilidade dado que se eu não responder ao tempo e à vida com sabedoria, irei ser naturalmente irresponsável. E há um lado que é muito importante e que nos interessa hoje particularmente que é o fato de Saturno ser o planeta da sombra quando no fundo devia ser o planeta da Consciência. Ele é o planeta da culpa no sentido em que nós culpamos como forma de defesa. Culpabilizamo-nos a nós, aos outros e às situações que a vida nos põe exatamente para não nos vermos a nós próprios.

SATURNO – Consciência Social, Autoconhecimento e Individualização
Saturno tem também a ver com a consciência social e com a noção do certo e errado que nos incutem. Tem a ver com o sentido do dever e da responsabilidade. Podemos dizer que Saturno tem uma chave dupla, uma delas leva-nos à separação uns dos outros (Saturno delimita), e a outra, leva-nos a integrar uma consciência social na qual também nos podemos perder, em última análise (a tal sombra, o tal superego, que pode esconder a verdadeira individualidade). Saturno tem uma dupla função ao capacitar-nos de uma maior consciência social que por sua vez nos conduzirá ao processo de individualização. De facto, é com Saturno integrado que depois podemos passar pela porta de Urano. O tempo e a experiência é realmente a forma como o Saturno aprende mas como é muito conservador, não vai querer largar mão do passado. Com ele sentimo-nos seguros através do conhecido até ao momento em que temos que ser responsáveis pelo nosso destino, ou seja, pelas escolhas que fazemos. É aqui que Saturno tem um papel fundamental pois permite um trabalho ao nível do próprio ser e também das suas opções perante a vida. Só se conquista o livre arbítrio através do autoconhecimento. E só se procura o autoconhecimento quando não temos outra escolha. Isto quer dizer que no fundo, toda essa estrutura e desenvolvimento social, ou seja, o mundo exterior a mim, vai representar e ser uma expressão concreta e visível, e por isso, limitadora, que me vai obrigar a ver quem sou. Saturno permite a realização do processo de autoconhecimento que leva ao Urano, à individualização. Através das experiências da vida, vamo-nos integrando e criando uma estrutura de vida, ou seja, uma individualidade. No entanto, se não aceitamos fazer esse processo, iremos cristalizar. Aí estou a lutar contra o tempo e vou morrendo aos poucos. É o Saturno também que leva a que as coisas se concentrem no Aqui e no Agora, naquilo que se manifesta duma forma objetiva, que é concreto, que tem forma e que chamamos de realidade. E a partir daí ficamos com a consciência exata do que há que fazer em cada situação. É como se a energia de Saturno nos levasse a ter que tornar uma posição perante uma determinada situação, nos obrigasse a agir ou a sermos responsáveis. Saturno traz à luz duma forma objetiva aquilo que precisa dum esforço da nossa parte para ser transformado. Ele coloca-nos problemas concretos bem como dificuldades, para percebermos que aquelas estruturas já não estão adequadas e consequentemente precisam de ser por nós alteradas e renovadas. Ou seja, Saturno simboliza um tipo de experiência de vida concreta e sobretudo um processo psíquico. A Bela e o Monstro associam-se a este processo de Saturno do vencer a sombra. A Bela apaixona-se pelo monstro e o monstro só se transforma em Príncipe quando a Bela lhe dá um beijo. Para podermos iluminar e integrar, temos que em primeiro lugar, aceitar a nossa sombra, as nossas limitações, os nossos defeitos e os nossos problemas, em vez de culpabilizarmos os outros, a vida e a nós próprios.

SATURNO – Sua Relação com o Karma
Saturno é o senhor do karma e por isso transporta, doutras vidas, os medos e as inseguranças provocados por algo que não correu bem. Este “vírus”, mesmo antes do nascimento, aparece, deste modo, incutido no nativo, e irá delimitar, inibir, bloquear e paralisar o seu potencial de crescimento na “nova” vida que se segue. E deste modo, o nativo tem apensa duas alternativas: ou se deixa vencer pela sombra, por esses limites, e não avança, não evolui, ou compreende que se trata de um processo que o Universo, a “Vida” lhe coloca e expande a sua consciência, ou seja, evolui, avança.
Qualquer planeta aspetado a Saturno vai servir o medo que Saturno transportou doutra vida.

Ruy Figueiredo