quinta-feira, 22 de maio de 2025

ASTROLOGIA. VÉNUS NA CASA XII (PARTE XVI)

HOJE ABORDAREMOS AS CARACTERÍSTICAS DOS NATIVOS COM VÉNUS LOCALIZADA NA CASA XII


Significado da Casa XII


Casa XII – Casa social ou coletiva

A Casa XII é uma casa social ou coletiva e neste sentido a expansão consciencial do nativo é obtida através da sua interação com os outros.

Casa XII – A terceira casa do “nós”

A Casa XII pertence simultaneamente ao Hemisfério Oriental ou do “Eu” (casas I a III e casas X a XII) e ao Hemisfério Sul ou Diurno (casas VII a XII). Por ser uma casa “oriental”, nela o nativo não se deixa influenciar pelos outros, pelo meio em que vive e pelas circunstâncias da vida. Ele próprio é o motor do seu destino. Por ser também uma casa “diurna”, o nativo precisa de ter experiências com os outros para ampliar a sua consciência. Deste modo, na Casa XII o nativo vai tomar conta do barco da sua vida, mas sem deixar de prestar atenção à existência dos outros.

A Casa XII é a terceira casa do “nós”. Na Casa X (1ª casa do “nós”), o indivíduo pertence ao ser coletivo estruturado, mas responde solitariamente a esse coletivo (navegamos no mesmo barco). Na Casa XI (2ª casa do “nós”) o indivíduo pertence ao ser coletivo fraternal e idealizado e responde a esse coletivo de forma não solitária, mental e abstrata (somos todos irmãos). Na Casa XII, e finalmente, o indivíduo pertence ao ser coletivo individualizado e responde a esse coletivo de forma emocional, sentida (somos todos um).

Casa XII – A terceira casa de Água

Existem três casas de água. A Casa IV é a primeira casa de água e representa as águas do Caranguejo que têm a ver com a nossa herança em termos genéticos, hereditários, psicológicos, educacionais, emocionais e com a nossa maior ou menor capacidade para nos sentirmos alimentados e felizes em função desse “património” herdado.

A Casa VIII é a segunda casa de água e representa as águas abissais, profundas, instintivas, inconscientes, animais, irracionais, obsessivas, primárias, egocêntricas, separatistas, violentas, psíquicas e cármicas do Escorpião. Nesta casa, o nativo sentir-se-á seguro emocionalmente se conseguir satisfazer os seus desejos mais recônditos e profundos e se conseguir satisfazer o seu instinto inconsciente de sobrevivência à vida. A Casa XII é a terceira casa de água e já tem a ver com as águas do oceano cósmico às quais nos devemos render e entregar. Essa entrega do nosso ser à “VIDA” apenas será conseguida quando confiarmos nela e acreditarmos que sempre cuidará de nós e nos levará para onde temos de ir. Só consegue nadar nas águas deste oceano cósmico, aqueles que naturalmente se rendem e se entregam à “VIDA”, submetendo-se à sua VONTADE. São pessoas para quem as referências biológicas da Casa IV perderam sentido ("Quem é a minha mãe e quem são os meus irmãos?" disse Jesus) e para quem os instintos, os medos e as inseguranças da Casa VIII, foram superados.

Casa XII – Casa do isolamento e do clandestino

A Casa XII reflete a área da vida humana relacionada com toda a forma de isolamento. Deste modo, tem a ver com as instituições psiquiátricas, prisões, hospitais, asilos, mosteiros, etc.. Paralelamente, a Casa XII também representa tudo o que é clandestino, secreto ou oculto, nomeadamente os casos afetivos clandestinos, os inimigos e perigos ocultos, entre outros.

Casa XII – Casa da fuga

A Casa XII regida por Netuno reflete as caraterísticas netunianas ligadas ao escapismo, sonho e fantasia. Deste modo está relacionada com as fugas à realidade quotidiana, nomeadamente com bares, discotecas, fins de semana, férias e com a própria noite.

Casa XII – Casa espiritual

A Casa XII reflete o desejo de união com o “TODO” e deste modo é uma casa de transcendência espiritual.

Casa XII – Casa das dores, do sofrimento e da entrega à “VIDA”

A Casa XII está relacionada com a tristeza, sofrimento, ansiedade, restrições e frustrações que vão acontecendo ao nativo ao longo da sua vida. A “VIDA” é inteligente e tem um propósito para cada um de nós. Quando tomamos consciência da sua força percebemos que não vale a pena controlar e dirigir a vida, porque o que temos de fazer é apenas aceitá-la como ela se nos depara. Na Casa XII, quando sofremos por algum motivo (doença, prisão, etc.), tomamos consciência da nossa impotência e de que não podemos mudar as coisas que nos acontecem ou seja, não podemos mudar o que a “VIDA” nos reservou. Se resistirmos, continuaremos a sofrer, mas se nos entregarmos incondicional e interiormente, tudo muda. O nativo sofre na Casa XII porque ainda tem dificuldade em aceitar a dor e o sofrimento que lhe são impostos. No geral, as pessoas que têm planetas nesta casa, desde muito cedo, atraem situações cármicas dolorosas que irão contornar. No princípio sofrem, sofrem, sentem-se vítimas, mas ao fim de algum tempo, começam a fazer uma espécie de trabalho interior que as vai fazer aceitar e perdoar o que a “VIDA” lhes destinou. O perdão é que as remete para o presente, pois enquanto não houver a aceitação e o perdão, há uma parte delas que ainda sofre, que ainda resiste. A partir do momento em que deixam de resistir, já não irão sofrer com aquela dor. A Casa XII, pode representar deste modo, uma prisão ou a liberdade. Prisão quando resistimos, liberdade, quando mudamos a nossa atitude interior para com a “VIDA” e para com as situações que a “VIDA” nos presenteou. Portanto a Casa XII só se resolve, mudando o interior e não querendo mudar o exterior (circunstâncias da vida).

A paz interior conquistada permite a essas pessoas levarem aos outros um sorriso, tranquilidade e paz, e ao mesmo tempo, perceberem que apesar de não terem uma vida satisfatória, grande parte da sua satisfação passa por ver os outros bem. As pessoas que passam por muito sofrimento ficam com o coração mais aberto à compaixão. Possivelmente escolheram, nesta encarnação, viver o sofrimento para poderem evoluir espiritualmente. Deste modo, a Casa XII é uma casa onde nós aderimos, nadamos e deixamos fluir ou onde somos afogados. Fazer surf com a vida aplica-se essencialmente à Casa XII. É a casa do inconsciente coletivo. Posso estar muito bem estruturado através dum serviço, duma dádiva e duma dimensão maior ou posso ficar dominado e controlado por dimensões maiores que não controlo. A Casa XII é um mundo que não vemos. Na Casa XII não há nada consciente nem nada visível, lá está o inconsciente coletivo, lá está a espiritualidade, lá está o mundo para lá do que é conhecido.

A Casa XII requer aceitação e apaziguamento com a vida. Só assim as coisas podem fluir. Há situações de sofrimento na vida para os quais não há explicações e essa pacificação e aceitação da vida tem de ser uma solução interior. Se arranjarmos segurança na Casa XII, nada mais nos afeta. A proposta para os planetas colocados na Casa XII é evoluírem espiritualmente.


Significado de Vénus

A Vénus rege a parte feminina, “yin” e passiva da pessoa. Quando Vénus está ligada a um planeta vai procurar incutir-lhe harmonia, entendimento, amor e equilíbrio. Este planeta rege os signos de Touro e Balança. Como regente do signo Touro, Vénus reflete os aspetos ligados ao amor físico e à posse de bens materiais. Como regente do signo de Balança, Vénus está associado aos aspetos éticos, estéticos e relacionais da vida.

De uma forma geral, Vénus reflete os seguintes comportamentos da vida humana:

a)       Como regente do signo de Touro

paixão, sexualidade, sensualidade, prazeres da vida, dinheiro, bens materiais

b)       Como regente de Balança

relacionamentos, amor, ternura, afeto, poder de atração, união, partilha, fraternidade, amizade, solidariedade, sociabilidade, afinidade, paz, suavidade, delicadeza, harmonia, equilíbrio, alegria, charme, encanto, sedução, beleza, sentido estético, talento artístico, intimidade, jovialidade.

 

Em síntese, Vênus reflete a forma como vivemos o prazer e valorizamos e expressamos o amor e o belo. A Vénus reflete a necessidade de nos identificarmos com os outros, de nos relacionarmos e obtermos equilíbrio na relação.

 

Significado de Vénus na Casa XII

Quando Vénus natal se encontra localizada na Casa XII e se encontra bem aspetada e/ou dignificada, o nativo terá tendência para ser uma pessoa empática, altruísta, caridosa, bondosa, generosa, afetuosa e terna. Poderá também sentir uma enorme ligação com o seu interior e uma forte apelo à espiritualidade.

Quando Vénus natal se encontra localizada na Casa XII e se encontra mal aspetada e/ou dignificada, o nativo terá tendência ao escapismo, à melancolia e desejará estar e trabalhar sozinho.

 

Ruy Figueiredo

sábado, 17 de maio de 2025

ASTROLOGIA. VÉNUS NA CASA XI (PARTE XV)

HOJE DESCREVEREMOS AS CARACTERÍSTICAS DOS NATIVOS COM VÉNUS NA CASA XI


Significado da Casa XI

A Casa XI é regida por Urano e o seu signo natural é Aquário. Urano impulsiona-nos a dizer “sim” a experiências e a situações desconhecidas, empurra-nos para a mudança, para irmos para a frente e para nos libertarmos do passado e dos diversos condicionalismos que nos aprisionam. A Casa XI espelha este desiderato, no sentido, de que o nativo tem de se libertar das restrições que o impedem de avançar para outra dinâmica de vida. Só que nesta casa, terá de fazê-lo com outras pessoas, para que possam em grupo, juntos, como irmãos, realizar qualquer coisa que melhore a sociedade em que vivem.


Casa XI – Segunda casa do “nós”

Através das experiências das Casas I a VI, o nativo conhece-se apenas através de si próprio. A expansão consciencial é subjetiva e egocentrada. Nas Casas VII, VIII e IX, o nativo desenvolve a sua consciência através do outro, por relacionamentos, traumas psíquicos e pela via do conhecimento intelectual. Na Casa X, o nativo amplia a sua consciência ao responder objetivamente ao mundo e ao levar a sua quota-parte de responsabilidade para o mundo, para que este funcione melhor. No entanto ainda participa sozinho nas estruturas do coletivo. Ou seja, a Casa X é a primeira casa do “nós”, mas ainda é a casa de um “nós” solitário e individual. A Casa XI é a segunda casa do “nós”, mas de um “nós” já grupal (“somos todos irmãos”) que reúne os seres por laços ou vínculos de natureza diversa e com a finalidade de mudarem o mundo. Enquanto a Casa X, de Saturno, visa a estruturação, a Casa XI, de Urano, visa a transformação social, ou seja, já contempla uma dinâmica de mudança, coisa que na Casa X não se verifica. Na Casa XI as pessoas juntam-se a outras pessoas com as quais partilham a mesma capacidade de ver a vida e juntos tentarão fazer qualquer coisa para mudar a sociedade. Por isso esta casa é conhecida como a casa dos amigos, porque os amigos são aqueles seres com quem partilhamos a mesma maneira de ver o mundo.

Sempre que existe um grupo de pessoas que se juntam, a razão do seu agrupamento radica no fato de terem todos o mesmo objetivo e é isso que os faz reunirem-se e tentar mudar o “status quo” das coisas. Reconhecem que juntos têm muito mais capacidade do que sozinhos, para transformar a sociedade.

A Casa XI, usando a técnica das casas derivadas, é a casa II da casa X. Isto quer dizer que o verdadeiro valor da X se vê na Casa XI (assim como o verdadeiro valor da Casa I se vê na Casa II), ou seja, o verdadeiro valor da realização pública de um nativo está na ajuda que esta realização vai proporcionar ao mundo. Deste modo, a Casa XI é a casa onde o nativo pode ser “mais do que aquilo que já é”, ao juntar-se com outros iguais a ele ou que pensam da mesma forma do que ele, para que juntos, num projeto comum, consigam dinamizar o mundo.

 

Casa XI – Casa dos Grupos e seus Eventos

A Casa XI está relacionada aos grupos, clubes, associações, coletividades, sindicatos, partidos políticos, organizações não governamentais, tribos, raças, amigos, etc.. Está também relacionada com os eventos grupais como almoços, jantares, batizados, festas, reuniões, nos quais existe a finalidade de celebração, comemoração e intensificação dos laços do grupo.

 

Significado de Vénus

A Vénus rege a parte feminina, “yin” e passiva da pessoa. Quando Vénus está ligada a um planeta vai procurar incutir-lhe harmonia, entendimento, amor e equilíbrio. Este planeta rege os signos de Touro e Balança. Como regente do signo Touro, Vénus reflete os aspetos ligados ao amor físico e à posse de bens materiais. Como regente do signo de Balança, Vénus está associado aos aspetos éticos, estéticos e relacionais da vida.

De uma forma geral, Vénus reflete os seguintes comportamentos da vida humana:

a)       Como regente do signo de Touro

paixão, sexualidade, sensualidade, prazeres da vida, dinheiro, bens materiais

b)       Como regente de Balança

relacionamentos, amor, ternura, afeto, poder de atração, união, partilha, fraternidade, amizade, solidariedade, sociabilidade, afinidade, paz, suavidade, delicadeza, harmonia, equilíbrio, alegria, charme, encanto, sedução, beleza, sentido estético, talento artístico, intimidade, jovialidade.

 

Em síntese, Vênus reflete a forma como vivemos o prazer e valorizamos e expressamos o amor e o belo. A Vénus reflete a necessidade de nos identificarmos com os outros, de nos relacionarmos e obtermos equilíbrio na relação.

 

Significado de Vénus na Casa XI

Quando Vénus natal se encontra localizada na Casa XI e se encontra bem aspetada e/ou dignificada, o nativo terá tendência para ser uma pessoa atraente, cativante, fiel, generosa, sociável, comunicativa, empática, popular, bondosa e tolerante. Terá também tendência para se preocupar com os assuntos alheios e procurar o bem estar coletivo.

Quando Vénus natal se encontra localizada na Casa XI e se encontra mal aspetada e/ou dignificada, o nativo terá tendência para idealizar as coisas, no geral, e no campo afetivo poderá também idealizar o parceiro. Pode também ser superficial e fútil.

 

Ruy Figueiredo


quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

ASTROLOGIA. VÉNUS NA CASA X (PARTE XIV)

Hoje abordaremos as características dos nativos com a Vénus natal situada na Casa X

 

Significado da Casa X

Casa X está relacionada com aquilo que o nativo pretende “ser” quando crescer. Nesse sentido, tem a ver com a imagem, função e participação que consciente ou inconscientemente, o indivíduo deseja implementar na sua vida pública, social e profissional. Deste modo, a Casa X reflete a forma como o nativo se comporta na vida pública, como deseja ser reconhecido socialmente e como efetivamente o reconhecem. É a casa da carreira profissional, do “status” e está relacionada com o signo de Capricórnio e com o planeta Saturno.

Casa X – Casa de Terra

A Casa X é a última casa de terra. A 1ª casa é a Casa II (Touro) que tem a ver com as ferramentas, valores e dotes que trazemos ao mundo e que podem ser desenvolvidos e postos em prática. Esta casa representa afinal, aquilo que valemos e que somos capazes de fazer. A 2ª casa é a Casa VI (Virgem) que tem a ver com o trabalho (serviço) concreto que podemos produzir. A 3ª e última casa é a Casa X que representa a área onde podemos atingir a máxima realização social e profissional. As casas de terra são casas materiais e, portanto, estão ligadas ao mundo concreto e prático (trabalho, serviço e realização).

Casa X – Casa Social ou Coletiva

Enquanto nas casas ditas pessoais (I a VI), a expansão consciencial do nativo é obtida através de si próprio, nas casas ditas sociais (VII a XII), a expansão consciencial é obtida através da interação com o outro.

Casa X – 1ª Casa do “Nós”

A Casa X pertence simultaneamente ao Hemisfério Oriental ou do “Eu” (casas I a III e casas X a XII) e ao Hemisfério Sul ou Diurno (casas VII a XII). Por ser uma casa “oriental”, nela o nativo não se deixa influenciar pelos outros, nem pelo meio em que vive nem pelas circunstâncias da vida, sendo ele próprio o motor do destino. No entanto, por ser também uma casa “diurna”, o nativo precisa de ter experiências com os outros para ampliar a sua consciência. Deste modo, na Casa X o nativo vai tomar conta do barco da sua vida, mas tendo sempre em atenção a existência dos outros. É a primeira casa do “nós”.

Nas Casas VII, VIII e IX, o nativo interage com o outro, mas ainda sem o considerar como integrado no coletivo, ou seja, como pertencente ao mesmo barco gigante em que ele se encontra (sociedade, país, etc.). Na Casa VII consegue “ver” o outro porque começa a gostar do outro e tal fato obriga-o a reconhecer a importância de se relacionar com uma identidade distinta de si próprio. Na Casa VIII consegue “ver” o outro porque ao reconhecer a importância da identidade do outro na sua vida, não o quer perder e porque não o quer perder, controla-o e porque o controla, atrai dramas e porque atrai damas, sofre e ao sofrer, morre, e ao morrer, renasce. Na Casa IX, o nativo já consegue ver o outro, mas já sem carência, sem posse, sem instintos. O outro já é considerado um ser com que priva socialmente, reconhecendo-lhe, conscientemente, uma identidade própria e livre que deve tratar com respeito, justiça e honestidade. No entanto, só nas Casas X, XI e XII, é que o nativo integra o outro no coletivo. Deste modo, a Casa X é a primeira casa do “nós”.

Casa X – Casa da Autoridade

Na Casa X estão refletidas as pessoas que desempenham ou desempenharam um papel de referência, poder e autoridade sobre o nativo (mãe, professores, patrões, entre outros).

Casa X – Casa da Carreira e da Profissão

A Casa X também pode fornecer informação sobre a carreira ou vocação do nativo. Uma Casa X fortemente energizada pode indiciar um nativo que viverá a carreira com muita intensidade e que por isso angariará um estatuto social considerável.

Casa X – Casa da Imagem Social

A Casa X fornece também informação sobre a forma como o nativo se comporta publicamente, sobre a imagem que quer apresentar ao mundo (por exemplo, o tipo de roupa que usa nos encontros sociais e profissionais) e ainda como os outros o percecionam, em termos públicos e sociais. Lembremo-nos que a Casa X é a casa que está situada mais acima e consequentemente mais luminosa e visível no mapa.

Casa X – Casa da Resposta ao Coletivo

A Casa X fornece indicações sobre a natureza do contributo que o nativo poderá dar ao coletivo. Este contributo pode ser político, militar, religioso ou de outra natureza.

 

Significado de Vénus

A Vénus rege a parte feminina, “yin” e passiva da pessoa. Quando Vénus está ligada a um planeta vai procurar incutir-lhe harmonia, entendimento, amor e equilíbrio. Este planeta rege os signos de Touro e Balança. Como regente do signo Touro, Vénus reflete os aspetos ligados ao amor físico e à posse de bens materiais. Como regente do signo de Balança, Vénus está associado aos aspetos éticos, estéticos e relacionais da vida.

De uma forma geral, Vénus reflete os seguintes comportamentos da vida humana:

a)       Como regente do signo de Touro

paixão, sexualidade, sensualidade, prazeres da vida, dinheiro, bens materiais

b)       Como regente de Balança

relacionamentos, amor, ternura, afeto, poder de atração, união, partilha, fraternidade, amizade, solidariedade, sociabilidade, afinidade, paz, suavidade, delicadeza, harmonia, equilíbrio, alegria, charme, encanto, sedução, beleza, sentido estético, talento artístico, intimidade, jovialidade.


Em síntese, Vênus reflete a forma como vivemos o prazer e valorizamos e expressamos o amor e o belo. A Vénus reflete a necessidade de nos identificarmos com os outros, de nos relacionarmos e obtermos equilíbrio na relação.

 

Significado de Vénus na Casa X

Quando Vénus natal se encontra localizada na Casa X e se encontra bem aspetada e/ou dignificada, o nativo terá tendência para ser atraente, popular, carismático, elegante e charmoso. Também tenderá a ter uma carreira de sucesso principalmente ligada ao mundo das artes e do belo (joias, roupas, produtos estéticos e de beleza , música, etc.). Estes nativos estão sempre bem dispostos e têm uma boa imagem diante dos que o rodeiam.

 

Quando Vénus natal se encontra localizada na Casa X e se encontra mal aspetada e/ou dignificada, o nativo terá tendência para ser uma pessoa de excessos, muito vaidosa e superficial e tenderá a gostar de ser o centro das atenções.

 

Ruy Figueiredo

terça-feira, 22 de outubro de 2024

ASTROLOGIA. VÉNUS NA CASA IX (PARTE XIII)

Hoje abordaremos as características dos nativos com Vénus na Casa IX. 


Significado da Casa IX

Casa IX – 3ª Casa de Identidade

Na Casa I, a primeira casa de identidade, ao afirmarmo-nos, ao termos iniciativas, vamos ganhando alguma consciência de quem nós somos. Na Casa V, a segunda casa de identidade, ao levarmos ao mundo as nossas criações, tomamos consciência do ser especial que somos. Com a vivência da Casa IX, saímos da esfera do eu pequenino e percebemos que a nossa identidade afinal só pode ser dimensionada noutras esferas, ou seja, não somos apenas quando e porque agimos (Casa I), não somos tão pouco apenas quando e porque criamos, mas somos sobretudo quando conhecemos, quando conseguimos enxergar para além do nosso umbigo. Por isso, a Casa IX propõe a expansão da consciência para níveis mais elevados.

Casa IX – Casa social ou coletiva

Enquanto nas casas ditas pessoais (I a VI) a expansão consciencial do nativo é obtida através de si próprio, nas casas ditas sociais (VII a XII), a expansão consciencial é obtida através do outro. Na Casa VII, ampliamos a consciência de quem somos através dos processos de identificação e desidentificação com o outro. Na Casa VIII, ampliamos a consciência de quem somos através dos processos de morte e renascimento das nossas posturas instintivas que emergem com a vivência fusional e tensional com o outro. Na Casa IX a expansão consciencial também é realizada através do outro mas com base em outros mecanismos que descreveremos mais adiante.

Casa IX – Última casa do Outro

O Eixo Meio do Céu-Fundo do Céu divide o mapa em dois hemisférios: o Hemisfério Oriental (casas I, II, III, X, XI e XII) e o Hemisfério Ocidental (casas IV, V, VI, VII, VIII e IX).

No Hemisfério Oriental, também conhecido como “O Hemisfério do EU”, o nativo não se deixa influenciar pelos outros, nem pelo meio em que vive nem pelas circunstâncias da vida. Ele é o motor do seu próprio destino.

No Hemisfério Ocidental, também conhecido como O Hemisfério dos Outros”, o nativo age em função dos outros, do ambiente e das circunstâncias da vida. Ele deixa-se condicionar.

Nas Casas IV a VI do Hemisfério Ocidental, o nativo ganha expansão consciencial através de si próprio quando se expressa, cria e trabalha, mas no entanto ainda não consegue “ver” o outro, apesar do outro o condicionar de forma indireta (Casa IV - a família; Casa V - o aplauso do outro; Casa VI – o serviço feito ao outro). O nativo não “vê” o outro, no sentido de ainda não conseguir reconhecer o outro como identitariamente importante.

Nas Casas VII a IX do Hemisfério Ocidental, o nativo já consegue “ver” o outro e ganha expansão consciencial através dos seus relacionamentos, deixando-se condicionar de forma direta pelo outro.

Na Casa VII, consegue “ver” o outro porque começa a gostar do outro e tal fato obriga o nativo a reconhecer a importância de se relacionar com uma identidade distinta de si próprio. Na Casa VIII consegue “ver” o outro porque ao reconhecer a importância da identidade do outro na sua vida, não o quer perder e porque não o quer perder, controla-o e porque o controla, atrai dramas e porque atrai damas, sofre e ao sofrer, renasce.

Na Casa IX, o nativo já consegue ver o outro, mas já sem carência, sem posse, sem instintos. O outro já é considerado um ser com que priva socialmente, reconhecendo-lhe, conscientemente, uma identidade própria e livre que deve tratar com respeito, justiça e honestidade. Contudo, ainda não há um “nós” pois de um lado está o nativo e do outro lado está o outro. Estão juntos, mas ao mesmo tempo estão separados. A Casa IX representa a última casa do hemisfério ocidental ou Hemisfério do Outro. Nas casas seguintes, o outro já é percecionado de forma coletiva, já é um ser coletivo, já é integrado no coletivo. Na Casa X, o indivíduo pertence ao ser coletivo estruturado (navegamos no mesmo barco). Na Casa XI o indivíduo pertence ao ser coletivo fraternal e idealizado (somos todos irmãos). Na Casa XII, e finalmente, o indivíduo pertence ao ser coletivo individualizado (somos todos um).

Casa IX – Os Três Níveis Evolutivos

Cada nativo viverá a Casa IX e as demais casas do seu mapa, em função ou de acordo com o estado evolutivo que possui durante a sua vida. Se o seu nível de evolução, em determinada altura da sua vida for básico, experienciará o primeiro nível da Casa IX que corresponde à ampliação do conhecimento através das viagens físicas que lhe permitem conhecer e aprender intelectualmente as verdades exteriores sobre novos mundos, ideias, culturas e povos. Se o seu nível de evolução for médio, experienciará o segundo nível da Casa IX, que corresponde à ampliação do conhecimento através da adesão emocional a verdades interiores (valores e crenças). Se o nativo estiver num nível evolutivo avançado, experienciará o terceiro nível da Casa IX que corresponde à ampliação do conhecimento através da adesão iniciática às verdades universais.

Casa IX - Conhecimento, Ensino

O eixo Casa III – Casa IX é o eixo do conhecimento. Estas duas casas estão relacionadas, deste modo, com a obtenção do conhecimento. Só que o conhecimento referido tem uma tónica diferente em cada uma delas.

Na Casa III (da mente concreta), o nativo é um acumulador de informação e de factos. Recolhe e armazena-os para melhor compreender e se posicionar no mundo físico à sua volta. No entanto, apesar do seu apetite voraz por informação, não lhe dá um sentido, não a direciona. Deste modo, conhece um pouco de tudo, mas sempre ao de leve, pela rama, pela superfície. Ou seja, o conhecimento adquirido nesta casa é superficial e apenas focado para o quotidiano, para a rotina e para o ambiente próximo.

Na Casa IX, o nativo já sente a informação recolhida, já lhe dá um sentido e já a direciona. Por isso, a imagem que representa o Sagitário (seu regente natural) é traduzida por um centauro a apontar uma seta, indicando que deveremos ir mais além e não ficarmos circunscritos à esfera ambiental envolvente, próxima. A Casa IX, deste modo, já não tem a ver com o conhecimento superficial, mas sim com o conhecimento mais profundo. Em suma, na Casa III, recolhe-se a informação, mas é na Casa IX onde se tiram conclusões sobre a informação recolhida e onde se vai mais além do conhecimento superficial obtido. Por isso, esta casa está associada à educação superior, às universidades, mestrados e doutoramentos. É a casa do professor que expande os seus conhecimentos levando-os para os outros para que estes possam expandir a sua consciência.

Enquanto a Casa III é a casa do ambiente e do conhecimento imediato, rápido, prático, lógico e racional, a Casa IX é a da mente superior.

Casa IX – Religião, Filosofia

Na imagem do centauro que ilustra o signo de Sagitário a seta é apontada para cima, para o céu, indicando claramente que se deve procurar o conhecimento “que está acima”, se quisermos ir mais além, se quisermos ampliar a nossa consciência. O estádio mais elevado da aprendizagem corresponde à compreensão das leis invisíveis que regulam o mundo.

Na Casa III, o nativo apenas consegue conhecer as leis visíveis do mundo dado que esta casa está ligada ao cérebro esquerdo ou solar, ou seja à mente inferior, concreta, racional, lógica, analítica, dedutiva, científica e linear. Na Casa IX, o nativo consegue aceder às leis invisíveis do mundo dado que esta casa está ligada ao cérebro direito ou lunar, ou seja, à mente superior, abstrata, intuitiva. Deste modo, o nativo nesta casa, tem capacidade para intuir as verdades e as leis invisíveis que regulam o Universo, ou seja, por intuição, por “flashes”, consegue aceder à compreensão do funcionamento cósmico. Ao aceder a esse conhecimento, o nativo identifica-se com o mesmo pois este ressoa dentro dele e ao ressoar, ele sente-o, e ao senti-lo, dá-lhe um sentido, um significado. Ao dar-lhe um sentido, acredita nesse conhecimento. Ao acreditar nesse conhecimento, o mesmo passa a ser para ele uma verdade incontornável. E ao sentir aquela verdade, irá passá-la aos outros com imensa convicção e energia pois a Casa IX é uma casa de fogo, de expansão. O nativo não precisa que lhe expliquem racionalmente porque é que é aquilo em que acredita, corresponde a uma verdade. Simplesmente intui que é verdade e a partir daí passa a acreditar. O nativo crê sem necessidade de ver e crê porque lhe faz sentido, porque sente. O nativo acredita, pura e simplesmente. O acreditar não carece de fundamentação percecional ou mental. O acreditar apenas carece de identificação emocional, vibracional e de ressoamento. Deste modo, na Casa IX, o nativo poderá intuir e ir mais longe na consciência de quem é, poderá intuir as “Leis” que ordenam o mundo e que lhe dão um sentido e significado. E ao tê-las como referência, o nativo dimensiona-se, transcende-se e conhece-se, e transmitindo-as aos outros, ajuda-os a dimensionaram-se, transcenderem-se e a conhecerem-se também.

É muito por causa da força deste “acreditar”, que se associa o otimismo aos nativos do signo de Sagitário (regente natural da Casa IX). Os sagitarianos acreditam que as coisas vão funcionar, que tudo irá correr pelo melhor e isso é assim porque eles nasceram com a capacidade de acreditar.

Portanto, a Casa IX é uma casa de fé, de crenças e ideais e uma casa onde o nativo irá experienciar as questões ligadas à religiosidade e filosofia. É a casa do sábio, do mestre e do guru.

A Casa IX é também conhecida como a "Casa da Filosofia" e também como a "Casa de Deus".

Casa IX – Ética

Júpiter, planeta que rege a Casa IX está localizado no Sistema Solar depois de Marte (último dos planetas pessoais). Por esse motivo, Júpiter é considerado o primeiro planeta social dado que está para além dos planetas que servem o ego, a personalidade (Sol, Lua, Mercúrio, Vénus e Marte). Deste modo, a Casa IX está também relacionada com os princípios que regem a sociedade. Nesse sentido, A Casa IX é a casa dos valores, do direito, das leis, dos tribunais, da ética, da moral, da opinião pública, do certo e do errado, etc..

Casa IX – Viagens de Longa Distância e o Estrangeiro

O objetivo da Casa IX é o do centauro que aponta a seta para ir mais além, para se expandir. Como já referido, esse objetivo pode ser conseguido através da aprendizagem de conhecimentos, da religiosidade, da ética, da moral, entre outras vias. Ora, obviamente, que o contato com outras culturas, povos, países, mentalidades permite também a ampliação dos conhecimentos. Deste modo, as viagens de longa distância, os outros países, as outras línguas, as outras culturas são fonte de aprendizagem e de expansão consciencial. Enquanto a Casa III rege o ambiente próximo e aquilo que é descoberto explorando-se tudo o que fica à mão, a Casa IX descreve a perspetiva que ganhamos quando nos afastamos e olhamos a vida de uma certa distância.

Deste modo, a Casa IX está associada às viagens de longa distância e ao estrangeiro.

Por vezes, os nativos com a Casa IX muito ativada não sentem muita apetência para viajar para longe e este fato pode parecer contradizer o que foi atrás referido. No entanto, estes nativos podem já estar num estádio evolutivo desenvolvido e já não sentirem necessidade de realizarem longas jornadas para ampliarem a sua consciência. Deste modo, preferirão realizar viagens internas, dentro de si, através de meditação e reflexão e por vezes, nessas viagens, encontram verdadeiros tesouros e adquirirem ampliações de consciência elevadíssimas.

Inserem-se na tónica da casa IX, não apenas as viagens físicas, como também as viagens mentais (idealistas, meditativas e transcendentais).

Casa IX – Parentes

A Casa IX está relacionada com os sogros, netos (netos = filhos dos filhos, sendo a Casa IX, a Casa V da Casa V) e cunhados (cunhados = irmãos do cônjuge, sendo a Casa IX, a Casa III da Casa VII).

Casa IX – A Casa Seguinte à Casa VIII

A Casa VIII com sabemos está relacionada com as mortes e transformações psíquicas. Quando o nativo vive esta casa na sua plenitude, ou seja, quando morre e se liberta dos seus medos, desejos e instintos, fica livre para fluir e viver a CASA IX, fica livre para se redimensionar e transcender-se. De facto, já adquiriu uma visão mais ampla de quem é e de como se deve interagir com o outro. Já se encontra em condições para refletir e tirar conclusões sobre o propósito da sua passagem terrena. É sabido, que após uma infelicidade ou drama de Casa VIII (divórcio, falência, perda de um ente querido, etc.), é frequente, como terapia, utilizar-se a Casa IX, para fazer uma viagem, tirar um outro curso, etc., pois esta casa incita-nos a procurarmos um novo sentido para a vida.

 

Significado de Vénus

A Vénus rege a parte feminina, “yin” e passiva da pessoa. Quando Vénus está ligada a um planeta vai procurar incutir-lhe harmonia, entendimento, amor e equilíbrio. Este planeta rege os signos de Touro e Balança. Como regente do signo Touro, Vénus reflete os aspetos ligados ao amor físico e à posse de bens materiais. Como regente do signo de Balança, Vénus está associado aos aspetos éticos, estéticos e relacionais da vida.

De uma forma geral, Vénus reflete os seguintes comportamentos da vida humana:

a)       Como regente do signo de Touro

paixão, sexualidade, sensualidade, prazeres da vida, dinheiro, bens materiais

b)       Como regente de Balança

relacionamentos, amor, ternura, afeto, poder de atração, união, partilha, fraternidade, amizade, solidariedade, sociabilidade, afinidade, paz, suavidade, delicadeza, harmonia, equilíbrio, alegria, charme, encanto, sedução, beleza, sentido estético, talento artístico, intimidade, jovialidade.

Em síntese, Vênus reflete a forma como vivemos o prazer e valorizamos e expressamos o amor e o belo. A Vénus reflete a necessidade de nos identificarmos com os outros, de nos relacionarmos e obtermos equilíbrio na relação.

 

Significado de Vénus na Casa IX

Quando Vénus natal se encontra localizada na Casa IX e se encontra bem aspetada e/ou dignificada, o nativo terá tendência para ser curioso e buscar o conhecimento (acadêmico, filosófico, religioso, esotérico, entre outros) de forma incessante.

 

Quando Vénus natal se encontra localizada na Casa IX e se encontra mal aspetada e/ou dignificada, o nativo terá tendência para ser algo cético e teimoso.

Ruy Figueiredo

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

ASTROLOGIA- VÉNUS NA CASA VIII (PARTE XII)

HOJE ABORDAREMOS AS CARATERÍSITCAS DOS NATIVOS NASCIDOS COM A VÉNUS NA CASA VIII

Significado da Casa VIII

A Casa VIII é uma casa de memórias ligadas ao passado. É a casa do signo de Escorpião. É uma casa da água psíquica, abissal e profunda. Como se trata de uma casa cármica (como as casas IV e XII), nela ficam facilmente armazenadas as memórias dos medos e de inseguranças que trazemos de outras vidas. A casa VIII tradicionalmente é a casa das perdas, mortes psíquicas e também da morte física.

Enquanto a Casa II é uma casa pessoal, de terra e tem a ver com “O Meu”, com os valores próprios, com o signo de Touro e com o planeta Vénus, a Casa VIII é uma casa coletiva (social), de água e tem a ver com “O Teu/O Nosso”, com os valores dos outros, com o Signo de Escorpião e com os planetas Marte e Plutão.

Casa II (pessoal) versus Casa VIII (social)

A Casa II é uma casa pessoal logo visa a expansão consciencial do nativo através de si próprio enquanto a Casa VIII é uma casa coletiva pois visa a expansão consciencial do nativo através do outro (dos valores do outro).

Casa II (do elemento terra) versus Casa VIII (do elemento água)

A Casa II, por ser uma casa de terra, representa uma área de vida ligada ao mundo concreto e prático. Nesta casa, o nativo vive obcecado com a necessidade de segurança material que por sua vez lhe irá devolver segurança emocional. Deste modo, o nativo quer a todo o custo ter estabilidade, paz e harmonia, não gosta de mudanças, não se deixa transformar (é teimoso) e vive dependente da necessidade de possuir.

Já a Casa VIII, sendo uma casa de água, representa uma área de vida focada nos sentimentos, memórias, emoções e instintos.

Existem três casas de água. A Casa IV é a primeira casa de água e representa as águas do Caranguejo que têm a ver com a nossa herança em termos genéticos, hereditários, psicológicos, educacionais, emocionais e com a nossa maior ou menor capacidade para nos sentirmos alimentados e felizes em função desse “património” herdado. A Casa IV representa então as águas onde nos banhámos, vivemos e fomos nutridos na nossa infância. Nesta casa, o nativo sentir-se-á seguro emocionalmente se tiver sido adequadamente alimentado em termos emocionais.

A Casa VIII é a segunda casa de água e representa as águas abissais, profundas, instintivas, inconscientes, animais, irracionais, obsessivas, primárias, egocêntricas, separatistas, violentas, psíquicas e cármicas do Escorpião. Nesta casa, o nativo sentir-se-á seguro emocionalmente se conseguir satisfazer os seus desejos mais recônditos e profundos e se conseguir satisfazer o seu instinto inconsciente de sobrevivência à vida.

A Casa XII é a terceira casa de água e já tem a ver com as águas do oceano cósmico às quais nos devemos render e entregar. Essa entrega do nosso ser à “VIDA” apenas será conseguida quando naturalmente confiarmos nela e acreditarmos que sempre cuidará de nós e nos levará para onde temos de ir. Só consegue nadar nas águas deste oceano cósmico, aqueles que naturalmente se rendem e se entregam à “VIDA”, submetendo-se à sua vontade. São pessoas para quem as referências biológicas da Casa IV perderam sentido ("Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?" disse Jesus) e para quem os instintos, os medos e as inseguranças da Casa VIII, foram superados.

Como reparamos, enquanto na Casa II, o nativo não se deixa transformar e atrai estabilidade, calma, tranquilidade e harmonia através das coisas que vai obtendo no mundo concreto, na Casa VIII, o nativo é impelido a transformar-se, superando os impulsos incontroláveis que experiencia face às diversas situações de perda que seguramente irá atrair. Nesta casa, o nativo atrai situações de perda porque no fundo deseja mais do que necessita e porque coloca na satisfação dos seus desejos, uma intensa carga instintiva e psicológica, ou seja, deseja as coisas e as pessoas a todo o custo e não pode sequer pensar na hipótese de não as ter ou de as perder. É mais forte do que ele, é visceral, é instintivo, é irracional. Deste modo, vive interiormente agitado, intranquilo. De facto, o nativo explode, sempre que um desejo intenso e inconsciente não é satisfeito. O que a “VIDA” pretende é que esse nativo morra para esse desejo, ou seja, que não fique dele dependente e que perca toda a carga instintiva com que o alimenta. Mais cedo ou mais tarde, após diversas experiências de perda, o nativo terá conseguido transformar-se e a sua intranquilidade desaparecerá pois terá apaziguado as suas águas instintivas e animais que não o deixavam evoluir e que lhe davam instabilidade e intranquilidade.

A proposta desta casa é sermos capazes de perder gradualmente a carga instintiva de sobrevivência que habita dentro de nós e que herdámos e transportámos de outras vidas em resultado dos medos e inseguranças que desenvolvemos como reação a diversas situações que experienciamos e que nos puseram à prova. Nesse sentido, a Casa VIII é a casa das várias mortes psíquicas bem como também, da morte física. As mortes psíquicas permitem a alteração do estado de consciência no que se refere à aceitação da não satisfação do desejo. Não quer dizer que se abdique do desejo. O que é crucial é conseguir desejar sem cargas instintivas. Deste modo, a Casa VIII é uma verdadeira casa de iniciação, renascimento, pois representa a área de vida onde o nativo se pode regenerar, transformar, alquimizar, renascer.

 

Casa II (“O Meu”) versus Casa VIII (“O Teu/ O Nosso")

A Casa II tem a ver com as ferramentas, valores e dotes que trazemos ao mundo e que podem ser desenvolvidos e postos em prática. Nela iremos investir os nossos recursos naturais, os nossos valores (ou seja, os valores próprios) para sermos auto suficientes, termos um sentimento de auto estima, sabermos o que valemos e no fundo, termos segurança emocional com base nas coisas práticas, de valor e de dinheiro que possuímos. É a casa do “Meu” (o meu carro, a minha casa, a minha mulher, os meus filhos, o meu dinheiro, o meu barco, etc.).

A casa VIII, de transformação através do outro, não são os nossos valores que interessam, mas sim os dos outros. Os outros vão constituir o combustível que irá ativar o nosso “caldeirão” interior e que propiciará as transformações necessárias à nossa transcendência. Ligamo-nos aos outros para podermos descobrir uma dimensão de nós próprios que não descobriríamos, sozinhos. Deste modo, a Casa VIII está relacionada com as posses de um relacionamento, com a propriedade comum, com os recursos conjuntos, com as heranças, com o dinheiro do outro, com os negócios, com as sociedades, com os impostos, com os seguros e com as finanças.

 

Casa VIII – os desejos, as dependências, o poder oculto e o sexo

Na Casa VIII, o nativo fica prisioneiro, refém, dependente da satisfação de um desejo qualquer que lhe proporciona um sentimento de segurança, potência e poder. Nesta casa, ele sentir-se-á tranquilo e feliz enquanto continuar a existir e estiver sob o seu controlo, aquilo que deseja e que identificou como objeto da sua segurança emocional. O problema e a instabilidade surgem quando acontece algo que vem ameaçar a continuidade da satisfação desse desejo. Quando tal acontece, o nativo transforma-se num “animal” no sentido que do seu interior profundo, emergem, acordam e são ativados os seus instintos. O instinto é a força que emerge dentro de cada um de nós, de forma inconsciente, sempre que lutamos para sobreviver. Quando o desejo não é satisfeito, os instintos vêm ao de cima e coisas desagradáveis e impensáveis podem acontecer. É o drama do Escorpião, daí a baixa conotação das pessoas deste signo, muito embora, no geral, seja injusta, dado o indivíduo de Escorpião ser, uma pessoa perfeitamente controlada e pacífica (mas por favor não façam com que ele se sinta magoado, pois aí, toda a sua força instintiva emergirá e tudo poderá acontecer). Como se constata, na Casa VIII, a pessoa está presa, refém e dependente do seu instinto que é acordado quando algo se coloca entre ela e o seu desejo. Deste modo, a Casa VIII é a casa da paixão, do poder psíquico, da bruxaria, do ocultismo, dos rituais, das iniciações, da medicina, da cura e também do sexo que representa um dos instintos mais básicos de sobrevivência (da procriação da espécie).

 

Casa VIII – o trabalho relacional

A casa VII e a casa VIII representam as áreas onde os relacionamentos são trabalhados. Enquanto na Casa VII (ligada ao planeta Vénus e ao signo mental da Balança), o trabalho baseia-se no processo mental de espelho (identificação e desidentificação), na Casa VIII (ligadas aos planetas Marte e Plutão e ao signo do Escorpião), o trabalho não é mental, mas psicológico e emocional dado lidar com instintos e desejos.

Na Casa VII os outros são o motor da nossa transformação, mas apenas no tocante à compreensão de quem é o outro, de quem somos e do que é uma relação. Ou seja, na Casa VII, atraímos alguém com que nos identificamos e esse alguém será o motor da na nossa expansão consciencial porque começamos a aprender, através dele, quem somos. Deste modo, se formos ciumentos, mas não soubermos que o somos, é provável que atraiamos um parceiro ciumento com o qual e através do qual, naturalmente, começamos a perceber que afinal também temos essa postura. Assim, ampliamos a nossa a consciência e dizemos para nós próprios: “Foi preciso andar com esta pessoa para ver nela aquilo que em mim não reconhecia. Consegui finalmente perceber que também sou uma pessoa ciumenta”. No entanto, o fato de se perceber “intelectualmente” que se é ciumento, não vai curar esse problema pois é necessário ir mais fundo e perceber porque é se esse problema existe. Uma das formas da pessoa ir ao fundo é sem dúvida, passar pelos dramas da casa VIII, porque nesta casa, a paixão e a entrega são profundas e quando há o corte, a resposta é dada pelo instinto, e por favor saiam da frente porque as atitudes são imprevisíveis.

Se a Casa VIII pressupõe entrega, fusão, quando as expetativas que temos sobre os outros são goradas (por exemplo, quando somos traídos, abandonados), sentimos que o mundo caiu, desabou. Se a fusão na Casa VIII fosse apenas mental como na casa VII, haveria tristeza, mas sem transformação. A fusão experienciada na Casa VIII faz emergir o pior que há em nós (vingança, raiva, ódio, medo, etc.) quando o nosso desejo deixa de ser satisfeito ou perdermos o controlo sobre o outro. De facto, só quando estamos fundidos, é que o corte e a separação, são dolorosos. Só nestes casos é que é acordado o escorpião, o animal que existe em nós. Então sentimos uma perda, e se persistirmos a desejar visceralmente as coisas, voltaremos mais tarde a ter novamente outra perda, até que um dia, conseguiremos exorcizar os nossos instintos baseados no medo e na sobrevivência animal. Aceitamos perder e então renascemos, pois deixámos de ser instintivos.

Significado de Vénus

A Vénus rege a parte feminina, “yin” e passiva da pessoa. Quando Vénus está ligada a um planeta vai procurar incutir-lhe harmonia, entendimento, amor e equilíbrio. Este planeta rege os signos de Touro e Balança. Como regente do signo Touro, Vénus reflete os aspetos ligados ao amor físico e à posse de bens materiais. Como regente do signo de Balança, Vénus está associado aos aspetos éticos, estéticos e relacionais da vida.

De uma forma geral, Vénus reflete os seguintes comportamentos da vida humana:

a)       Como regente do signo de Touro

paixão, sexualidade, sensualidade, prazeres da vida, dinheiro, bens materiais

b)       Como regente de Balança

relacionamentos, amor, ternura, afeto, poder de atração, união, partilha, fraternidade, amizade, solidariedade, sociabilidade, afinidade, paz, suavidade, delicadeza, harmonia, equilíbrio, alegria, charme, encanto, sedução, beleza, sentido estético, talento artístico, intimidade, jovialidade.

 

Em síntese, Vênus reflete a forma como vivemos o prazer e valorizamos e expressamos o amor e o belo. A Vénus reflete a necessidade de nos identificarmos com os outros, de nos relacionarmos e obtermos equilíbrio na relação.

 

Significado de Vénus na Casa VIII

Quando Vénus natal se encontra localizada na Casa VIII e se encontra bem aspetada e/ou dignificada, o nativo terá tendência para ser sedutor e inflamado em termos sexuais.

Quando Vénus natal se encontra localizada na Casa VIII e se encontra mal aspetada e/ou dignificada, o nativo terá tendência para ser vingativo, ciumento e apegado ao dinheiro de forma compulsiva. Poderá ter ainda um comportamento sexual compulsivo.



Ruy Figueiredo