segunda-feira, 20 de julho de 2015

ASTROLOGIA. PLUTÃO NA CASA II (Parte IV)

Continuando com o Plutão, iremos hoje apresentar as caraterísticas das pessoas que nasceram com Plutão na Casa II

1. O que representa a Casa II
A Casa II é a área de experienciação humana onde se procura obter segurança física material para nos sentirmos emocionalmente seguros. A Casa II é casa dos nossos valores, dotes e recursos. Teremos auto estima se nos sentirmos auto-suficientes, e nos sentiremos auto suficientes se investirmos no nosso valor, dotes e recursos. 
No fundo, a grande questão da Casa II é: "Que valor temos?", ou seja, com que dotes, capacidades, recursos naturais, nascemos e de que forma poderemos investir neles, desenvolvê-los e praticá-los de modo a ser-nos devolvido o sentimento de auto-suficiência. Temos de nos bastar e nos bastamos a partir das coisas que temos e obtemos. 
A Casa II foca-se fundamentalmente na questão da sobrevivência.
Para as pessoas que se encontram num nível mais básico de evolução, a segurança emocional radica na segurança física e material (visão do signo de Touro) ou seja, as pessoas agarram-se, no mundo físico, às coisas, bens e posses, que querem ter, possuir e com as quais sentem-se seguras. Essas pessoas encontram a segurança emocional fora delas, em coisas, bens e posses que por esse motivo querem ter e possuir. A esse nível mais básico, ainda não encontram a segurança emocional dentro delas próprias, porque é ainda uma capacidade que não possuem. 
As pessoas que se encontram num nível médio de evolução,  irão viver a Casa II, já não através da identificação com as coisas que possuem, mas através da identificação com os seus valores, recursos e ferramentas. O valor já não está nas coisas, mas no recurso, nos dotes que se possui. 
As pessoas que se encontram num nível evolutivo superior, sabem que a VIDA  fornece-lhes tudo aquilo que precisam para sobreviver e viver bem. Estas pessoas encontram a segurança emocional dentro de delas e não fora delas, Não têm medo de não terem que chegue ou de perderem o que têm, que é um problema do Plutão de Casa II.


PLUTÃO NA CASA II
As pessoas que nasceram com o Plutão na Casa II vão viver de forma instintiva, obsessiva, irracional e compulsiva toda a problemática referida da Casa II. Poderemos encontrar dois tipos de Plutões de Casa II: os muito trabalhadores e os pouco trabalhadores.
Os muito trabalhadores trabalham obsessivamente para obterem cada vez mais segurança material. De fato têm um enorme medo de que a qualquer momento possa suceder qualquer coisa que lhes tire aquilo que identificam como valor (dinheiro, bens ou objetos). Estas pessoas vão querer, de forma obsessiva, ter cada vez mais, com medo que isso lhes seja tirado. Têm que aprender que a segurança emocional não vem de coisas exteriores. 
Os pouco trabalhadores, muito pouco ou nada trabalharam na vida, e isto, porque vão atrair condições de vida que as vão levar a depender de circunstâncias ou pessoas que, de alguma forma, lhes vão tirar o medo de não haver que chegue. Estabelece-se uma relação de dependência emocional e o outro é a pessoa que toma conta no plano económico-financeiro. O outro é que lhes dá as condições para a sua segurança emocional no plano terreno. Como estão dependentes do outro, não se valorizam nem sabem o que valem. Têm que aprender o seu valor, o que valem.

Como vimos o Plutão é o planeta da transformação, da regeneração. Qualquer Plutão tem que ser resolvido sob pena de termos de continuadamente ser compulsivos e instintivos nos assuntos da vida relacionados com a casa em que se encontra. Plutão para se resolver vai atrair situações cataclísmicas, onde o tapete nos é retirado por baixo dos pés. Os dois tipos de Plutão de Casa II terão de vivenciar ou experienciar situações onde será desmascarado aquilo que acreditam lhes oferece segurança emocional. Ou podem perder tudo o que conquistaram ou a fonte do seu sustento pode morrer. E então, a transformação se opera.

Ruy Figueiredo 










domingo, 12 de julho de 2015

ASTROLOGIA. PLUTÃO NA CASA I (Parte III)

Continuando com o Plutão, iremos hoje apresentar as caraterísticas das pessoas que nasceram com Plutão na Casa I

1. O que representa a Casa I
As Casas I, V e IX são as casas da IDENTIDADE. Na astrologia natural são as casas respetivamente dos signos de Carneiro, Leão e Sagitário. 
A Casa I, do Carneiro ou de Marte é a casa da auto-descoberta da individualidade. A experienciação dessa casa permite a obtenção de um primeiro nível de consciência sobre a identidade ou sobre quem eu sou. O signo de Carneiro regido por Marte é conhecido pela sua assertividade e necessidade de afirmação, sendo que toma iniciativas, mas sempre, com o intuito de procurar se identificar e conhecer-se. 
A Casa V, do Leão ou do Sol, já representa um outro nível de consciência sobre a identidade. Nela o nativo vai descobrir quem é através das suas criações (criatividade) que representam expansão da identidade. 
Finalmente a Casa XI, do Sagitário ou de Júpiter é a casa onde irei expandir-me no mundo dos outros 


2. Plutão na Casa I
A obsessão do Plutão na Casa I é saber quem é, pois ainda não o sabe. Deste modo, o nativo irá precisar dum campo de experiências nesta vida para descobrir quem é pois Plutão na Casa I é fiel à necessidade de ir mais longe na descoberta de si próprio.
Plutão na Casa I indica necessariamente problemas relacionais dado que a obsessão que a pessoa tem em relação a si própria a absorve de forma tão intensa que rouba a energia quando se relaciona. 
Enquanto Plutão na casa VII (casa oposta à Casa I que reflete o "outro") traz uma necessidade obsessiva de se relacionar, Plutão na Casa I traz a necessidade compulsiva de se afirmar e conhecer-se no mundo. 
As pessoas que nascem com Plutão na Casa I têm que ser livres e independentes para poderem dizer "sim" às experiências que julgam necessárias terem para se auto conhecerem. Deste modo, não permitem que ninguém lhes roube a necessidade compulsiva de saberem quem são e o que estão cá a fazer. Isto faz com que a pessoa não saiba estar nas relações. A grande transformação que é pedida pelo universo para as pessoas com Plutão na Casa I é que deixem de ser tão obsessivas com elas próprias.
Plutão na Casa I tem medo de que o outro lhe roube identidade e liberdade e vive com o pânico de poder ser controlado pelo outro. Deste modo, vai querer controlar, dominar e normalmente procura relações que possa controlar.Ou seja, as pessoas com Plutão na Casa I têm tendência para irem buscar relações que não as ponham em causa. 
Podemos referir os dois padrões relacionais seguintes para as pessoas com Plutão na Casa I
Padrão A - eu controlo, domino e não me deixo transformar pelas relações, porque se a domino, já não há perigo
Padrão B - o outro domina e perco a possibilidade de continuar a procurar quem sou através de um campo de experiência em que só eu entro.
Em ambos padrões há perigo. 
No padrão A pode haver estagnação dado que o outro não me consegue fazer mudar, ou seja, não me deixo ser transformados pela área da relação, ou seja, não mudo com as relações e mantenho-me sempre fiel a mim próprio: primeiro eu, depois os outros.No padrão B, ao deixar-me dominar não posso continuar a procurar a minha identidade. Este é o problema dos Plutões na Casa I - terem que encontrar o equilíbrio entre os dois padrões referidos.

Se Plutão na Casa I for angular (se estiver conjunto ao ascendente em menos de 8 a 10 graus) a obsessão será maior e tanto maior quanto mais próximo do ascendente se situar o Plutão. Por exemplo Plutão angular a 1º do ascendente, dá uma pessoa completamente escorpiónica, controladora, manipuladora, obsessiva e compulsiva.

Ruy Figueiredo 


domingo, 5 de julho de 2015

ASTROLOGIA. PLUTÃO - BREVE INTRODUÇÃO (Parte II)

Continuaremos, hoje, a falar de Plutão.



PLutão - Parte II

1. O "Ser", a alma e o ego 
O nosso “Ser” corresponde ao divino que "habita" em nós. O nosso "Ser" é eterno e imutável. O nosso "Ser" desconhece o espaço e o tempo. O nosso "Ser" e o "Ser" que "habita" em todos os corpos de todos os tipos (mineral, vegetal, animal, hominal) nunca estiveram separados entre si. Sempre constituíram e constituem e irão constituir um "SER" único (Todos somos "UM"). Esse "SER "único também está ligado à entidade máxima que os homens denominam, em função das suas crenças e religiões, por várias designações (Deus, Grande Arquiteto, Allah, etc.). 
No entanto, durante o processo de densificação, manifestação, "separação", "divisão" ou "queda da mónoda", o nosso "Ser" ficou submerso, escondido e o corpo então criado, albergou a alma e o ego.

A alma é a nossa parte lunar (o Inconsciente) e representa "o que somos mas que ainda não sabemos que somos". O ego é a nossa parte solar (o Consciente) e representa aquilo que somos e que já sabemos que somos. Expandimos a nossa consciência através da conquistas graduais que empreendemos ao nosso inconsciente, à nossa Lua. Cada "pedacinho de Lua" que absorvemos, que compreendemos, representa um pedacinho de "Sol" a mais, que conquistamos. Ficamos cada vez mais solares, mas conscientes, mais maduros, mais individuais , mais universais, mais divinos (Fernando Pessoa afirmou "Quanto mais individual, mais universal"). 
A alma tem saudades da "Unidade". O ego não quer ouvir falar da "Unidade", porque quem é ego-centrado, quer afirmar a sua individualidade na medida em que não acredita na UNIÃO e só pode acreditar na separação. Só quer afirmar-se quem se sente separado.  
Deste modo, o ego afirma-se contra o Mundo e move-se pelo vazio e carência da alma que apenas quer voltar para a UNIDADE e para o AMOR. (Lua). Só que não sabe como fazê-lo. 
Ora o ego ainda sabe menos como regressar e pior ainda, não quer fazê-lo. No entanto, o ego sente a dor da alma e isso incomoda-o. Deste modo, está sempre a tentar compensar o vazio  da alma. De que forma? Afirma-se e assim compensa-se com aquilo vai buscar fora de si. Projeta-se assim nos outros, nas coisas, no trabalho, etc.. Este é o drama do Ego. Cria expetativas e ilude-se e vai andando de ilusão em ilusão. 
De fato, a mente cria esquemas projetivos que nos fazem julgar que de fora vem alguma coisa e que portanto vale a pena esperar e ter boas expetativas, quer das pessoas que conhecemos quer das coisas que fazemos. Essa expectativa consiste em projetar sempre no futuro a esperança que alguma coisa aparecerá e virá resolver a carência da Alma. 
Mas a carência da alma não se resolve através do ego, cujo esquema de resolução está viciado, mas sim e apenas através de permitirmos a sua ligação ao nosso "Ser". Nada que venha do exterior poderá alimentar a alma. 
Seremos infelizes, enquanto vivermos a ilusão do ego, secundarizarmos o nosso "Ser" e vivermos contra a alma.  
Há medida que a vida nos desilude, começamos a interiorizar e a procurar outras respostas. 
Então começa o tal Processo Alquímico, o tal processo de mutação, o tal processo de transformação, através do qual o ego pouco a pouco, se vai rendendo à vida da Alma e se vai secundarizando-se face ao Ser (é o "my self" a subjugar-se ao "I"). 
Segundo Flávia de Monsaraz, 
"A vida da alma é a vida interior, porque a alma é isso que em nós sente. A vida da Alma é a vida que vai dizendo SIM à VIDA em nós. Sempre que nós dizemos "NÃO" e nos projetamos obsessivamente, nós estamos a agir contra a alma, estamos a ativar a separação. Sempre que ativamos a separação, a Alma sofre e sente a dor da separação. Muitas pessoas não sentem a dor da alma porque estão desalmados, ou seja, estão tão longe da Alma que nem ouvem a sua voz. Há pessoas que criaram tantas armaduras e defesas em relação à vida, que vêm tudo ao contrário, muito embora pensem que são felizes porque têm mais um automóvel ou mais uma aventura. A Alma continua exatamente na mesma condição de sofrimento só que elas nem conseguem ouvir a sua voz porque perderam a capacidade de estabelecer diálogo entre a alma e a personalidade. Por vezes, só ouvem a alma no limite máximo da dor e da violência porque aí acordam e então finalmente a ouvem. Todo o trabalho interior de evolução, consiste afinal em afinar a personalidade para sentir a alma. É muito fácil começarmos a desafinar..."

2. O que é o Plutão?
Plutão é o planeta que mantém em nós a dor do mundo e a separação. Se quisermos ser livres, teremos de nos libertar da força do Plutão que é dominada pelo medo e escutar o saber da alma que não é dominada pelo medo. 
Plutão é a energia da guerra que nos faz defender quando somos atacados, agredir quando somos agredidos ou atacar apesar de não termos sidos atacados. 
A força do Plutão nunca poderá dar o bem-estar que a nossa alma procura e nunca poderá resolver o vazio da nossa alma. Essa é a ilusão do ego que julga que se controlar ou dominar, se vai sentir mais seguro. Mas a vida traz-nos situações difíceis, tira-nos o tapete, para nos iludirmos e percebermos que afinal tudo é ilusório. De fato, o controlo e a dominação não trazem segurança, felicidade.
Então a transformação do Plutão que habita em nós é feita gradualmente através da dor que é alquímica. A dor faz com que vamos retirando força e violência ao nosso Plutão. A dor é responsável por grande parte da expansão consciencial que vamos tendo ao longo da nossa vida.
Há pessoas que são muito intensas. Têm que perder o gás, têm que desativar o Plutão que está dentro delas. 
Onde está Plutão é onde não sabemos lidar com a nossa fraqueza, onde somos mais fracos, onde não fluímos com a vida, onde contemos as emoções, onde somos egocêntricos e obsessivos. 
Um planeta natal ligado ao Plutão natal foi “condenado” a regenerar. O Plutão irá criar-lhe situações tão violentas que esse planeta , mais cedo ou mais tarde, vai iluminar-se, ganhar consciência porque tem o Plutão, o tempo todo, a dar-lhe a voltagem máxima sobre o equívoco desse planeta. 
O Plutão vai atrair cataclismos. Ou trabalhamos os nossos medos, inseguranças, o nosso ego, a nossa violência, a separação, ou não nos libertamos do Plutão que habita em nós. 


Ruy Figueiredo