A casa XII é uma casa de vida interior, uma casa psíquica, uma casa de água, uma casa cármica, uma casa de iniciação. A Casa XII é a casa da dissolução do ego, do silêncio interior, do fundo da alma. A Casa XII é um abismo, é a dimensão mais funda do ser, é a dimensão arquetípica, é a dimensão onde nascem as memórias de totalidade. A Casa XII representa a área de vida onde a pessoa terá que se recolher e pacificar, onde terá que se encontrar com a "VIDA". Todos nós temos capacidade de de nos ligarmos à "VIDA", através de uma processo interno, através da experienciação da vida interna . Mais cedo ou mais tarde iremos compreender que é uma ilusão projetarmo-nos no exterior com a expetativa de que o exterior nos devolva a paz, o amor e a tranquilidade que a nossa alma anseia desde que a "separação" se deu. Todos nós temos capacidade para, independentemente do que se passa no exterior, estarmos sempre bem. Temos que compreender que temos que estar "cá" com uma atitude diferente que é a de não nos projetarmos no exterior como se o exterior fosse a solução da nossa existência. Quem tem a Casa XII ativada, mais cedo ou mais tarde irá atrair situações de vida que não pode alterar ou mudar, ou seja, o exterior vai-lhe devolver situações que não pode controlar, que tem que aceitar, às quais terá que dizer "sim". Se não se pode alterar aquilo que a Casa XII devolve, só resta à pessoa aceitar de forma incondicional o que lhe está a acontecer e deste modo, não vale a pena a pessoa se revoltar porque não adianta. A pessoa tem é que "mergulhar" dentro de si e ligar-se à "VIDA" a partir daí. A pessoa "cá fora" pode até ter uma doença, estar preso, ter-lhe morrido um ente querido, ou estar a viver uma outra situação grave qualquer. Enquanto ela permanecer ligada ao exterior e identificar a vida com o que se passa no exterior, aquilo que experiencia cá fora não será vida, pois não faz sentido perdermos pessoas, não faz sentido sofrermos. Mas se a pessoa mudar a sua atitude em relação à situação, se a aceitar, então poderá perceber que ainda tem a capacidade de se ligar "VIDA" apesar da situação grave exterior. Não é fácil. Quanto maior for o problema exterior, maior o trabalho interior que terá que ser realizado. Só uma grande atitude interior é que pode fazer com que a pessoa fique em paz.
No geral, as pessoas que têm muitos planetas na Casa XII escolheram nesta vida experienciar situações gravíssimas, para que através do sofrimento por elas provocado, possam começar a dissolver, diluir e negar o seu ego. A vivência das experiências dolorosas da Casa XII permitirá a compreensão de que "TODOS SOMOS UM" e que cada um de nós é afinal uma pequena gota de energia no enorme mar cósmico em que vivemos. Na Casa XII recebemos da “VIDA” na proporção do que abrimos para ela.
O Plutão é o planeta do desejo e como sabemos, onde há desejo, ainda há obsessão, e consequentemente, intranquilidade.Sempre que temos uma coisa ficamos logo com medo de a perder e depois queremos outra. De fato, é muito difícil estarmos bem. Nós não podemos tirar os problemas da vida. O que podemos é desenvolver uma atitude interior diferente para com esses problemas. A "VIDA" cuida de nós e nós só temos de estar na "VIDA" que ela traz-nos e tira-nos o que tiver que ser trazido e tirado. A postura com que nós estamos nas coisas sem perder o nosso centro, no fundo sem perder a nossa ligação à "VIDA" é mais importante do que as coisas em si.
Os nativos com Plutão na Casa XII têm um desejo consciente de ir buscar conhecimento espiritual porque no fundo já tinham aquele desejo de eliminar tudo que lhes poderia impedir de “abrir os braços” para a “VIDA”. As energias de Casa XII têm que sair como
forma de serviço e dádiva ao mundo. Se não saem dessa forma o nativo com Plutão na Casa XII, vive-o de forma implodida e com
frustração. O medo do Plutão na Casa XII é o medo de abrir para a memória do "TODO". Portanto é um Plutão difícil. A pessoa tem medo de se entregar totalmente, resiste.Não se rende
mas tem que se render. Com Plutão na Casa XII , a pessoa nunca diz “SIM”, diz sempre um “Não”. Mas há um momento em que a vida a
vai obrigar a perder esse fogo e a se entregar totalmente.
Ruy Figueiredo
Ruy Figueiredo
