domingo, 21 de abril de 2019

ASTROLOGIA. URANO NA CASA XII (PARTE XXII)


Hoje iremos abordar o Urano localizado na Casa XII



Significado da Casa XII
Casa XII – Casa Social ou Coletiva
A Casa XII é uma casa social ou coletiva e neste sentido a expansão consciencial do nativo é obtida através da sua interação com os outros.

Casa XII – A terceira casa do “nós”
A Casa XII pertence simultaneamente ao Hemisfério Oriental ou do “Eu” (casas I a III e casas X a XII) e ao Hemisfério Sul ou Diurno (casas VII a XII). Por ser uma casa “oriental”, nela o nativo não se deixa influenciar pelos outros, pelo meio em que vive e pelas circunstâncias da vida. Ele próprio é o motor do seu destino. Por ser também uma casa “diurna”, o nativo precisa de ter experiências com os outros para ampliar a sua consciência. Deste modo, na Casa XII o nativo vai tomar conta do barco da sua vida, mas sem deixar de prestar atenção à existência dos outros.
A Casa XII é a terceira casa do “nós”. Na Casa X (1ª casa do “nós”), o indivíduo pertence ao ser coletivo estruturado, mas responde solitariamente a esse coletivo (navegamos no mesmo barco). Na Casa XI (2ª casa do “nós”) o indivíduo pertence ao ser coletivo fraternal e idealizado e responde a esse coletivo de forma não solitária e de forma mental e abstrata (somos todos irmãos). Na Casa XII, e finalmente, o indivíduo pertence ao ser coletivo individualizado e responde a esse coletivo de forma emocional, sentida (somos todos um).

Casa XII – A terceira casa de Água
Existem três casas de água. A Casa IV é a primeira casa de água e representa as águas do Caranguejo que têm a ver com a nossa herança em termos genéticos, hereditários, psicológicos, educacionais, emocionais e com a nossa maior ou menor capacidade para nos sentirmos alimentados e felizes em função desse “património” herdado.
A Casa VIII é a segunda casa de água e representa as águas abissais, profundas, instintivas, inconscientes, animais, irracionais, obsessivas, primárias, egocêntricas, separatistas, violentas, psíquicas e cármicas do Escorpião. Nesta casa, o nativo sentir-se-á seguro emocionalmente se conseguir satisfazer os seus desejos mais recônditos e profundos e se conseguir satisfazer o seu instinto inconsciente de sobrevivência à vida. A Casa XII é a terceira casa de água e já tem a ver com as águas do oceano cósmico às quais nos devemos render e entregar. Essa entrega do nosso ser à “VIDA” apenas será conseguida quando confiarmos nela e acreditarmos que sempre cuidará de nós e nos levará para onde temos que ir. Só consegue nadar nas águas deste oceano cósmico, aqueles que naturalmente se rendem e se entregam à “VIDA”, submetendo-se à sua VONTADE. São pessoas para quem as referências biológicas da Casa IV perderam sentido ("Quem é a minha mãe e quem são os meus irmãos?" disse Jesus) e para quem os instintos, os medos e as inseguranças da Casa VIII, foram superados.

Casa XII – Casa do Isolamento e do Clandestino
A Casa XII reflete a área da vida humana relacionada com toda a forma de isolamento. Deste modo, tem a ver com as instituições psiquiátricas, prisões, hospitais, mosteiros, etc.. Paralelamente, a Casa XII também representa tudo o que é clandestino, secreto ou oculto, nomeadamente os casos afetivos clandestinos, os inimigos e perigos ocultos, entre outros.

Casa XII – Casa da Fuga
A Casa XII regida tradicionalmente por Netuno reflete as caraterísticas netunianas ligadas ao escapismo, sonho e fantasia. Deste modo está relacionada com as fugas à realidade quotidiana, nomeadamente com bares, discotecas, fins de semana, férias e com a própria noite.

Casa XII – Casa Espiritual
A Casa XII reflete o desejo de união com o TODO e deste modo é uma casa de transcendência espiritual.

Casa XII – Casa das Dores, do Sofrimento e da Entrega à “VIDA”
A Casa XII está relacionada com a tristeza, sofrimento, ansiedade e frustrações que vão aparecendo ao nativo ao longo da sua vida. A “VIDA” é inteligente e tem um propósito para cada um de nós. Quando tomamos consciência da sua força percebemos que não vale a pena controlar e dirigir a vida, porque o que temos que fazer é apenas aceitá-la como ela se nos depara.
Na Casa XII, quando sofremos por algum motivo ou restrição (doença, prisão, etc.), tomamos consciência da nossa impotência e de que não podemos mudar as coisas que nos acontecem ou seja, não podemos mudar o que a “VIDA” nos reservou. Se resistirmos, continuaremos a sofrer, mas se nos entregarmos incondicional e interiormente, tudo muda. O nativo sofre na Casa XII porque ainda tem dificuldade em aceitar a dor e o sofrimento que lhe são impostos. No geral, as pessoas que têm planetas nesta casa, desde muito cedo, atraem situações cármicas dolorosas que irão contornar. No princípio sofrem, sofrem, sentem-se vítimas, mas ao fim de algum tempo, começam a fazer uma espécie de trabalho interior que as vai fazer aceitar e perdoar o que a “VIDA” lhes destinou. O perdão é que as remete para o presente, pois enquanto não houver a aceitação e o perdão, há uma parte delas que ainda sofre, que ainda resiste. A partir do momento em que já não resistem, aquela dor, aquele nó, que era a incapacidade de aceitarem, deixa de as fazer sofrer porque se desfaz e as liberta e pacifica.
A Casa XII, pode representar deste modo, uma prisão ou a liberdade. Prisão quando resistimos, liberdade, quando mudamos a nossa atitude interior para com a “VIDA” e para com as situações que a “VIDA” nos presenteou. Portanto a Casa XII só se resolve, mudando o interior e não querendo mudar o exterior (circunstâncias da vida).
A paz interior conquistada permite a essas pessoas levarem aos outros um sorriso, tranquilidade e paz, e ao mesmo tempo, perceberem que apesar de não terem uma vida satisfatória, grande parte da sua satisfação passa por ver os outros bem. As pessoas que passam por muito sofrimento ficam com o coração mais aberto à compaixão. Possivelmente escolheram, nesta encarnação, viver o sofrimento para poderem evoluir espiritualmente.

Significado de Urano
Urano faz o apelo da liberdade e procura romper com os condicionalismos que abraçam o nativo e que o impedem de atingir a sua essência, de ir mais longe no conhecimento de si próprio. Urano é elétrico e atua quase sempre de forma inesperada.
Podemos comparar o processo uraniano com o “descascar de uma cebola”, no sentido, em que o nativo para ser livre, para chegar à sua essência, tem que retirar todas as camadas de resistência, bloqueios e medos que acumulou durante a sua vida. O nativo apenas será livre, apenas atingirá o essencial de quem é, quando tiver arrancado todas as camadas da sua cebola existencial. Urano é esse movimento.

Significado de Urano na Casa XII
Como já referido, a Casa XII é a casa de experiência emocional de integração de tudo o que o nativo viveu e experienciou. O objetivo desta casa é possibilitar a transcendência do mundo da causa e efeito, dos condicionalismos exteriores. É nesta casa onde o nativo poderá sentir-se dissolvido e compreender que afinal, tudo está em tudo. Ao sentir isso, o nativo transcende a noção de que as coisas estão separadas. Quando a pessoa experiencia internamente que afinal tudo está em tudo, perde a noção de que há um dentro e um fora. O nativo tem que aceitar viver as experiências desta casa e ao mesmo tempo tem que integrá-las sem medos e sem resistência. Tem que deixar de querer e de pensar que pode controlar a vida. Tem que aceitar o que a vida lhe impõe, no campo do sofrimento e da dor. Só assim perceberá que se o exterior lhe traz sofrimento é porque o seu interior o atrai. Só assim será capaz de fazer a ponte entre o que está fora e o que está dentro. Só assim se poderá fundir e se transcender. É esta a dinâmica da Casa XII.
Nesse sentido, os nativos com Urano na Casa XII procuram a liberdade mas só serão livres quando se libertarem de tudo aquilo que os impedem de se ligarem à vida. Primeiro têm que se ver livres das situações cá fora para compreenderem que não são essas situações que os impedem de serem livres e para perceberem que esse processo é um processo interno.
Os nativos com Urano na casa XII têm uma tendência natural para se sentirem atraídos pelo oculto, esoterismo e espiritual.

Ruy Figueiredo
Abril 2019